Nossa live “Bate-Papo com Eduardo Suplicy” foi repleta de insights valiosos, histórias inspiradoras e informações essenciais sobre a Doença de Parkinson e acesso aos produtos à base de Cannabis. O deputado Eduardo Suplicy relatou como sua saúde está sendo impactada pelo tratamento com Cannabis para a condição que é a segunda doença degenerativa mais comum do mundo.
O diagnóstico do Parkinson e o tratamento com Cannabis
“Após o diagnóstico conheci a Dra. Luana Oliveira. E também o Dr. Francisney Nascimento, que acompanha os trabalhos dos pacientes da Dra. Luana. Para mim o que aconteceu com os remédios que foram passados é que, por exemplo, uma dor na perna esquerda que eu tinha, passou. Porém o que continua ainda é um certo tremor. Não é impeditivo de eu poder me alimentar. Mas eu tenho notado e acredito que possa diminuir esse tremor nas mãos e confio nas recomendações da Dra. Luana”, pontou o político logo no início da sua fala.
A história de Suplicy com a Cannabis
O diagnóstico da doença de Parkinson é um processo complexo que geralmente envolve a avaliação clínica de mais de um profissional de saúde especializado. Não existe um único teste definitivo para o diagnóstico de Parkinson, e os médicos utilizam uma combinação de históricos médicos, exames físicos, e, em alguns casos, testes adicionais para chegar a uma conclusão. Neste sentido, o deputado explicou que seu diagnóstico aconteceu há aproximadamente um ano através do seu médico geriatra Dr. Nelson Carvalhaes. E foi então que conheceu a neurologista Dra. Luana Oliveira e as possibilidades terapêuticas da Cannabis.
“Após alguns exames meu médico disse que eu estava com Doença de Parkinson leve. E foi aí então que conheci melhor diversas experiências da Cannabis medicinal no tratamento desta doença. Igualmente conheci algumas mães como a Cidinha Carvalho e a Mônica. Desde então me interessei muito pelo assunto. Sou amigo do deputado federal Paulo Teixeira que agora é ministro do Desenvolvimento Agrário. Ele sempre teve uma atitude de procurar legalizar o uso da Cannabis medicinal como deputado federal e tem projetos que ainda estão por ser apreciados e acredito que a serem aprovados. Visitei associações e é comovente o que os pais nos transmitiram como é que suas crianças melhoraram consideravelmente graças à Cannabis medicinal. De fato a Cannabis tem contribuído muito para melhorar a qualidade de vida de pessoas que tenham patologias”.
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Advogada e médica também presentes na live
Além do Deputado, contamos em nossa live com a presença da neurologista e integrante do núcleo de cannabis medicinal do Hospital Sírio-Libanês Dra. Luana Oliveira. E também da renomada advogada Maria José Delgado.
A antiga relação da Cannabis no tratamento do Parkinson: desde o século XIX
“Gostaria de colocar que eu e os demais colegas que utilizam a Cannabis no tratamento do Parkinson não estamos fazendo exatamente uma coisa nova. Pois no século XIX neurologistas já utilizavam a Cannabis no tratamento de pacientes com Parkinson. Porém, após este período a planta passou por uma série de proibições. Mas isto foi retomado e atualmente há muitos estudos. Só no último ano foram mais de 3 mil estudos publicados sobre o tema para diferentes doenças. Então estamos retomando com um velho jogador na verdade. E o uso da Cannabis no Parkinson tem uma base fisiopatológica. Pois o nosso cérebro é repleto de receptores CB1, receptores que servem tanto para os nossos endocanabinoides e também como os externos presentes na Cannabis. Os receptores CB1 estão ricamente distribuídos nos núcleos da base, que são locais no cérebro responsáveis pelos nossos ajustes de movimentos. Então tem uma base científica para esse uso”, pontuou Dra. Luana Oliveira. Veja a entrevista com Dra. Luana aqui.
Estamos evoluindo em relação à regulamentação da Cannabis?
Quando questionada sobre a regulação da Cannabis no Brasil, a advogada Maria José Delgado defendeu que sem dúvidas estamos em constante progresso:
“Quando você olha a história, desde 2014 nós evoluímos bastante e quando a gente olha, por exemplo, para o cenário regulatório da Anvisa há vários marcos legais. Há uma construção robusta não só pela RDC 327 ou RDC 660, mas outras tantas resoluções que trouxeram a possibilidade disso acontecer e de ser uma realidade no Brasil”.
A importância de Eduardo Suplicy assumir o tratamento com Cannabis
Hoje no Brasil 430 mil pessoas utilizam Cannabis em seus tratamentos de saúde. Neste fluxo crescente, cada vez mais pessoas conhecidas publicamente optam por assumir o uso de Cannabis medicinal. E assumir o uso medicinal pode contribuir para combater o estigma associado à planta. Ao compartilhar a razão legítima do uso, as pessoas podem ajudar a educar os outros sobre os benefícios terapêuticos da cannabis e desfazer estereótipos prejudiciais.
Outro ponto é que assumir o uso de Cannabis medicinal contribui para a conscientização pública sobre os benefícios terapêuticos da substância. Isso pode ser parte de esforços mais amplos para promover a aceitação e compreensão da Cannabis como uma opção de tratamento legítima.
Portanto, a coragem de Suplicy ao expor sua própria experiência tem impactado positivamente o debate sobre o tratamento de patologias com canabinoides.
Cannabis e Parkinson
Por fim, os tratamentos com canabinoides para o Parkinson, como o CBD, CBG e THC, podem trazer benefícios e alívio a pacientes que não encontraram em outras terapias os resultados que a Cannabis pode oferecer. Essencialmente os canabinoides se ligam a receptores no sistema nervoso e podem ter efeitos analgésicos e anti-inflamatórios. Também são estes canabinoides que interagem com o sistema endocanabinoide do corpo humano, e que está envolvido no controle de muitas funções, incluindo o movimento, a dor e a inflamação.