A história da médica, Bárbara Cury, na prescrição de Cannabis Medicinal é um mergulho corajoso e transformador no universo dos cuidados paliativos. Seu interesse começou há quatro anos, quando uma família a procurou em busca de alternativas para um paciente jovem.
“Nessa época, eu não tinha nenhum conhecimento sobre as aplicabilidades da Cannabis medicinal. Então, comecei a ler sobre o assunto e perceber as várias indicações que poderiam colaborar com a qualidade de vida mediante a doença irreversível desse paciente. Foi aí que procurei uma especialização”, revela.
Da dúvida à capacitação: uma jornada de aprendizado constante
Influenciada pelo seu professor, Vinícius Barbosa, a médica ingressou na primeira turma de certificação em Medicina Canabinoide da WeCann Academmy.
Neste trecho da conversa, a médica destaca o quanto essa capacitação foi relevante por abranger uma variedade de artigos atuais e, assim, fornecer as ferramentas necessárias para compreender e refletir sobre as estratégias que poderiam ser adotadas dentro da sua área de atuação.
“Minhas percepções iniciais foram muito positivas. Porém, comecei a prescrever bem devagar, com um certo receio no começo”, confessa.
Cautela é, sem dúvida, uma das marcas da prática da especialista em cuidados paliativos por acreditar que para usar a Cannabis, é essencial procurar um profissional preparado e que saiba lidar com isso.
“ Já encontrei pacientes com um pé atrás devido a experiências passadas, mas muitas vezes a falta de informação e orientação adequada contribui para essa resistência”, diz.
A médica defende que, para quebrar estigmas, informação e treinamento para os profissionais são chaves para desmistificar a Cannabis Medicinal. “É assim que vamos seguir em frente, derrubando barreiras e promovendo um uso seguro e consciente.”
Mesmo com uma abordagem inicial mais cautelosa, os primeiros resultados positivos em pacientes com dores neuropáticas e crônicas a encorajaram e a levaram a estudar cada vez mais. Essa capacitação não apenas a equipou com conhecimentos sólidos, mas também definiu os alicerces para uma prática inovadora.
Cannabis: uma ferramenta para dores intransponíveis
A médica destaca a relevância da Cannabis como uma ferramenta transformadora em dores complexas e incapacitantes. Ela mergulhou em casos de pacientes com dores crônicas, especialmente em situações de polifarmácia, onde múltiplas medicações se acumulam, resultando no que ela chamou de cascata iatrogênica.
“Minha rotina envolve lidar intensamente com a dor, seja ela oncológica ou de natureza complexa. Esses casos frequentemente trazem consigo uma carga significativa de medicamentos. Atualmente, sabemos dos prejuízos que a polifarmácia pode causar”, explica a médica.
Ela alerta sobre um ciclo preocupante: “Às vezes, a solução para um efeito colateral é simplesmente mais uma medicação, criando uma teia complexa. Chega um ponto em que estamos tratando os efeitos colaterais da medicação anterior com novos medicamentos. Isso é extremamente desafiador, e quem sofre as consequências é o paciente.”
Resultados transformadores e uma nova perspectiva em cuidados paliativos
Ao enfrentar dores complexas e incapacitantes no dia a dia com seus pacientes, Bárbara Cury viu na Cannabis Medicinal uma ferramenta valiosa. “A cannabis, pra mim, veio como uma ferramenta que trouxe resultados positivos, principalmente relacionado à dor neuropática e dores crônicas no geral,” enfatiza ela.
Ela conta ainda o caso marcante de uma paciente centenária, inicialmente sobrecarregada por uma cascata de medicações.
“A primeira vez que visitei uma paciente em casa, ela já tinha 100 anos e estava enfrentando distúrbios comportamentais, além de já estar sob o uso de várias medicações. Com a introdução da Cannabis Medicinal no tratamento, percebemos uma melhora considerável. Ela passou a dormir melhor e ter menos agitação durante o dia. Proporcionar isso para uma pessoa com uma idade tão avançada é gratificante e impacta bastante.”
O conforto e bem-estar do paciente como foco
Em sua trajetória profissional com a prescrição da Cannabis, Bárbara conta que teve pacientes que conseguiram fazer o desmame de benzodiazepínicos e comemora: “eu acho isso incrível! Hoje em dia, essa medicação vem sendo amplamente prescrita de maneira desenfreada e as pessoas têm ficado dependentes. Então toda vez que eu consigo tirar um benzodiazepínico, isso me marca muito.”
Cada feedback traz consigo uma importância imensurável. Pacientes compartilham experiências de melhoria no sono, alívio da ansiedade e enfrentamento de dores incapacitantes. Para a médica, a percepção de ser capaz de contribuir para o bem-estar desses pacientes, proporcionando conforto e a capacidade de realizar tarefas diárias sem dor, é a maior gratificação.
Ao lidar com sintomas motores significativos, ela destaca a dificuldade enfrentada por esses pacientes para realizar atividades básicas que, para nós, são cotidianas.
Esses entraves e obstáculos tornam-se uma realidade desafiadora para eles. No entanto, através da abordagem com a Cannabis Medicinal, a médica encontra meios de desbloquear essas limitações, proporcionando não apenas alívio físico, mas também uma chance de viver melhor.
“A Cannabis faz parte de um arsenal terapêutico. Representa mais um caminho. Mais uma possibilidade. Para isso, é fundamental que os profissionais sejam capacitados para que a prescrição seja feita de forma responsável e consciente. Dessa forma, ela tem muito a agregar”, conclui.
Agende sua consulta
Clique aqui e agende sua consulta com a Dra Bárbara Cury!
Na nossa plataforma de agendamentos, você encontra centenas de profissionais capacitados nas mais diversas áreas. Basta preencher um formulário simples e solicitar seu agendamento!