Os medicamentos anti-inflamatórios representam uma classe comum de remédios amplamente utilizados para aliviar a dor, reduzir a febre e combater a inflamação.
Disponíveis em diversas variantes, todos os anti-inflamatórios compartilham um mecanismo de ação semelhante.
Eles atuam na inibição de um grupo específico de enzimas denominadas ciclooxigenases (COX), responsáveis pela produção de prostaglandinas.
Estes últimos são compostos bioquímicos com efeitos hormonais, regulando uma variedade de processos fisiológicos, desde a inflamação até o fluxo sanguíneo e a coagulação.
Os anti-inflamatórios podem ser encontrados sob o termo “não-esteroide (AINEs)” ou esteroidal.
Amplamente disponíveis sem necessidade de prescrição médica, os AINEs se diferenciam dos anti-inflamatórios esteroides, que requerem uma receita médica para aquisição.
Contudo, o uso prolongado de ambos os tipos pode acarretar uma série de complicações que podem superar seus benefícios iniciais.
Com isso em mente, é essencial compreender o funcionamento desses fármacos e explorar alternativas que possam substituí-los de forma segura.
Ao longo deste artigo, vamos desvendar os mecanismos por trás dos AINEs e examinar opções alternativas para garantir um uso mais equilibrado destes medicamentos.
Continue lendo para aprender sobre:
- O que é um anti-inflamatório?
- Quais são os tipos de anti-inflamatórios?
- Para que os anti-inflamatórios são usados?
- Quais são os efeitos colaterais dos anti-inflamatórios?
- O perigo da automedicação
- É seguro usar anti-inflamatório a longo prazo?
- Posso tomar anti-inflamatório com outros medicamentos?
- Existem alternativas naturais aos anti-inflamatórios?
- A Cannabis medicinal como um agente anti-inflamatório
O que é um anti-inflamatório?
Os medicamentos anti-inflamatórios são amplamente utilizados devido à sua eficácia contra inflamações, dores e febres.
O processo inflamatório é uma resposta natural do organismo a agressões, como infecções, ou lesões físicas, como cortes.
Por exemplo, quando há uma ferida, o corpo reage localmente, liberando substâncias que causam dor e outras que afetam os vasos sanguíneos, levando à dilatação, explicando assim o calor, a vermelhidão e o inchaço.
Isso desencadeia uma série de eventos químicos que resultam na liberação de substâncias inflamatórias, como prostaglandinas, prostaciclinas e interleucinas, e na ativação de células inflamatórias.
Essas alterações também são observadas nos exames de sangue, onde se nota um aumento no número de glóbulos brancos, na taxa de sedimentação e em parâmetros sanguíneos como PCR (proteína C reativa) e fibrinogênio.
Entretanto, os anti-inflamatórios têm como principal limitação o fato de atuarem apenas nos sintomas, sem tratar a causa subjacente.
Esses medicamentos agem inibindo a atividade da COX, responsável por desencadear a cascata inflamatória e gerar prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanos.
Além disso, eles têm efeitos na redução de febre e dor. Segundo a classificação da OMS para analgésicos, eles fazem parte do primeiro nível de alívio da dor (a morfina está no nível 3).
Por fim, também podem afinar o sangue, prevenindo a agregação das plaquetas em feridas.
Quais são os tipos de anti-inflamatórios?
Há dois tipos de anti-inflamatórios: os AINEs (anti-inflamatórios não esteroidais) e os corticosteroides (anti-inflamatórios esteroidais), ambos capazes de reduzir inflamações.
Contudo, os corticosteroides possuem um espectro de ação mais amplo.
Sendo assim, são usados para tratar alergias, doenças autoimunes, dores inflamatórias e até como auxiliares no tratamento contra o câncer.
Ambos os tipos são eficazes em diversas condições e têm uma potência considerável. Saiba mais sobre eles:
1. Não esteroides (AINEs)
Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) são medicamentos que ajudam a reduzir ou suprimir os sintomas relacionados com um fenômeno inflamatório.
Alguns estão disponíveis sem receita médica. Os AINEs, no entanto, não são isentos de riscos e podem ter efeitos secundários.
Os anti-inflamatórios não esteróides (AINEs) são medicamentos que têm quatro propriedades em comum:
- Eles são ativos contra a inflamação;
- Agem contra a dor;
- Eles ajudam a combater a febre;
- Também tornam o sangue mais fluido.
Cada uma dessas ações é mais ou menos forte, dependendo do anti-inflamatório em questão.
Os medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) atuam inibindo um grupo específico de enzimas em seu organismo, conhecidas como ciclooxigenases (COX).
Essas enzimas, por sua vez, ajudam na aceleração da produção de substâncias semelhantes a hormônios chamadas prostaglandinas.
As prostaglandinas são responsáveis por desencadear a irritação das terminações nervosas.
Assim, geram a sensação de dor, além de participarem do sistema regulador da temperatura corporal.
Ao reduzir os níveis de prostaglandinas no organismo, os AINEs contribuem para o alívio da dor em condições como artrite, lesões musculares e fraturas ósseas.
Com isso, eles auxiliam na redução da inflamação, no controle das febres e na prevenção da coagulação sanguínea.
AINEs tradicionais incluem:
- Aspirina;
- Diclofenaco;
- Etodolac;
- Fenoprofeno;
- Flurbiprofeno;
- Ibuprofeno;
- Indometacina;
- Meclofenamato;
- Ácido Mefenâmico;
- Naproxeno;
- Oxaprozina;
- Piroxicam;
- Sulindac;
- Tolmetin;
- Celecoxib;
- Meloxicam.
Efeitos colaterais dos AINEs
Assim como qualquer medicamento, os AINEs prescritos podem ocasionar efeitos colaterais. Geralmente, esses efeitos não são graves e ocorrem com pouca frequência.
Alguns dos efeitos colaterais comuns dos AINEs prescritos incluem:
- Tontura;
- Dor de cabeça;
- Náusea;
- Diarreia;
- Excesso de gases;
- Constipação;
- Extrema fraqueza ou fadiga;
- Boca seca;
- Reações alérgicas severas (como dificuldade para respirar, urticária e inchaço dos lábios, língua ou rosto);
- Cãibras musculares, dormência ou formigamento;
- Ganho de peso rápido;
- Fezes escuras, com sangue ou alcatrão;
- Urina ou vômito com presença de sangue;
- Diminuição da audição ou zumbido nos ouvidos;
- Icterícia (amarelamento da pele e olhos);
- Cólicas abdominais;
- Azia;
- Indigestão.
2. Esteroides
Um anti-inflamatório esteroidal é conhecido por vários nomes, como corticosteroides, glicocorticoides e esteroide.
A cortisona, um hormônio esteroidal natural, é secretada pelas glândulas suprarrenais do corpo e atua na regulação das funções corporais essenciais.
Ela está envolvida no metabolismo do açúcar, fortalece as defesas imunológicas e auxilia no combate a alergias, estresse físico e distúrbios do sistema imunológico.
Além de suas funções fundamentais, o anti-inflamatório esteroidal possui propriedades glicocorticoides que contribuem para o alívio da inflamação.
Os glicocorticoides sintéticos, um tipo de anti-inflamatório esteroidal, são derivados farmacêuticos da cortisona natural.
Esses medicamentos trabalham como imunomoduladores e agentes anti-inflamatórios.
Ademais, um corticosteroide pode ser um anti-inflamatório natural, derivado do extrato do broto de groselha preta e do pinheiro silvestre.
O funcionamento dos anti-inflamatórios esteroidais é complexo.
Inicialmente, após a absorção pelo corpo, sua assimilação é rápida e cerca de 80% efetiva quando administrados por via oral.
Uma vez absorvidos, esses medicamentos se ligam aos receptores da membrana celular, o que permite regular a ação das células.
Eles têm a capacidade de influenciar a produção de proteínas inflamatórias, podendo aumentá-las ou diminuir a produção de moléculas inflamatórias, dependendo do contexto.
Para tratamento a curto prazo, esses medicamentos são utilizados em uma variedade de condições, como doenças broncopulmonares e otorrinolaringológicas.
Além disso, são eficazes no tratamento de doenças reumáticas (como artrite reumatoide, ciática), condições neurológicas (esclerose múltipla e paralisia facial), distúrbios digestivos (colite ulcerativa e doença de Crohn) e doenças renais.
Já em tratamento prolongado, os corticosteroides são recomendados para condições crônicas como doenças broncopulmonares (asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica).
Também são utilizados em doenças reumatológicas, como a polimialgia reumática, doença de Horton, artrite reumatoide, lúpus, vasculites, cânceres, doenças de pele, doenças inflamatórias do cólon e intestino e após transplantes.
Efeitos colaterais dos corticosteroides
Os efeitos colaterais destes medicamentos surgem em casos de uso prolongado. Entre os quais:
- Cansaço;
- Aumento dos níveis de açúcar no sangue;
- Diminuição das defesas corporais;
- Agitação;
- Insônia;
- Aumento de colesterol e de triglicerídeos;
- Dor de cabeça;
- Glaucoma.
Para que os anti-inflamatórios são usados?
Os anti-inflamatórios são frequentemente usados para aliviar ou eliminar sintomas associados a processos inflamatórios, especialmente em condições como:
- Dores leves a moderadas, como enxaquecas, dores de cabeça tensionais, dores de dente e dores corporais;
- Na reumatologia, para osteoartrite, reumatismo (como artrite reumatoide, espondilite anquilosante), dores lombares, entre outros;
- Na traumatologia, para entorses (tornozelo, joelho), distensões musculares, tendinites;
- Por outro lado, na ginecologia, é usado para alívio de dores menstruais.
No entanto, nem todos os anti-inflamatórios são igualmente eficazes para todos esses sintomas ou condições específicas. Por isso, não são intercambiáveis entre si.
Sendo assim, é preciso seguir a prescrição médica ou o aconselhamento do farmacêutico para o uso adequado desses medicamentos.
Também é importante destacar que em situações de infecção, como amigdalite, otite, varicela, tosse, rinofaringite em crianças ou adultos, o uso de anti-inflamatórios (como ibuprofeno e cetoprofeno) deve ser evitado devido ao risco de complicações infecciosas graves.
Nestes casos, o paracetamol é preferível para controlar febre ou dor.
Quais são os efeitos colaterais dos anti-inflamatórios?
Além dos citados acima, os anti-inflamatórios têm efeitos adversos conhecidos que podem afetar a mucosa gástrica, o sistema renal, cardiovascular, hepático e hematológico.
Os efeitos adversos gástricos decorrem da inibição da COX-1, essencial para a produção de prostaglandinas que protegem a mucosa gástrica.
Pacientes com histórico de úlceras são mais suscetíveis, e o uso seletivo de anti-inflamatórios COX-2 pode representar menor risco nesses casos.
No sistema renal, a inibição das prostaglandinas pode impactar a hemodinâmica renal.
Em pacientes com função renal comprometida, a redução das prostaglandinas pode levar a complicações como disfunção renal aguda, distúrbios eletrolíticos e síndrome nefrótica ou nefrite intersticial.
Eventos adversos cardiovasculares, como infarto do miocárdio, eventos tromboembólicos e fibrilação atrial, podem ser exacerbados com o uso de anti-inflamatórios.
Isso, em especial, ocorre com o diclofenaco, que parece apresentar uma incidência maior desses eventos.
Possíveis efeitos adversos hematológicos podem ocorrer devido à sua atividade antiplaquetária.
Tal efeito é mais problemático em pacientes com histórico de úlceras gastrointestinais ou distúrbios que afetam a coagulação sanguínea.
Por fim, efeitos adversos menores, como reações cutâneas e respiratórias, como urticária e doenças respiratórias agravadas pela aspirina, também podem ocorrer.
O perigo da automedicação
A automedicação com anti-inflamatórios é bastante comum, uma vez que parte destes medicamentos são vendidos sem a necessidade de receita médica.
No entanto, seu uso sem orientação pode ser perigoso por diversos motivos.
Primeiramente, esses medicamentos causam efeitos colaterais adversos, especialmente quando tomados sem a supervisão de um profissional de saúde.
Problemas gastrointestinais, como úlceras, hemorragias e irritação no estômago, são comuns com o uso excessivo ou inadequado desses medicamentos.
Além do mais, a automedicação pode mascarar sintomas de condições subjacentes mais graves.
O alívio temporário da dor ou inflamação pode levar à negligência em relação a problemas de saúde subjacentes que precisam de atenção médica específica.
Há também riscos associados à interação medicamentosa. Os anti-inflamatórios podem interagir com outros medicamentos que a pessoa já esteja tomando.
Também aumenta o risco de efeitos colaterais ou diminuindo a eficácia de um ou ambos os medicamentos.
Portanto, é preciso consultar um profissional de saúde antes de iniciar qualquer tratamento com anti-inflamatórios.
Dessa forma, o médico pode avaliar adequadamente a necessidade do medicamento.
Assim, ele vai prescrever a dosagem correta e monitorar qualquer efeito colateral ou interação medicamentosa, garantindo um uso seguro.
É seguro usar anti-inflamatório a longo prazo?
Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), quando utilizados por períodos prolongados, podem aumentar o risco de efeitos colaterais gastrointestinais, como úlceras, sangramento no estômago e problemas renais.
Sendo assim, seu uso leva a complicações gastrointestinais, especialmente em indivíduos predispostos a problemas digestivos.
Além do mais, o uso prolongado de AINEs pode afetar adversamente o sistema cardiovascular.
Estudos apontam que alguns AINEs podem influenciar negativamente a pressão arterial e a função dos rins, resultando em complicações graves.
Os corticosteroides, por outro lado, quando utilizados a longo prazo, também apresentam riscos.
Podem causar efeitos colaterais como supressão do sistema imunológico, osteoporose, ganho de peso, diabetes, pressão alta, catarata e glaucoma, entre outros.
No entanto, em certas condições crônicas, como artrite reumatoide ou outras doenças autoimunes, o uso dos anti-inflamatórios deve ser constante.
Neste caso, cabe ao médico e ao paciente buscarem alternativas de anti-inflamatórios que apresentem benefícios capazes de superar os riscos.
A segurança do uso prolongado de anti-inflamatórios varia entre os indivíduos e precisa ser monitorada por um profissional de saúde.
Em cenários onde o uso de anti-inflamatórios é constante, médicos devem recomendar estratégias para minimizar os riscos.
Posso tomar anti-inflamatório com outros medicamentos?
É preciso considerar as interações medicamentosas ao tomar anti-inflamatórios, uma vez que podem ocorrer interações que afetam a eficácia do tratamento ou aumentam o risco de efeitos colaterais adversos.
Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e os corticosteroides podem interagir com uma variedade de medicamentos.
Por exemplo, o uso concomitante de AINEs com medicamentos anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários, como a aspirina ou o clopidogrel, aumenta o risco de sangramento gastrointestinal.
Por outro lado, certos antidepressivos, como os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs), aumentam o risco de sangramento quando combinados com AINEs.
A administração simultânea de AINEs e medicamentos para pressão arterial, como inibidores da ECA (enzima conversora de angiotensina) ou betabloqueadores, pode reduzir a eficácia desses medicamentos no controle da pressão arterial.
Portanto, pacientes com pressão alta devem estar em alerta.
No caso dos corticosteroides, a interação com alguns medicamentos pode ser preocupante.
Por exemplo, o uso simultâneo de corticosteroides com medicamentos antidiabéticos aumenta os níveis de glicose no sangue, dificultando o controle do diabetes.
A combinação de corticosteroides com alguns antibióticos também agrava o risco de arritmias cardíacas.
Outras interações ocorrem com medicamentos como os anticoagulantes, alguns diuréticos, metotrexato, fenitoína, entre outros.
Existem alternativas naturais aos anti-inflamatórios?
Alguns suplementos naturais, como os ácidos graxos ômega-3, curcumina e zinco, demonstram potencial para reduzir a inflamação.
Como você aprendeu até aqui, a inflamação é uma reação do corpo diante de irritações, infecções e lesões.
Enquanto a inflamação de curto prazo atua como proteção, a inflamação crônica pode resultar em dor e danos prolongados, como no caso da artrite.
Os medicamentos anti-inflamatórios são úteis no combate à dor e à inflamação crônica, mas seu uso não é apropriado para todos, e o uso prolongado pode acarretar complicações e efeitos colaterais.
Com isso em mente, existem alternativas naturais que podem ajudar a diminuir o uso de anti-inflamatórios, entre as quais:
1. Ômega-3
Os ácidos graxos ômega-3, encontrados em abundância em peixes gordurosos como salmão e atum, representam um dos suplementos anti-inflamatórios mais eficazes.
Eles têm a capacidade de combater vários tipos de inflamação, incluindo a inflamação vascular, um fator de risco significativo para doenças cardíacas e ataques cardíacos.
No entanto, assim como muitos medicamentos anti-inflamatórios prescritos, os ômega-3 e o óleo de peixe podem aumentar o risco de sangramento.
Sendo assim, seu uso é desaconselhável para pessoas com distúrbios hemorrágicos ou que estejam tomando anticoagulantes.
2. Curcumina
A curcumina é um composto presente no açafrão e membro da família do gengibre.
Este composto demonstrou em vários estudos sua capacidade de reduzir a inflamação em condições crônicas como artrite, doença inflamatória intestinal e psoríase.
Evidências sugerem que a eficácia da curcumina é comparável à do diclofenaco, um AINEs.
É seguro consumir a curcumina em doses baixas, porém, doses mais elevadas podem aumentar o risco de sangramento.
Da mesma forma, a curcumina pode elevar o risco de sangramento em pessoas que fazem uso de anticoagulantes ou sofrem de distúrbios hemorrágicos.
3. S-adenosilmetionina
A S-adenosilmetionina (SAM-e) é uma substância naturalmente produzida pelo corpo que ajuda na regulação epigenética dos genes.
Esse processo afeta a expressão e o comportamento gênico, modulando a atividade de alguns genes e alterando o efeito de outros.
Profissionais médicos ocasionalmente recomendam o suplemento de SAM-e para ajudar no gerenciamento de sintomas de depressão, osteoartrite e certas condições hepáticas, uma vez que a inflamação pode estar envolvida em cada uma dessas condições.
Estudos clínicos sugeriram que o SAM-e pode aliviar a dor e a inflamação associadas a vários tipos de artrite, às vezes em paralelo com a ação dos AINEs.
No entanto, o SAM-e pode interagir com uma ampla gama de medicamentos, sendo fundamental buscar orientação médica antes de começar a tomá-lo.
4. Zinco
Algumas pesquisas indicam a eficácia do zinco como um potente anti-inflamatório capaz de fortalecer o sistema imunológico e reduzir marcadores de inflamação.
A suplementação com zinco pode reduzir a inflamação e o estresse oxidativo, contribuindo para a diminuição do risco de várias condições, incluindo o câncer, além de reduzir as taxas de infecção nesse grupo.
No entanto, a ingestão de zinco deve ser moderada. A dose diária recomendada é de 11 mg para homens e 8 mg para mulheres.
Ingerir mais de 40 mg diariamente pode ser prejudicial, afetando a função imunológica e reduzindo os níveis de colesterol saudável.
Além disso, o zinco pode interagir com outros suplementos e medicamentos, como cálcio, diuréticos e certos antibióticos.
Portanto, é importante consultar um profissional de saúde antes de iniciar a suplementação.
A Cannabis medicinal como um agente anti-inflamatório
A planta de Cannabis contém mais de 450 substâncias diferentes. Essas substâncias, em geral, ativam os dois receptores CB1 e CB2 do nosso sistema endocanabinoide, influenciando a atividade anti-inflamatória do corpo.
A Cannabis e os canabinoides, especialmente o CBD, são agentes anti-inflamatórios bem reconhecidos que são cada vez mais utilizados no tratamento de distúrbios relacionados à inflamação.
Os canabinoides se mostram uma opção terapêutica promissora no contexto de doenças inflamatórias, dada a relação completa e complexa entre o sistema endocanabinoide e o sistema imunológico.
A ativação dos receptores canabinoides CB1 e CB2 desencadeia um estado anti-inflamatório ao aumentar a produção de citocinas anti-inflamatórias e reduzir os níveis de citocinas pró-inflamatórias.
O CB2, presente principalmente nas células do sistema imunológico, ajuda na regulação da resposta imunológica.
Os canabinoides agem de maneira distinta em relação a agentes como os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), o que os torna livres dos efeitos adversos associados a esses últimos.
Estudos indicam que os flavonoides, derivados não-canabinoides encontrados na planta de Cannabis, são cerca de 30 vezes mais potentes do que a aspirina na inibição da ciclooxigenase (COX).
Por outro lado, de acordo com um estudo da Universidade Federal de Campinas, o THC demonstra ser 80 vezes mais potente do que a aspirina e duas vezes mais eficaz do que a hidrocortisona.
Entre os efeitos dos canabinoides, destaca-se a modulação imunológica com a supressão do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e outras citocinas, resultando em uma atividade anti-inflamatória poderosa.
O CBD, por outro lado, reduz a produção de TNF-α e estimula uma redução na atividade da enzima FAAH, aumentando a produção de anandamida, um endocanabinoide com propriedades anti-inflamatórias.
Os principais mecanismos anti-inflamatórios induzidos pelos canabinoides também incluem a indução da apoptose, a inibição da proliferação celular, a redução da produção de citocinas inflamatórias e a promoção de células T-reguladoras.
Quais os benefícios comprovados da Cannabis?
A literatura atual sobre os efeitos anti-inflamatórios da Cannabis é vasta.
Uma meta-análise intitulada Cannabis and Inflammatory Mediators encontrou achados que mostram o potencial anti-inflamatório da Cannabis.
De acordo com o estudo, os extratos da planta de Cannabis têm a capacidade de ajustar a função do sistema imunológico.
Esse ajuste ocorre porque esses extratos atuam como reguladores secundários.
Além disso, o receptor canabinoide CB2 é encontrado em células do sistema imunológico, controlando a movimentação celular e a liberação de citocinas que controlam a inflamação.
Outro estudo, intitulado The Anti-Inflammatory Properties of Terpenoids from Cannabis, aborda o efeito anti-inflamatório dos terpenos da Cannabis.
Neste estudo, foram examinados óleos essenciais derivados da Cannabis quanto ao seu conteúdo de terpenos.
Estes extratos foram avaliados por suas propriedades anti-inflamatórias em testes in vitro e in vivo.
Em ambos os testes, os três óleos essenciais ricos em terpenoides mostraram atividades anti-inflamatórias moderadas, sem alterar os níveis de fator de necrose tumoral alfa (TNFα).
No entanto, nenhum dos óleos essenciais mostrou eficácia comparável ao CBD puro.
Por fim, outro estudo que merece ser mencionado é o Oral anti-inflammatory activity of cannabidiol, a non-psychoactive constituent of cannabis, in acute carrageenan-induced inflammation in the rat paw.
O estudo investigou os efeitos anti-inflamatórios e anti-hiperalgésicos do canabidiol administrado por via oral (5–40 mg/kg) uma vez ao dia durante três dias após o início da inflamação aguda em ratos.
Ao término do tratamento, foram avaliados os níveis plasmáticos de radicais livres derivados do oxigênio nos tecidos inflamados da pata dos ratos.
O estudo conclui que o canabidiol administrado por via oral demonstrou ter efeitos benéficos em sintomas de inflamação estabelecida, tais como edema e hiperalgesia.
Como iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal?
Iniciar um tratamento com Cannabis medicinal requer alguns passos importantes, sendo o primeiro deles a busca por orientação médica de um profissional capacitado e experiente em terapias com Cannabis.
Este profissional avaliará o histórico médico do paciente, discutirá os sintomas e condições a serem tratados.
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Conclusão
Como você viu, os anti-inflamatórios são responsáveis pelo alívio dos processos inflamatórios no corpo humano, ajudando a reduzir a dor e o inchaço associados a diversas condições.
Nesse sentido, a Cannabis medicinal se apresenta como um agente anti-inflamatório bem estabelecido, oferecendo uma abordagem sem efeitos colaterais e muito efetiva para lidar com a inflamação.
Seus compostos ativos, como os canabinoides e terpenoides, demonstraram capacidade de modular a resposta imunológica.
Também podem inibir a produção de substâncias pró-inflamatórias, contribuindo para a redução do processo inflamatório.
O uso da Cannabis medicinal como agente anti-inflamatório tem despertado interesse devido à sua eficácia e à busca por alternativas terapêuticas mais naturais.
Portanto, se você ficou interessado no uso da Cannabis para o tratamento de condições inflamatórias, conte com o apoio e expertise dos médicos do portal Cannabis & Saúde para maiores orientações.