Muitos aqui podem estar se perguntando por qual motivo eu fiz essa suspensão e a resposta é bem simples. De fato, já temos diversos estudos mostrando que qualquer apresentação de maconha durante a gestação e aleitamento materno não são seguros.
Estudos em gestantes são difíceis de serem aprovados pelos comitês de ética, por uma razão super justificável: ninguém quer expor uma grávida e um feto a riscos desnecessários. Por isso, temos muitas limitações nos trabalhos científicos. Diversos produtos e medicamentos são contraindicados e pouquíssimos demonstraram segurança para serem usados neste período.
Uma metanálise, publicada no JAMA (The Journal of the American Medical Association), em 2022, com 16 trabalhos científicos, demonstrou a influência do uso da Cannabis durante a gestação e desenvolvimento fetal. Estes estudos nos mostraram um aumento de 38% de chance de recém-nascidos precisarem de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após o parto, de um risco dobrado de nascerem com baixo peso (abaixo de 2,5 kg), diminuição do perímetro cefálico (circunferência da cabeça) dos filhos de mães que não suspenderam a maconha, além de um risco 28% maior de um parto prematuro (antes de completar 37 semanas) nestas crianças.
Custo-benefício da Cannabis na gestação
São notáveis e indiscutíveis os benefícios da Cannabis em pacientes com Epilepsia refratária, espasmos em Esclerose Múltipla, Autismo, Câncer, Doença de Alzheimer e Parkinson, Dores crônicas etc.
Todavia, quando falamos deste tratamento para gestantes, precisamos estar atentos em relação à influência, tanto no decorrer da gestação e desenvolvimento fetal, quanto no desenvolvimento neurológico e cognitivo do bebê, quando estiver em aleitamento materno.
Casos em que a paciente já utiliza Cannabis por alguma patologia devem passar por avaliação juntamente com o seu médico. Da mesma forma, a conduta deve ser individual, considerando o melhor para a mãe e filho.
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Recentemente, realizamos a live “Cannabis no tratamento da dor”, que contou com a participação da médica anestesiologista, Dra. Renata Coutinho Areosa, CRM 173385 e RQE 117713.
Independentemente de você ter assistido à live ao vivo ou não, esta é uma oportunidade imperdível para aprofundar seu conhecimento sobre a atuação da Cannabis no tratamento da dor. Além disso, aqui você pode encontrar apoio na nossa comunidade. Veja a live abaixo: