O transtorno de personalidade limítrofe, ou Borderline, é uma condição psicológica que tem um forte impacto na capacidade de uma pessoa para regular suas emoções.
Os sintomas de Borderline resultam em comportamentos impulsivos e influenciam negativamente a autoimagem e os relacionamentos interpessoais.
Indivíduos com transtorno de personalidade Borderline sofrem variações intensas de humor e enfrentam incertezas em relação à sua identidade.
Seus sentimentos em relação aos outros podem mudar rapidamente, oscilando entre uma extrema proximidade e uma aversão igualmente extrema.
Felizmente, existem abordagens terapêuticas eficazes para gerenciar os sintomas desse transtorno.
Para obter mais informações sobre o transtorno, incluindo seus critérios de diagnóstico, e saber onde procurar apoio adequado, prossiga com a leitura deste artigo!
A seguir, aprenderemos sobre:
- O que é transtorno de Borderline?
- Principais sinais e sintomas de Borderline
- Diagnóstico e tratamento do transtorno de Borderline
- Como aliviar os sintomas de Borderline?
- A Cannabis medicinal no tratamento dos sintomas de Borderline
- Perguntas frequentes sobre os sintomas de Borderline
O que é transtorno de Borderline?
O transtorno de personalidade Borderline (TPB) é uma condição de saúde mental que afeta a maneira como as pessoas enxergam a si mesmas e se relacionam com os outros.
Este transtorno é caracterizado por padrões de relacionamentos intensos e instáveis, bem como impulsividade e uma autoimagem prejudicada.
A impulsividade está associada a emoções extremas e ações precipitadas, sem considerar as consequências.
Indivíduos com transtorno de personalidade Borderline frequentemente sofrem com um intenso medo de serem abandonados ou deixados sozinhos.
Isso, por sua vez, pode desencadear mudanças de humor e acessos de raiva, apesar do desejo de manter relacionamentos afetuosos e duradouros.
Assim, esse medo pode levar a comportamentos impulsivos e autolesivos, afastando ainda mais os outros.
Geralmente, o transtorno de personalidade Borderline se manifesta no início da idade adulta, sendo mais pronunciado durante a juventude.
Embora os sintomas de Borderline, como raiva e impulsividade, tendam a diminuir com a idade, questões relacionadas à autoimagem, medo de abandono e dificuldades nos relacionamentos podem persistir.
Assim como outras condições de saúde mental, as causas precisas do transtorno de personalidade limítrofe não são totalmente compreendidas.
Além dos fatores ambientais, como histórico de abuso ou negligência na infância, há evidências de que fatores genéticos e mudanças no funcionamento cerebral estão envolvidas.
Os fatores de risco associados aos sintomas de Borderline incluem predisposição genética, experiências estressantes na infância, como abuso físico, sexual ou emocional, separação e exposição a ambientes familiares disfuncionais ou instáveis.
Principais sinais e sintomas de Borderline
O conjunto de sintomas de Borderline muitas vezes são alarmantes e incluem comportamento autolesivo, tendências suicidas e dificuldades extremas em manter relacionamentos interpessoais.
Embora esses aspectos estejam entre os diversos sintomas do TPB, o que muitas pessoas não compreendem é que tais comportamentos são resultado de dores e medos profundos.
Indivíduos afetados pelos sintomas de Borderline frequentemente sofrem com instabilidade em seus relacionamentos, humor e comportamento.
Estima-se que entre 1,6% e 5,9% dos brasileiros, tanto homens quanto mulheres, possam ser afetados pelo TPB.
Enquanto você explora se pode ou não estar enfrentando sintomas de Borderline, é importante ser gentil consigo mesmo e reconhecer que existe ajuda disponível.
Mesmo que o transtorno afete sua vida, ele não define quem você é.
Com o auxílio de tratamentos e terapias, pessoas que lidam com os sintomas de Borderline podem experimentar melhorias em seus relacionamentos e qualidade de vida.
Caso você suspeite estar sofrendo sintomas de Borderline, buscar um diagnóstico é o primeiro passo rumo à recuperação.
Consulte a lista de sintomas abaixo para saber mais sobre o transtorno.
1. Variações repentinas no humor
Ter sintomas de Borderline significa que, por vezes, a pessoa vivencia emoções mais intensas ou vigorosas do que muitos outros.
Essas emoções podem ser tão avassaladoras que ela procura amortecê-las ou controlá-las através de comportamentos autolesivos ou outras ações destrutivas.
O humor pode mudar subitamente, desencadeado por um evento tão sutil que talvez seja difícil identificar o que o provocou.
A pessoa apenas percebe que está irada, triste ou extremamente feliz.
Embora essas emoções possam perdurar por alguns dias, é provável que desapareçam tão abruptamente quanto surgiram. Tal instabilidade emocional pode confundir as pessoas ao seu redor.
2. Facilidade em ficar irritado(a)
A irritabilidade é um sintoma comum no transtorno de personalidade Borderline (TPB), e pode se manifestar de várias maneiras.
Como você viu, para pacientes com sintomas de Borderline, as emoções tendem a ser intensas e instáveis.
Isso significa que as pessoas com esse transtorno podem experimentar mudanças de humor rápidas e intensas, às vezes desencadeadas por situações aparentemente insignificantes.
Quando se trata de irritabilidade, as pessoas com TPB podem sentir uma frustração intensa e raiva em resposta a eventos cotidianos que outras pessoas podem não considerar tão provocativos.
Essa irritabilidade pode se transformar em raiva intensa, e em alguns casos pode até levar a comportamentos fisicamente violentos.
É, muitas vezes, uma raiva que pode ser desproporcional à situação e difícil de controlar.
No entanto, embora a raiva possa ser intensa, geralmente é de curta duração.
Após o episódio de raiva, a pessoa com TPB experimenta uma sensação avassaladora de vergonha e remorso pelo que foi dito ou feito durante o episódio de raiva.
Como resultado desse ódio por si mesmo e da intensa vergonha, algumas pessoas recorrem a comportamentos de automutilação como uma forma de punição ou alívio emocional.
A automutilação pode servir como uma maneira temporária de lidar com a dor emocional intensa e a autoaversão que acompanham esses episódios.
3. Sentimento de estar só
A solidão é outro sentimento comum e profundamente perturbador para muitas pessoas que vivenciam sintomas de Borderline.
Esse sentimento de solidão pode ser intenso mesmo quando a pessoa está cercada por outras pessoas.
Isso ocorre porque a solidão no TPB muitas vezes é mais sobre uma sensação de desconexão emocional do que sobre estar fisicamente sozinho.
Pessoas com TPB frequentemente têm relacionamentos instáveis e tumultuados, caracterizados por padrões de idealização e depreciação.
Elas podem temer o abandono e, ao mesmo tempo, se sentirem incapazes de manter relacionamentos estáveis e satisfatórios.
Essa ambivalência em relação aos outros pode levar a sentimentos intensos de solidão e isolamento.
Paralelamente, as pessoas com TPB muitas vezes têm dificuldade em regular suas próprias emoções, o que pode tornar desafiador para elas estabelecerem conexões emocionais com os outros.
Elas podem se sentir incompreendidas ou deslocadas, mesmo quando estão cercadas por amigos ou familiares.
4. Receio de ser abandonado(a)
Uma característica distintiva do Borderline é o medo intenso de rejeição e abandono.
É frequente que pessoas com TPB apresentem transtorno de estresse pós-traumático relacionado ao abandono, como resultado de experiências como adoção, embora essa não seja uma constante.
Esse temor intenso geralmente impulsiona outros comportamentos típicos do Borderline.
Eventos que para outras pessoas parecem simples e inofensivos, como o parceiro sair para tomar algo com amigos após o trabalho ou um amigo adiar um jantar, podem desencadear grandes ansiedades.
Esses comportamentos podem ser mal interpretados por aqueles ao redor, levando a rupturas nos relacionamentos e a uma sensação de solidão e incompreensão.
Tais sentimentos de medo podem se manifestar como raiva, possessividade ou tentativas de sabotar os planos dos entes queridos.
Contudo, com apoio e orientação adequados, é possível compreender e expressar esses medos de forma mais construtiva, fortalecendo assim os laços afetivos em vez de fragilizá-los.
5. Agir sem pensar, impulsividade
O comportamento impulsivo é uma característica proeminente do transtorno de personalidade Borderline (TPB) e pode se manifestar de várias maneiras.
Pessoas com TPB geralmente sofrem para controlar impulsos, o que pode levar a comportamentos prejudiciais em diversas áreas da vida.
Por exemplo, o gasto impulsivo é comum entre pessoas com TPB.
Elas podem ter dificuldade em controlar seus impulsos de compra, gastando dinheiro de maneira excessiva e muitas vezes sem considerar as consequências financeiras.
Isso, por sua vez, pode resultar em problemas financeiros e estresse adicional.
Nesta mesma linha, o abuso de substâncias é outra forma de comportamento impulsivo observado em pessoas com TPB.
Elas podem recorrer ao uso de álcool, drogas ou outras substâncias como uma forma de lidar com emoções intensas e instáveis ou para evitar sentimentos de vazio e desesperança.
Outro exemplo de comportamento impulsivo no TPB é a direção imprudente.
Pessoas com esse transtorno podem ser propensas a assumir riscos desnecessários no trânsito, como dirigir em alta velocidade, ignorar sinais de trânsito ou dirigir sob a influência de substâncias.
Além desses exemplos mais óbvios, o comportamento impulsivo no TPB pode se manifestar de outras maneiras, como comer compulsivamente, falar excessivamente ou se envolver em comportamentos autolesivos.
6. Falta de confiança em si mesmo(a)
Por trás dos sintomas de Borderline, residem uma dor profunda e sentimentos de desesperança, inutilidade e uma constante sensação de não ser suficiente para os outros.
Não é de surpreender, então, que críticas sejam particularmente dolorosas para quem vive com Borderline.
Para alguém no limite emocional, críticas simples destinadas a ajudar podem parecer mais uma agressão ao seu valor como indivíduo.
Indivíduos com TPB muitas vezes estabelecem expectativas elevadas, por vezes irreais, tanto para si mesmos quanto para os outros.
Quando essas expectativas não são cumpridas, resultam em autodepreciação ou em considerar a si mesmo ou à outra pessoa como completamente inadequados por um período.
Se não atenderem a esses padrões extremamente elevados, podem se punir através de comportamentos autodestrutivos.
No caso de outra pessoa não atender às expectativas, pode resultar temporariamente em uma ruptura no relacionamento com essa pessoa.
O que para os outros pode parecer um erro trivial a ser ignorado, para aqueles com TPB pode ser considerado como uma transgressão grave.
7. Pensamentos sobre suicídio
Pensamentos suicidas são uma preocupação séria e potencialmente perigosa para indivíduos que vivenciam o transtorno de personalidade Borderline (TPB).
Esses pensamentos podem ocorrer como resultado da intensa dor emocional, desesperança e incapacidade de lidar com os sintomas do TPB.
Para muitas pessoas com TPB, os pensamentos suicidas podem surgir durante momentos de crise emocional, quando elas se sentem sobrecarregadas pela intensidade de suas emoções.
Tais pensamentos são impulsionados por uma sensação de desesperança e desamparo, levando a pessoa a acreditar erroneamente que a morte é a única maneira de escapar da dor emocional insuportável.
Os pensamentos suicidas não devem ser ignorados ou minimizados.
Eles são um sinal claro de que a pessoa está sofrendo e precisa de ajuda profissional imediata.
Se alguém com TPB expressar pensamentos suicidas ou indicar de alguma forma que está considerando o suicídio, é necessário intervir prontamente com apoio profissional.
Além do tratamento profissional, é importante que as pessoas com TPB tenham uma rede de apoio forte, composta por amigos, familiares e profissionais, para oferecer suporte emocional em momentos de crise.
8. Instabilidade na construção da identidade
Indivíduos com TPB frequentemente lutam para desenvolver e manter uma imagem estável e coerente de si mesmos ao longo do tempo.
Isso pode se manifestar de várias maneiras, incluindo mudanças frequentes de interesses, objetivos e valores.
Torna-se, então, difícil tomar decisões importantes sobre carreira, relacionamentos ou estilo de vida e uma sensação geral de vazio ou falta de identidade.
Essa instabilidade na construção da identidade pode ser exacerbada por experiências traumáticas passadas, relacionamentos tumultuados e falta de apoio e validação de outras pessoas.
As flutuações de humor associadas a esta condição mental podem levá-lo a sentir-se emocionalmente exaltado, deprimido ou até completamente entorpecido.
Assim, pode ser difícil experimentar qualquer tipo de emoção, inclusive aquelas que costumam ser prazerosas.
Viver com transtorno de personalidade limítrofe é, em si, um fator estressante contínuo.
Na busca por evitar a rejeição e o abandono, é comum sentir uma pressão constante para se adaptar e se sentir “suficientemente bom”.
Atividades que poderiam ser desfrutadas acabam sendo carregadas de estresse, pois a preocupação em causar uma boa impressão e ser aceito pelos outros domina seus pensamentos.
Consequentemente, é difícil aproveitar plenamente o momento presente quando se está constantemente preocupado em ser bem recebido e aceito pelas pessoas ao seu redor.
Para algumas pessoas com TPB, essa instabilidade na construção da identidade e interesses pode levar a um sentido de confusão e desorientação sobre quem elas realmente são e o que desejam na vida.
Do mesmo modo, essa falta de uma identidade estável pode contribuir para problemas de autoestima e autoimagem negativa, já que a pessoa pode se sentir incapaz de se definir de forma positiva e autêntica.
9. Sentimentos de desvalorização pessoal
Explorar nossa identidade é uma das tarefas mais importantes durante a adolescência e o início da idade adulta.
À medida que chegamos aos nossos 20 ou 30 anos, a maioria das pessoas tende a ter uma ideia razoavelmente clara de quem são.
No entanto, para aqueles com sintomas de Borderline, pode parecer que nunca realmente conhecem a si mesmos.
A necessidade de agradar aos outros frequentemente eclipsa o processo de autodescoberta, resultando em uma autoimagem instável.
A percepção de si mesmo pode variar drasticamente dependendo do ambiente ou da situação.
Por exemplo, a pessoa pode se sentir confiante e poderosa ao lado de outras e, em seguida, sentir-se completamente inadequada.
Essa desvalorização pessoal gera confusão, solidão e um vazio emocional.
10. Raiva frequente e difícil de ser contida
Você ouve frases como “relaxe” ou “se acalme” com frequência?
Quando os outros não conseguem compreender seus sentimentos, é comum que minimizem sua intensidade e esperem que você se recupere rapidamente.
Pode ser desafiador para eles entenderem que suas emoções estão exacerbadas e que leva mais tempo para se acalmar novamente.
Quando as emoções intensas de alguém com sintomas de Borderline tomam conta, a capacidade de raciocinar logicamente muitas vezes se perde.
Assim, torna-se difícil conter acessos de raiva.
Diagnóstico e tratamento do transtorno de Borderline
A personalidade continua a se desenvolver ao longo da infância e adolescência.
Por essa razão, os profissionais de saúde geralmente não diagnosticam o Borderline em indivíduos com menos de 18 anos.
No entanto, em casos excepcionais, uma pessoa com menos de 18 anos pode receber o diagnóstico de TPB se os sintomas forem graves e persistirem por pelo menos um ano.
Os transtornos de personalidade, incluindo o Borderline, são difíceis de diagnosticar, pois muitas pessoas afetadas não reconhecem seus próprios padrões de pensamento e comportamento problemáticos.
Para diagnosticar o Borderline, um profissional de saúde mental qualificado, como um psiquiatra, utiliza os critérios estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana.
Isso envolve uma entrevista detalhada e discussão dos sintomas, incluindo questões relacionadas à história médica pessoal e familiar, histórico profissional e controle de impulsos.
Muitas vezes, os profissionais de saúde mental também colaboram com familiares e amigos para obter informações adicionais sobre o comportamento e histórico da pessoa em questão.
Como aliviar os sintomas de Borderline?
Embora historicamente desafiador, tratamentos mais recentes têm demonstrado reduzir a gravidade dos sintomas e promover um melhor funcionamento psicossocial.
O tratamento eficaz geralmente requer tempo e paciência, e pode envolver uma combinação de psicoterapia, medicamentos ou ambos, dependendo das necessidades individuais do paciente.
Em situações de crise ou risco iminente de autolesão ou danos a outros, uma internação hospitalar de curto prazo pode ser recomendada.
Durante este período, um plano de tratamento é desenvolvido em colaboração com o paciente para garantir uma abordagem integrada e abrangente.
É comum que pessoas com sintomas de Borderline apresentem outras condições de saúde mental concomitantes, como ansiedade, abuso de substâncias, entre outros.
O tratamento, portanto, pode necessitar de uma abordagem multifacetada para abordar essas questões de forma holística.
Psicoterapia
A psicoterapia é considerada o tratamento de primeira linha para o TPB, visando explorar as motivações, medos e padrões de pensamento associados ao transtorno.
O objetivo é promover uma melhor compreensão de si mesmo e dos relacionamentos interpessoais, visando a melhoria da qualidade de vida.
Existem diferentes tipos de terapia que têm se mostrado eficazes no tratamento dos sintomas de Borderline, incluindo:
- Terapia Comportamental Dialética (TCD): A TCD ensina habilidades para controlar emoções intensas, reduzir comportamentos autodestrutivos e melhorar os relacionamentos interpessoais.
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): A TCC auxilia o paciente a examinar de perto seus pensamentos e emoções, ajudando-o a entender como esses pensamentos influenciam suas ações.
- Terapia em Grupo: Este tipo de terapia envolve a reunião de um grupo de pessoas sob a orientação de um terapeuta para discutir e compartilhar seus problemas.
Medicamentos
Embora os benefícios dos medicamentos específicos para o TPB sejam menos claros, em alguns casos, um psiquiatra pode prescrever medicamentos para tratar sintomas específicos, como ansiedade, depressão ou impulsividade.
Os medicamentos antipsicóticos podem ser úteis para algumas pessoas com TPL, mas seu uso é determinado caso a caso, com base na avaliação do profissional de saúde mental.
Alguns dos medicamentos comumente prescritos para o TPB englobam:
- Estabilizadores de humor: Medicamentos como o lítio, o ácido valproico e a lamotrigina podem ser prescritos para ajudar a controlar os impulsos, a irritabilidade e as flutuações de humor associadas ao TPB.
- Antidepressivos: Antidepressivos, como os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) e os inibidores seletivos de recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRSN), são usados contra os sintomas de depressão e ansiedade frequentemente associados ao TPB.
- Ansiolíticos: Benzodiazepínicos, como o clonazepam (Rivotril) ou o alprazolam (Frontal), são usados a curto prazo para aliviar a ansiedade extrema e os sintomas de crises de pânico associados ao TPB.
A Cannabis medicinal no tratamento dos sintomas de Borderline
A Cannabis contém uma ampla gama de compostos químicos, incluindo mais de 100 canabinoides, como o THC e o canabidiol (CBD).
Tais componentes afetam diretamente o sistema endocanabinoide (SEC), um sistema neuromodulador importante para a manutenção da homeostase corporal, através dos receptores canabinoides.
Este sistema também influencia na patogênese de condições psiquiátricas, já que áreas cerebrais associadas a transtornos mentais, como o córtex e o hipocampo, apresentam alta concentração de receptores canabinoides.
Devido à presença elevada de receptores canabinoides tipo 1 (CB1) nessas regiões, os canabinoides da Cannabis são possíveis ferramentas no controle de transtornos de humor.
Pesquisas indicam que o aumento da sinalização canabinoide no hipocampo pode prevenir alterações comportamentais desencadeadas pelo estresse.
Além disso, o estresse crônico está associado a mudanças fisiológicas que afetam o SEC, como a diminuição de anandamida (AEA), aumento de 2-AG e perda dos receptores CB1.
Receptores CB1 no córtex pré-frontal, amígdala e hipocampo regulam a resposta ao estresse ao suprimir a atividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA).
Assim, um sistema endocanabinoide disfuncional pode aumentar a frequência e intensidade dos transtornos de humor devido à redução do receptor CB1.
Apesar disso, os canabinoides da Cannabis têm sido extensivamente estudados como agentes ansiolíticos e anti-estresse, com potencial para estabilizar o humor através de diversos mecanismos, mediados ou não por receptores canabinoides.
Por exemplo, a ativação de receptores de serotonina pelo canabidiol leva à inibição do neurotransmissor excitatório glutamato e aumento do GABA.
Dessa forma, é possível atenuar os estados de estresse e facilitar a recuperação comportamental e emocional em transtornos de humor.
Quais os benefícios comprovados da Cannabis para tratar Borderline?
O sistema endocanabinoide (SEC) é influenciado pelo estresse e, ao mesmo tempo, regula a resposta ao estresse, conforme citado pelo estudo Targeting the Endocannabinoid System in Borderline Personality Disorder: Corticolimbic and Hypothalamic Perspectives.
De acordo com o estudo, a vulnerabilidade do SEC é um dos fatores de risco para o desenvolvimento de transtornos do humor mais tarde na vida.
Além disso, as complexas interações do sistema endocanabinoide, tanto na regulação quanto na sua própria sensibilidade ao estresse, podem influenciar nos sintomas de Borderline.
Isso porque esse transtorno é caracterizado por flutuações emocionais e funcionais, aumentadas em situações estressantes.
O estudo também cita que uma melhoria no sistema endocanabinoide pode ser observada nas fases de remissão do TPB, enquanto uma disfunção contribui para as crises em pessoas com a condição.
Os sintomas de Borderline também podem ser neutralizados pelo aumento dos níveis de anandamida.
Vale lembrar que o canabidiol é um importante precursor de anandamida, capaz de influenciar positivamente os níveis de serotonina e, consequentemente, o bem-estar geral.
Os pesquisadores concluíram, então, que tratamentos que visam os receptores canabinoides, como aqueles à base de Cannabis, são promissores para ajudar pessoas com TPB, que carecem de mais ferramentas para aliviar os sintomas desse transtorno.
Outro estudo publicado na revista Brain Science corrobora com esses achados.
Este estudo envolveu sete indivíduos diagnosticados com Borderline, submetidos a tratamento com medicamentos à base de Cannabis.
Os participantes foram submetidos a avaliações iniciais e acompanhados um mês após o início do tratamento.
A melhoria dos sintomas foi avaliada por meio de escalas de avaliação preenchidas tanto pelo participante quanto pelo psiquiatra.
Os resultados sugerem que os tratamentos com Cannabis foram eficazes e bem tolerados, com seis participantes relatando uma melhoria significativa nos sintomas e no funcionamento geral.
Como iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal?
Iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal pode ser uma jornada desafiadora para muitos pacientes, especialmente devido à escassez de médicos prescritores especializados nessa área.
No entanto, é uma opção valiosa, especialmente para pessoas que sofrem com sintomas de Borderline.
A dificuldade em encontrar médicos que prescrevam Cannabis medicinal é resultado da extensa burocracia no Brasil e do estigma associado ao uso da planta.
No entanto, as novas pesquisas continuam a demonstrar os benefícios da Cannabis para uma variedade de condições médicas, incluindo o TPB, e mais médicos estão se abrindo para essa opção de tratamento.
Uma maneira de facilitar o acesso ao tratamento com cannabis medicinal é através de plataformas, como a do portal Cannabis & Saúde, que oferece serviços de agendamento e suporte para pacientes em busca de tratamento com Cannabis.
Aqui, você pode encontrar médicos prescritores de Cannabis medicinal e prontos para fornecer orientação sobre o uso da planta para fins terapêuticos.
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Perguntas frequentes sobre os sintomas de Borderline
Abaixo estão algumas respostas para perguntas frequentes sobre os sintomas do Borderline:
1. Como acalmar um Borderline em crise?
Quando uma pessoa com TPB está em crise, é importante abordar a situação com calma e compreensão.
Oferecer apoio emocional, ouvir atentamente sem julgamento e incentivar a busca por ajuda profissional são passos importantes.
Estratégias de autorregulação emocional, como técnicas de respiração profunda ou mindfulness, também podem ser úteis.
2. Como saber se a pessoa é bipolar ou Borderline?
Ambos compartilham alguns sintomas, como mudanças de humor intensas. No entanto, há diferenças distintas entre os dois transtornos.
Enquanto o transtorno bipolar é caracterizado por episódios distintos de mania e depressão, o TPB envolve instabilidade emocional crônica, relacionamentos instáveis e uma imagem distorcida de si mesmo.
Uma avaliação completa por um profissional de saúde mental ajuda a diferenciar os transtornos.
3. O teste para identificar Borderline é confiável?
Os testes de triagem para Borderline podem fornecer informações úteis, mas não devem ser usados como diagnóstico definitivo.
Eles podem ajudar a identificar possíveis sintomas que justifiquem uma avaliação mais aprofundada por um profissional de saúde mental qualificado.
O diagnóstico de TPB geralmente é feito por meio de entrevistas clínicas detalhadas e avaliação do histórico médico e psiquiátrico do paciente.
Conclusão
Os sintomas de Borderline são altamente angustiantes tanto para o indivíduo afetado quanto para seus entes queridos.
Um dos mitos mais prejudiciais sobre este transtorno mental é a ideia de que as pessoas com TPB nunca serão capazes de superá-lo.
Essa crença é baseada em informações desatualizadas e é totalmente infundada.
Com o suporte adequado de um profissional de saúde e uso de Cannabis medicinal, aqueles que enfrentam sintomas de Borderline terão melhores ferramentas para superar seus desafios emocionais e comportamentos autodestrutivos.
Ao aprender a buscar ajuda e comunicar suas necessidades, a construção e manutenção de relacionamentos interpessoais saudáveis tornam-se não apenas possíveis, mas também uma parte natural do processo de recuperação.