No Lesoto, um pequeno país que faz fronteira com a África do Sul, o cultivo de Cannabis de uma empresa britânica se apresenta como um cultivo com práticas ESG. Voltada para a produção de matéria-prima para medicamentos, a fazenda está em um local com condições ótimas para o desenvolvimento das plantas, se integra com a população local, além de promover ações de sustentabilidade.
O cultivo para fins medicinais é regulamentado desde 2017 no país e a Morama Holdings começou a cultivar suas primeiras plantas em 2021. Assim, o grupo pretende se estabelecer no mercado cultivando Cannabis associada a valores ESG.
A sigla ESG
A adoção de práticas ESG se tornou mais do que um fator para que as empresas tenham melhoras na imagem. Em alguns países, como no Reino Unido, também permite acesso a linhas de crédito específicas, além de incentivar melhoras na produtividade em si.
O termo ESG vem da sigla em inglês para environmental, social and governance (meio-ambiente, social e governança na tradução livre) e mostraria o quanto uma empresa está buscando formas de minimizar o impacto ambiental, tem compromisso com um mundo socialmente mais justo e tem práticas transparentes de administração.
Portanto, o cultivo no Lesoto se apresenta como uma alternativa viável na indústria da Cannabis, indicando que esse mercado, que ainda está se desenvolvendo, pode ser um exemplo de implementação de práticas ESG.
O cultivo de Cannabis com credenciais ESG
Em comunicado no portal do Conselho da Indústria da Cannabis do Reino Unido, o CEO do grupo, Scott Henson detalhou como o cultivo de Cannabis aplica as práticas ESG. Você pode ler o comunicado completo aqui.
Environmental ou meio-ambiente
Para reduzir o impacto ambiental, a fazenda aproveita ao máximo a luz natural em combinação com iluminação LED para ter algum controle sobre as fases de crescimento da planta. Todavia, vale lembrar que o Lesoto é considerado o “país mais alto do mundo”, onde a região mais baixa está a 1,4 mil metros acima do nível do mar. Henson destacou que o cultivo orgânico também dispensa aditivos químicos que poderiam afetar o produto final.
“A Morama não descarta os substratos, mas amorosamente costura os nutrientes de volta à terra, para o rejuvenescimento e regeneração da terra. Isto é naturalmente decomposto por uma mistura diversificada de micróbios, fornecendo nutrição para a próxima colheita de uma forma totalmente orgânica. De acordo com isso, o controle de pragas também não depende de pesticidas químicos, mas sim de métodos naturais que envolvem insetos predadores e dissuasores/tratamentos naturais, garantindo uma coexistência genuinamente harmoniosa com o ambiente.”
Em 2023, uma estufa de Cannabis deixou o céu rosa no Canadá, gerando repercussão e expondo como os cultivos desse tipo consomem energia. O aproveitamento da luz natural reduz consideravelmente a necessidade de iluminação artificial e o consumo de eletricidade.
Uma ação voltada para o meio-ambiente do grupo se mistura com o S de social. Eles têm uma parceria com a Flame Tree Initiative, um projeto que envolve sustentabilidade e o desenvolvimento de projetos sociais e de empregabilidade no Malaui. Tanto a matéria vegetal que sobra, quanto os resíduos recicláveis são enviados para esse projeto que cria outras utilidades para esses insumos.
Social
Além de empregar a população local, são cerca de 50 funcionários de tempo integral e 30 temporários na época da colheita, existe um tipo de relação societária com a população local. O governo do Lesoto tem participação em 20% das ações do grupo Morama. Essa é uma condição para que a empresa possa atuar no país e acaba impactando pessoas de outras regiões, não só a da fazenda.
No comunicado, o CEO lembrou também que há boa mobilidade dentro da empresa.
“Queremos que as comunidades e a área sejam se desenvolvam pela nossa presença e orgulhamo-nos das oportunidades de promoção na empresa. Por exemplo, uma senhora que foi originalmente contratada para ajudar na limpeza, está agora ajudando na gestão do processamento [de matéria-prima].”
Governança
O fator da governança indica como a empresa faz a gestão de seus processos, como foco em transparência. Certamente uma característica que indica se a empresa colocou as práticas na sua cultura. No entanto, ainda é um desafio para a Morama.
Práticas ESG e os produtos com Cannabis para uso medicinal
Afinal, adotar práticas ESG influencia quem usa produtos com Cannabis? Sem dúvida. Uma característica da planta é absorver um volume tão grande de substâncias do solo, que o purifica. Caso o solo esteja contaminado ou tenha muitos produtos químicos, uma parte deles pode ir para o produto final de uso medicinal. Desse modo, pode desencadear reações adversas e alergias.
A melhor forma de se proteger desse tipo de contaminação é com a análise atenta do COA, o certificado de análise de um produto derivado da Cannabis. Ele fornece informações precisas sobre a pureza, composição e segurança daquele medicamento e oferece garantias da qualidade.
Nesse sentido, para ter acesso a produtos com Cannabis de qualidade aqui no Brasil, é fundamental ter o acompanhamento de um profissional da saúde. Ele é o mais indicado para orientar sobre a melhor dosagem e forma de uso, recomendando produtos com qualidade. Aqui na nossa plataforma de agendamentos, você pode marcar uma consulta com um dos nossos médicos e dentistas experientes na prescrição de canabinoides. Marque já uma consulta!