Na próxima semana, entre os dias 27/11 e 01/12, a Câmara dos Deputados vai abrir suas portas pela primeira vez para uma exposição que promete revolucionar a percepção dos parlamentares sobre o cânhamo e a Cannabis. Com o nome Cânhamo: uma revolução agrícola não psicoativa, a mostra vai trazer informações e produtos que destacam a versatilidade desta planta.
A exposição, gratuita e aberta ao público, vai trazer alguns produtos feitos com a fibra do cânhamo. As peças estarão à mostra no Espaço Mário Covas do Anexo 2, na Câmara dos Deputados e o horário de visitação é das 9h às 17h.
Essa é uma iniciativa do Instituto InformaCann com o apoio da deputada federal Carol Dartora, com o suporte dos parlamentares Sâmia Bomfim, Túlio Gadelha, Luciano Ducci, Bacelar e Talíria Petrone.
O enorme potencial do cânhamo
A exposição Cânhamo: uma revolução agrícola não psicoativa se inicia justamente no dia escolhido para ser o Dia da Cannabis Terapêutica no estado de Goiás, 27 de novembro. Dessa forma, o objetivo da mostra é dar visibilidade para as muitas possibilidades que o cânhamo pode oferecer. Tratamos frequentemente aqui no Cannabis & Saúde sobre o uso medicinal da planta, no entanto também podemos desfrutar das capacidades dessa planta para fins industriais.
A fibra de cânhamo é a matéria-prima para mais de 25 mil produtos industrializados que vão da construção de casas até a produção de plástico e papel biodegradável. Estimativas preveem que o cultivo dessa variedade de Cannabis no Brasil poderia aquecer a economia, gerar empregos e turbinar os cofres públicos. De acordo com as previsões, seriam R$5 bilhões em vendas, R$330 milhões em impostos e mais de 300 mil novos empregos diretos.
O deputado federal Luciano Ducci propôs um projeto de lei que cria um marco legal para o cultivo da Cannabis para fins industriais e medicinais. A proposta dele está tramitando no Congresso desde 2015, sem previsão de avançar. O parlamentar pontuou que é fundamental que esse tema avance para o Brasil ganhar competitividade junto a outros países.
“A discussão sobre o cultivo do cânhamo no Brasil não deveria jamais estar relacionada a pautas de costumes. Somos os maiores produtores agrícolas do mundo e temos todas as condições de participar deste mercado mundial que já é realidade. O Brasil não pode continuar atrasado, perder economicamente para países que têm bem menos vocação agrícola, por conta de preconceitos e falta de informação. O projeto de lei 399, do qual sou relator e que está em tramitação na Câmara, estabelece regras para toda a cadeia produtiva da Cannabis e especificamente para o cânhamo. São regras que trazem segurança nos cultivos, para quem quer investir no nosso país e também nos colocam num patamar de produção similar ao da China, Canadá, Estados Unidos. É urgente avançarmos neste assunto.”
Cultivo sustentável contra a crise climática
Um outro ponto que a mostra Cânhamo: uma revolução agrícola não psicoativa destaca é a sustentabilidade. Nesse sentido, análises apontam para o potencial da planta para combater as mudanças climáticas em diversos aspectos. Além do bioplástico de cânhamo ser uma alternativa sustentável ao plástico derivado do petróleo, o cultivo da planta também merece um olhar mais aprofundado. Estima-se que um hectare poderia absorver de 10 a 20 toneladas de dióxido de carbono (CO2) em um período de 3 a 4 meses.
Mais do que ser uma alternativa ao plástico, o cânhamo também tem potencial para ser uma opção à soja, na produção de ração animal, e ao algodão, na produção de tecido. Os anos de proibição contribuíram para que não notássemos tudo que esse vegetal tem para oferecer.
Além disso, no segundo dia em que a mostra estará no Congresso, os deputados Chico Alencar e Erika Hilton vão realizar a Audiência Pública Regulamentação da Cannabis para Fins Terapêuticos e do Cânhamo Industrial, na quarta-feira, 29/11, às 14h. O debate vai acontecer no Plenário 3 da Casa e será transmitido pela TV Câmara.
Cânhamo precisa de regulação
Existem algumas ações no Poder Legislativo e no Poder Judiciário sobre o cultivo do cânhamo no Brasil. Nas Câmaras de Deputados estaduais e federal há projetos de lei tramitando que preveem o uso industrial da planta. Por outro lado, no Judiciário, as ações estão suspensas até uma posição do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Nesse sentido, a mostra tem o objetivo de sensibilizar os parlamentares sobre a importância da regulamentação do cultivo da Cannabis para fins medicinais e industriais. Visite a exposição Cânhamo: uma revolução agrícola não psicoativa, no Espaço Mário Covas, no Anexo 2 da Câmara dos Deputados, em Brasília. O atendimento à imprensa é pelo telefone (61) 98301-5554.