A tecnologia está em tudo. No dispositivo que permite que você leia esta matéria, na facilidade com que você se pode comunicar com as pessoas com quem trabalha, na sua TV, no seu carro e é possível que até no seu relógio.
Hoje, é quase impensável uma rotina minimamente funcional sem estarmos conectados. E as facilidades que a hiperconectividade nos trouxe são tangíveis e inegáveis. Mas elas parecem cobrar um preço que, quem paga, é nossa saúde mental.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Datafolha sobre a saúde mental dos brasileiros, foi possível observar que 38% das pessoas enfrentam uma pressão significativa em relação ao conteúdo que compartilham nas redes sociais, vivenciando um constante receio de julgamentos.
Além disso, um terço dessas pessoas relata experimentar uma considerável ansiedade em relação à aceitação de suas postagens. Estes resultados, divulgados em setembro de 2022, lançam luz sobre a complexa relação entre as interações online e o bem-estar psicológico.
Em uma recente entrevista com o neurologista e prescritor de Cannabis Dr. Valdir Silveira Afonso, o tema sobre os impactos da hiperconectividade, principalmente relacionados ao uso intensivo de smartphones foi explorado.
A discussão revelou uma visão alarmante sobre o uso intensivo desses dispositivos, destacando uma preocupação particular: a dependência neurofisiológica.
“Uma pesquisa alemã realizada pela Universidade de Heidelberg ressalta os riscos associados à dependência de dispositivos móveis, comparando essa dependência àquela relacionada a substâncias como a cocaína. Segundo as conclusões do estudo, dedicar mais de três horas diárias ao uso do celular pode desencadear alterações neurofisiológicas, apontando para uma relação preocupante entre a hiperconectividade digital e possíveis impactos na saúde mental. A pesquisa revela os efeitos adversos que a dependência do smartphone pode ter no organismo humano, equiparando-a, em termos de vício, ao consumo de substâncias entorpecentes”, pontua o médico.
Além disso, o neurologista faz um outro alerta, dessa vez, sobre práticas cada vez mais comuns de acelerar áudios e vídeos, “trata-se de uma adaptação à velocidade acelerada da vida moderna. No entanto, essa aceleração constante pode contribuir para o aumento da ansiedade e outros problemas de saúde.”
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Hiperconectividade e seus potenciais impactos negativos na saúde mental
A hiperconectividade refere-se ao estado de estar constantemente conectado a diversas formas de tecnologia e informações por meio de smartphones, computadores e outros dispositivos eletrônicos. Isso inclui a também a presença e interação nas redes sociais, o uso intensivo de aplicativos e a exposição contínua à informação digital.
Os potenciais impactos negativos da hiperconectividade na saúde pode englobar diversas questões, entre elas:
- Ansiedade gerada pela pressão de estar sempre disponível
- Distúrbios do Sono por conta do uso excessivo de dispositivos eletrônicos
- Isolamento social que prejudica as relações interpessoais
- Baixa autoestima e necessidade de validação constante
- Problemas físicos por conta do uso prolongado de dispositivos eletrônicos como dores musculares, fadiga ocular, distúrbios visuais e até mesmo problemas posturais.
Explorando um pouco mais esse último tópico, o neurologista destaca de maneira clara que o uso excessivo de smartphones, especialmente quando a tela está muito próxima aos olhos, pode acarretar problemas de visão, incluindo miopia.
E além disso, adverte sobre uma previsão alarmante de uma epidemia de miopia, atingindo potencialmente 52% da população mundial até 2050.
“Além da síndrome do pescoço tecnológico que está diretamente relacionada aos resultados da má postura causada pelo uso prolongado de dispositivos móveis, temos a lesão de mácula da retina por causa da luz do celular. Que pode ocorrer quando você foca a sua visão apenas na tela, a 30 centímetros, 40 centímetros na sua frente. Você começa a enxergar somente aquele campo visual muito pequeno. Ao longo dos anos, você vai desenvolver um quadro de miopia.”
Dependência tecnológica e procrastinação
O desenvolvimento de uma dependência excessiva da tecnologia pode levar à dificuldade de desconectar, prejudicando a qualidade de vida offline e isso inclui a redução da produtividade.
Para a médica Ana Caroline Santana de Lima, pós-graduada em Psiquiatria pelo IEP do Hospital Israelita Albert Einstein, a procrastinação é uma consequência inevitável causada pela hiperconectividade.
“Ao dedicarmos três a quatro horas diárias ao celular, especialmente em meio à frenética dinâmica das redes sociais, perdemos a noção do tempo, desperdiçando momentos que poderiam ser utilizados com maior eficácia.”
Cannabis medicinal: uma promissora aliada quando pensamos em saúde mental
É fundamental encontrar um equilíbrio saudável no uso da tecnologia, reconhecendo os benefícios, mas também conscientizando-se dos potenciais impactos negativos na saúde física e mental.
A hiperconectividade reflete as intricadas questões da saúde mental na era digital, destacando a necessidade de uma reflexão diante dos desafios contemporâneos e profissionais de saúde estão explorando abordagens inovadoras para lidar com os impactos que as tecnologias podem ter na saúde mental das pessoas.
Em meio a esse contexto, a atenção se direciona para opções seguras, e os produtos à base de Cannabis emergem como promissoras alternativas. No âmbito das discussões sobre saúde mental, a Cannabis se destaca como uma abordagem que merece consideração.
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