Felipe Cavalcanti, programador e paratleta de natação, compartilhou com o Portal Cannabis & Saúde como um acidente doméstico tirou os movimentos do corpo e de que forma a Cannabis e o esporte resgataram a qualidade de vida e a autoestima do carioca
“Eu estive em seis UTIs em 2021. Três internações sem o óleo (Cannabis) e três com óleo e a experiência é outra. O extrato da Cannabis melhorou o sono e trouxe tranquilidade de estar ali no meio de uma UTI ouvindo aquele bip, bip, bip e ver gente morrendo ao seu lado”.
O depoimento é do número cinco no ranking de paratletas brasileiros de natação. O esporte e a Cannabis atuaram como uma forma de resgate na vida do Felipe Cavalcanti de 40 anos.
Há dois anos e 11 meses o programador ficou tetraplégico depois que os pilares de uma rede caíram com o peso dele e da então namorada. O impacto da estrutura na cervical de Felipe comprometeu a coluna e os movimentos das pernas e braços.
Bate o desespero
“Primeiro momento bate um desespero. A gente acha que o mundo acabou. Mas aos poucos a gente vai recuperando a autonomia. O ideal é não se cobrar muito. Não se apressar, não pular etapas”.
Essa é a dica que o Felipe dá a quem enfrentar uma situação similar. “Aos poucos a gente vê que ainda há vida! Dá para viver e curtir, o esporte ajuda muito nisso e a Cannabis também”.
Para o esportista, não há razões para que os médicos ignorem a modulação do Sistema Endocanabinoide, presente no corpo de todos os vertebrados. “A Cannabis é um fitoterápico como outro qualquer. Não deveria ser algo nem próximo de uma tarja preta”, avalia Cavalcanti.
Cannabis como salvação
Segundo o programador, a Cannabis foi a salvação no pós-trauma. “Logo depois do acidente eu sentia muita dor no pescoço, foram meses de dor. Tentaram me dar pregabalina, opioides, aí eu fui desmandando por conta própria com a Cannabis”.
O paratleta conta que não conseguia dormir por causa da dor e tudo foi melhorando aos poucos a partir do uso medicinal da planta.
“De início, a Cannabis ajudou a controlar a dor e melhorou o sono. Hoje em dia tenho uma inflamação por causa do treino, porque faço tudo com um braço só. Então, estou tomando CBN (canabinol) e CBG (canabigerol) para desinflamar, e tem ajudado”.
Outros paratletas têm se beneficiado
Além do Felipe, outros paratletas também têm utilizado a Cannabis para tratar dores, recuperação muscular, ansiedade, insônia e autismo, por exemplo.
“No time, outros três atletas tomam o extrato da Cannabis e eles são autistas. Não é por causa de dor. O professor disse que um deles, em específico, só passou a se concentrar e nadar com mais foco depois do óleo, do contrário, não parava quieto”, relata o atleta.
Muita gente no armário
Ele conta que depois de ter revelado usar a Cannabis, muita gente do meio começou a dizer que os filhos também estavam tomando. “Muita gente ainda fica no armário, né”, questiona Cavalcante.
De acordo com o programador, o incentivo para entrar de cabeça nos esportes veio da professora Patrícia Guanais do Sarah Kubitscheck, hospital de referência na reabilitação de traumas.
Esporte trouxe vida
“A pessoa te coloca numa piscina pós acidente, e a gente se sente um saco de batatas ou uma bigorna afundando. Mas aí, foi fluindo. Depois me levaram para nadar como Marcão na Universidade de Brasília, e com 40 dias me classifiquei em oitavo”, lembra.
Hoje, o atleta já está em quinto no ranking brasileiro. E para além da boa pontuação, Felipe viu no esporte uma oportunidade de negócio.
Novos negócios
“Vendo essa dificuldade de entender o ranking, quem são os melhores de cada nado, o tempo mínimo, médio e máximo por classe. Tive a ideia de criar a Athlevo. Nessa plataforma reuni todos os dados de todas as provas oficiais (natação paralímpica) internacionais e brasileiros. O objetivo é ser capaz de extrair estatísticas que possibilitem tanto o treinador, como o atleta, entender o cenário nacional e internacional e poder planejar melhor a evolução do atleta”, revela.
No esporte paraolímpico os atletas são divididos em classes de acordo com o grau de comprometimento físico de cada um. Os juízes se reúnem para tentar equalizar as deficiências de forma justa na competição.
De acordo com o Felipe, os atletas são divididos em categorias que vão do S1 ao S20. “Quanto menor o número, maior a lesão. Hoje, a gente não tem noção com facilidade de quem são os melhores paratletas, e estatísticas por nado/classe, ficando difícil comparar o desempenho com outros atletas. A partir da Athlevo, esse mar de informações está na mão dos atletas e treinadores”, conclui.
O uso medicinal da Cannabis já é legal no Brasil
No Brasil, o uso medicinal da planta já tem regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio das RDC 660 e RDC 327. No entanto, é preciso que haja prescrição médica.
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