A endometriose é uma condição em que o endométrio cresce em locais fora do útero.
Afeta até 10% das mulheres entre 15 e 44 anos, geralmente manifestando-se na área dos órgãos reprodutivos na pélvis ou no abdômen.
O tecido endometrial que se desenvolve fora do útero não é eliminado durante o ciclo menstrual, como geralmente deveria ocorrer.
Esse acúmulo de tecido anormal pode levar a inflamação, formação de cicatrizes e cistos dolorosos.
Também pode causar a formação de aderências entre os órgãos reprodutivos.
Felizmente, existem diversas opções de tratamento para essa condição, que serão discutidas a seguir. Continue lendo para saber mais sobre:
- O que é a endometriose?
- Variantes para o tratamento da endometriose
- Opções de tratamento para endometriose
- Quando a cirurgia para tratar endometriose é uma opção?
- Como a Cannabis medicinal pode ser benéfica no tratamento da endometriose?
- Recomendações gerais para lidar com a endometriose
O que é a endometriose?
A endometriose é uma condição dolorosa na qual o endométrio cresce em locais fora do útero.
Frequentemente, afeta os ovários, as trompas de Falópio e o revestimento da pélvis.
Em raras ocasiões, o crescimento da endometriose pode se estender para além da área dos órgãos pélvicos.
O tecido endometrial age de maneira semelhante ao revestimento do útero, engrossando, se rompendo e sangrando durante o ciclo menstrual.
No entanto, na endometriose, ele cresce em locais inadequados e não é expelido do corpo.
Quando a endometriose afeta os ovários, podem se formar cistos conhecidos como endometriomas.
O tecido circundante pode se inflamar e resultar em formação de tecido cicatricial.
Além disso, aderências podem se desenvolver, fazendo com que os tecidos e órgãos pélvicos se colem uns aos outros.
A endometriose é conhecida por causar dor, especialmente durante os períodos menstruais, e pode levar a problemas de fertilidade.
O sintoma principal é a dor pélvica, frequentemente associada aos períodos menstruais.
Essa dor menstrual é geralmente mais intensa do que o comum. Ademais, a dor pode se agravar com o tempo.
Os sintomas comuns da endometriose incluem:
- Cólicas menstruais dolorosas que podem começar antes do período e durar vários dias;
- Dor durante ou após o sexo;
- Dor durante movimentos intestinais ou ao urinar, com maior probabilidade de ocorrer antes ou durante o período menstrual;
- Sangramento menstrual excessivo ou sangramento entre os períodos;
- Infertilidade;
Outros sintomas como fadiga, diarreia, constipação, inchaço ou náusea, tendem a ocorrer antes ou durante os períodos menstruais.
Variantes para o tratamento da endometriose
Embora não exista atualmente uma cura para a endometriose, diversas medidas podem ser adotadas para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
A opção de tratamento escolhida depende, principalmente, do desejo da mulher de engravidar.
Sendo assim, a decisão sobre como tratar a endometriose varia consideravelmente de acordo com a situação individual da paciente.
É importante lembrar que nenhum dos tratamentos disponíveis garante a cura completa da condição.
Muitas vezes, é necessário um período de tentativa para encontrar um tratamento que ofereça alívio suficiente dos sintomas e tenha efeitos colaterais toleráveis para a paciente.
A abordagem terapêutica da endometriose também leva em consideração a extensão da doença, que pode variar de leve a grave.
Quando a dor é o principal problema, a terapia medicamentosa geralmente é a primeira opção.
Após o diagnóstico da endometriose, os profissionais de saúde, juntamente com a paciente, levam em conta os seguintes fatores:
1. Idade
A idade da paciente é um dos primeiros fatores a serem ponderados no tratamento da endometriose.
Em mulheres mais jovens, especialmente aquelas que ainda desejam engravidar, as opções de tratamento podem ser mais voltadas para a preservação da fertilidade.
Tratamentos como a laparoscopia, que remove focos de endometriose, podem ser preferidos para aliviar os sintomas e manter a capacidade reprodutiva.
Por outro lado, mulheres mais maduras que já completaram suas famílias podem optar por abordagens terapêuticas mais definitivas, como a histerectomia, que envolve a remoção do útero.
A idade influencia as escolhas terapêuticas, uma vez que as preocupações com a fertilidade e o planejamento familiar mudam ao longo da vida.
2. Gravidade dos sintomas
Pacientes com sintomas leves a moderados podem inicialmente adotar abordagens menos invasivas, como medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para aliviar a dor.
Para sintomas mais graves, como dor intensa e disfunção orgânica, intervenções cirúrgicas, como a excisão da endometriose, podem ser necessárias.
A escolha entre medicamentos hormonais, cirurgia ou uma combinação de ambos também é influenciada pela gravidade dos sintomas.
Tratamentos hormonais, como contraceptivos orais ou dispositivos intrauterinos com liberação de hormônios, podem ser considerados para controle sintomático em casos menos graves.
3. Gravidade da condição
A extensão e a gravidade da endometriose variam. Com isso, alguns casos podem ter apenas tecidos pequenos e localizados.
Por outro lado, outros apresentam uma disseminação mais extensa da endometriose, afetando órgãos como os ovários, trompas de Falópio e intestino.
Em casos leves, a laparoscopia pode ser suficiente para remover os tecidos afetados e aliviar os sintomas.
No entanto, em casos mais graves, uma abordagem mais agressiva, como a ressecção de órgãos afetados, pode ser necessária.
4. Desejo de gerar filhos
O desejo da mulher de gerar filhos também influencia na escolha do tratamento para a endometriose.
Como mencionado anteriormente, para aquelas que desejam engravidar, o tratamento geralmente se concentra na preservação da fertilidade.
Em alguns casos, a fertilização in vitro (FIV) pode ser recomendada, especialmente se houver obstrução das trompas de Falópio.
Medicamentos como os agonistas do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) também podem ajudar a suprimir temporariamente a função ovariana e reduzir os sintomas, permitindo a concepção.
Para mulheres que não desejam ter filhos, as opções terapêuticas são mais abrangentes.
Nesses casos, a histerectomia ou a remoção dos ovários podem ser consideradas para eliminar a endometriose de forma mais definitiva.
Opções de tratamento para endometriose
Se você recebeu o diagnóstico de endometriose, é importante discutir as opções de tratamento disponíveis com seu médico ou especialista.
Atualmente, não existe uma cura definitiva para a endometriose.
Os diversos tratamentos destinados a essa condição têm como objetivo principal aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas.
Sendo assim, a escolha do tratamento mais adequado para a sua situação deve ser uma decisão compartilhada entre você e seu profissional de saúde.
O profissional considerará vários fatores, como os mencionados anteriormente, para determinar o melhor curso de tratamento para você.
Dito isto, os tratamentos para endometriose geralmente envolvem:
Pílulas anticoncepcionais
A maioria dos contraceptivos orais demonstrou reduzir a dor associada à endometriose.
Entretanto, em mulheres que sofrem de dismenorreia, o sangramento menstrual no final do ciclo de pílulas, conhecido como sangramento de abstinência, seu uso pode ser desconfortável.
Os principais efeitos colaterais da pílula incluem dores de cabeça, retenção de líquidos e sensibilidade mamária.
Alguns tipos de contraceptivos orais também podem ser usados para suprimir o ciclo hormonal mensal e o período menstrual por um período prolongado.
Isso é alcançado através do uso contínuo da pílula, sem pausas ou com pausas menos frequentes entre os ciclos.
DIU hormonal como tratamento para endometriose
Os dispositivos intrauterinos (DIUs) são uma forma de contracepção que envolve pequenos dispositivos em forma de T inseridos no útero para prevenir a gravidez.
Existem dois tipos de DIUs: o DIU de cobre e o DIU hormonal.
O DIU de cobre utiliza um dispositivo de cobre para evitar a fertilização do óvulo pelo espermatozoide e não é recomendado para alívio da endometriose, uma vez que não tem efeitos hormonais.
No entanto, o DIU que libera progestina, uma forma de progesterona, é uma opção eficaz de tratamento para algumas pacientes com endometriose.
A inserção do DIU ocorre diretamente no útero através do canal cervical.
Ele libera progestina, um hormônio capaz de reduzir a gravidade dos períodos menstruais ou até mesmo interrompê-los completamente.
De fato, cerca de um terço das pacientes deixa de menstruar após um ano de uso do DIU, reduzindo assim a dor menstrual e o sangramento intenso.
Os DIUs representam uma forma eficaz de contracepção com uma longa duração.
Também são uma alternativa mais simples para pessoas que preferem evitar a necessidade de lembrar-se de tomar pílulas ou utilizar outros métodos contraceptivos.
Os hormônios presentes nos DIUs de controle de natalidade, estrogênio e progesterona, inibem a ovulação e podem retardar o crescimento do tecido endometrial, prevenindo a formação de novos tecidos.
Embora um DIU possa proporcionar alívio da dor para algumas pessoas com endometriose, ele não é eficaz no tratamento da infertilidade relacionada à endometriose.
Ademais, os DIUs hormonais podem ter efeitos colaterais, incluindo:
- Retenção de água;
- Ganho de peso;
- Dores de cabeça;
- Sensibilidade nos seios;
- Náusea;
- Mudanças de humor;
- Sangramento mais intenso;
- Dor na parte inferior das costas;
- Cólicas.
Tratamento da endometriose com medicamentos à base de progesterona
Medicamentos à base de progesterona podem ser empregados para controlar os períodos menstruais e suprimir a atividade da endometriose.
A forma mais comum de combinar esses hormônios é através da pílula anticoncepcional.
No entanto, eles também podem ser administrados por meio de um anel contraceptivo vaginal, ou por um adesivo aplicado na pele e trocado semanalmente.
Geralmente, os medicamentos hormonais são mais eficazes no tratamento da endometriose quando usados de forma contínua.
A terapia contínua de progestina é geralmente segura e bem tolerada pela maioria das mulheres.
Além de fornecer tratamento para a endometriose, essas terapias também atuam como contraceptivos confiáveis.
No entanto, mulheres com maior risco de coágulos sanguíneos ou acidente vascular cerebral podem não ser candidatas ideais para terapias hormonais com progestina.
É importante discutir com seu ginecologista se o tratamento combinado contínuo de progestina é adequado para você.
Tratamento com hormônios
Medicamentos hormonais inibem a produção de hormônios nos ovários, impedindo a ovulação e o ciclo menstrual nas mulheres.
Eles não são recomendados para mulheres que desejam engravidar.
Os tratamentos hormonais para a endometriose englobam:
- Medicamentos que evitam a ovulação, como a pílula anticoncepcional ou o adesivo contraceptivo;
- Progestinas;
- Agonistas de GnRH (Análogos de GnRH);
- Substâncias androgênicas.
Os tratamentos hormonais podem prevenir o crescimento das lesões endometriais, aliviando assim a dor.
No entanto, não está claro se esses medicamentos são capazes de reduzir ou eliminar completamente as lesões endometriais.
Geralmente, os sintomas da endometriose retornam quando as mulheres interrompem a terapia hormonal.
Contraceptivos como a pílula, o adesivo anticoncepcional, o implante anticoncepcional e as progestinas são adequados para uso a longo prazo.
Inibidores de enzima de aromatase
Nos últimos anos, os inibidores da enzima aromatase têm sido adotados na prática clínica após a identificação da via da aromatase nos tecidos de endometriose.
Foi observado que as lesões endometriais apresentam níveis elevados da enzima aromatase.
Portanto, ao inibir essa enzima, é possível reduzir os níveis de estrogênio.
Os inibidores da aromatase diminuem a dor, reduzem o tamanho das lesões endometriais extrauterinas e melhoram a qualidade de vida das pacientes quando usados em combinação com contraceptivos orais.
No entanto, os efeitos colaterais comuns do tratamento com aromatase incluem sonolência, erupção cutânea e náusea.
Quando a cirurgia para tratar endometriose é uma opção?
De maneira geral, a endometriose pode ser tratada cirurgicamente, sendo comum o uso de um procedimento menos invasivo chamado laparoscopia.
Como alternativa, em casos mais complexos, pode ser realizada uma cirurgia mais invasiva conhecida como laparotomia, que envolve a abertura da parede abdominal (barriga).
Ambas as abordagens envolvem a remoção dos tecidos endometriais sob anestesia geral, utilizando calor gerado por um laser ou corrente elétrica transmitida por uma sonda (ditermia).
A remoção cirúrgica dos tecidos endometriais e dos cistos relacionados à endometriose nos ovários, conhecidos como endometriomas, tende a aliviar a dor em casos de endometriose leve a moderada.
A cirurgia pode ser apropriada nas seguintes situações:
- Quando há dor pélvica crônica de longa duração ou de intensidade significativa;
- Por outro lado, quando é necessária a remoção de áreas afetadas pela endometriose na região pélvica;
- Quando as medicações já não proporcionam alívio adequado dos sintomas da endometriose;
- Ou quando há dificuldades em conceber uma gravidez.
Diferenças entre cirurgia de endometriose conservadora e definitiva
A cirurgia conservadora envolve a remoção do tecido da endometriose com o objetivo de preservar o útero e os ovários.
Essa abordagem é benéfica para mulheres com endometriose que desejam engravidar, pois pode aumentar suas chances de sucesso.
Também é eficaz no alívio da dor severa associada à endometriose.
No entanto, é importante mencionar que a endometriose e a dor podem retornar ao longo do tempo após a cirurgia.
Essa cirurgia pode ser realizada com pequenas incisões, com a cirurgia laparoscópica sendo o método mais comum.
Durante a cirurgia laparoscópica, um instrumento de visualização chamado laparoscópio é inserido através de uma pequena incisão próxima ao umbigo.
Ferramentas cirúrgicas são introduzidas para a remoção do tecido da endometriose por meio de outra pequena incisão. Alguns cirurgiões utilizam dispositivos robóticos para auxiliar na laparoscopia.
Após a cirurgia, a equipe de saúde pode recomendar o uso de medicamentos hormonais para ajudar a aliviar a dor.
Por outro lado, a cirurgia definitiva geralmente é a histerectomia, um procedimento que envolve a remoção do útero.
Anteriormente, a retirada do útero e dos ovários era considerada o tratamento mais eficaz para a endometriose.
No entanto, atualmente, muitos especialistas a veem como uma opção de último recurso quando outros tratamentos falharam.
Vale ressaltar que a remoção dos ovários resulta em uma menopausa precoce.
Assim, pode aliviar a dor da endometriose em algumas mulheres, mas em outros casos, a endometriose residual ainda pode causar sintomas.
Cuidados pré-operatórios da cirurgia de endometriose
Antes de uma cirurgia de endometriose, é essencial seguir as instruções específicas fornecidas pelo seu profissional de saúde, que geralmente incluem:
- Fazer os preparativos para que um amigo ou membro da família confiável possa levá-la e trazê-la para a cirurgia;
- Evitar comer e beber 12 horas antes da cirurgia, conforme orientação médica;
- Consultar seu profissional de saúde sobre a necessidade de interromper a ingestão de medicamentos, especialmente anticoagulantes;
- Se você é fumante, é aconselhável parar de fumar pelo menos três semanas antes da cirurgia de endometriose;
Os médicos também recomendam que as mulheres tomem hormônios adicionais antes ou após uma laparoscopia.
Isso tem como objetivo encolher os tecidos de endometriose e possivelmente reduzir a atividade do tecido endometrial que não foi removido, além de prevenir o crescimento de novos tecidos.
Riscos da cirurgia para tratar endometriose
Em cerca de 20 em cada 100 mulheres, os tecidos endometriais podem retornar nos cinco anos seguintes à cirurgia.
Por outro lado, em cerca de 1 em cada 100 mulheres, a cirurgia pode levar a complicações, como lesões de órgãos, infecções ou sangramento intenso.
A endometriose grave que afeta o intestino e/ou a bexiga é rara, e existem poucas pesquisas disponíveis para determinar qual das abordagens cirúrgicas é mais eficaz no tratamento desse tipo de endometriose.
Como é o processo de recuperação após a cirurgia?
Após uma laparoscopia, é comum que as pacientes sejam liberadas do hospital no mesmo dia.
É provável que você se sinta cansada nos primeiros dias, mas a maioria das pessoas consegue retomar suas atividades normais em cerca de duas semanas, embora esse período possa variar.
Para aquelas que passam por uma laparotomia, o período de recuperação é geralmente mais longo devido à natureza mais invasiva do procedimento.
Seu profissional de saúde fornecerá um conjunto de diretrizes pós-operatórias detalhadas para orientar a sua recuperação.
Como a Cannabis medicinal pode ser benéfica no tratamento da endometriose?
A Cannabis é conhecida por conter mais de 450 compostos distintos, incluindo mais de 100 fitocanabinoides.
Dois desses fitocanabinoides amplamente estudados na pesquisa médica são o tetrahidrocanabinol (THC, o componente psicoativo principal) e o canabidiol (CBD).
Existem evidências indicando que os canabinoides têm efeitos analgésicos.
Os efeitos analgésicos do THC são principalmente mediados pelos receptores canabinoides CB1 e CB2.
Por outro lado, o CBD não ativa esses receptores, mas tem uma interação complexa com eles, afetando vários outros receptores relacionados à dor.
Um estudo da Universidade de São Paulo mostrou que os receptores CB1 estão presentes nas fibras nervosas que inervam lesões de endometriose e que o uso de agonistas do CB1 pode reduzir a dor causada por endometriose.
O estudo demonstrou que um agonista dos receptores CB1 e CB2 diminuiu o tamanho de nódulos de endometriose em modelos animais, sugerindo um potencial uso promissor da Cannabis medicinal no tratamento da condição.
Há também evidências de que a Cannabis medicinal é utilizada com sucesso no tratamento da dor crônica com poucos efeitos adversos.
Nesse sentido, os receptores CB1 e CB2 têm uma relação importante com a adenomiose, ou seja, com o crescimento do endométrio na parede uterina.
Ao regular esse processo, a Cannabis pode controlar a gravidade dos sintomas e a dor correlacionada com essa condição.
Para a dor crônica, os opioides são frequentemente prescritos, mas preocupações sobre seus benefícios limitados e riscos de vício, overdose e morte têm aumentado o interesse em alternativas de gerenciamento, incluindo o uso de Cannabis medicinal.
Assim, muitas pacientes que sofrem de dor crônica relacionada à endometriose revelaram que utilizam Cannabis medicinal para alívio do sintoma.
Quais estudos apontam os benefícios terapêuticos da Cannabis para a doença?
Além da pesquisa mencionada, um estudo recente (Endometriosis still a challenge) apontou para uma possível disfunção no sistema endocanabinoide (SEC), que é conhecido por regular diversas funções, entre elas as reprodutivas.
Há evidências de uma incompatibilidade entre os receptores CB e os endocanabinoides entre pessoas com a condição.
Foi observado que pessoas com endometriose apresentam níveis reduzidos de receptores CB1 no tecido endometrial, juntamente com níveis elevados de receptores TRPV1.
Essas descobertas sugerem que essa deficiência clínica subjacente de endocanabinoides pode ser a causa do crescimento acentuado da endometriose e da intensificação da dor.
Portanto, ao tratar essa deficiência clínica com canabinoides da planta, como o THC e o CBD, pessoas com endometriose podem aliviar certos sintomas da condição.
Um outro estudo intitulado Cannabis Use, a Self-Management Strategy Among Australian Women With Endometriosis: Results From a National Online Survey corrobora com essas alegações.
Nele, realizou-se uma pesquisa online com o intuito de recrutar mulheres diagnosticadas com endometriose. Foram consideradas elegíveis mulheres entre 18 e 45 anos.
As questões da pesquisa exploraram o uso de estratégias de autogestão, alterações nos sintomas, uso de medicamentos, custos e eventos adversos.
Os resultados revelaram que, dentre as 484 respostas incluídas, 76% das mulheres relataram ter usado estratégias gerais de autogestão nos últimos seis meses.
Entre aquelas que adotaram a autogestão, 13% mencionaram o uso de Cannabis para controlar os sintomas.
Elas avaliaram a eficácia na redução da dor como alta, com 56% conseguindo reduzir pela metade ou mais o uso de medicamentos farmacêuticos.
As melhorias mais significativas foram relatadas no sono, náuseas e vômitos, e os efeitos adversos foram pouco frequentes (10%) e de baixa intensidade.
Como iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal?
Iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal é um passo importante para muitas pessoas que buscam alívio de condições médicas crônicas.
Para começar, é essencial encontrar um médico prescritor experiente e qualificado na área da Cannabis medicinal.
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Em seguida, basta agendar uma consulta com um desses médicos, que avaliará sua condição de saúde e discutirá suas necessidades específicas.
Durante a consulta, você poderá esclarecer dúvidas, discutir opções de tratamento, e receber orientação sobre dosagens apropriadas e formas de administração.
Após obter a prescrição, é importante seguir as orientações médicas cuidadosamente e adquirir produtos de Cannabis medicinal de fontes confiáveis e regulamentadas.
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Recomendações gerais para lidar com a endometriose
Como você já sabe, a endometriose pode causar desconforto imenso.
Esse desconforto geralmente se tornará crônico e persistente se não for tratado.
Para pessoas que estão em tratamento para endometriose ou precisam de ajuda extra para lidar com os sintomas, aqui estão algumas orientações:
1. Não hesite em buscar auxílio de seu médico de família ou especialista
É fundamental ouvir seu corpo e relatar qualquer alteração preocupante a um profissional de saúde.
Seu profissional de saúde vai agir de acordo com essas preocupações.
Também não interrompa o uso de qualquer medicamento prescrito anteriormente para controlar sua endometriose.
2. Controle sua alimentação
O que você ingere pode influenciar os sintomas e sua gravidade.
Durante as crises de dor da endometriose, é possível que sua dieta tenha mudado para opções mais reconfortantes.
No entanto, manter um caminho saudável é necessário para melhorar sua saúde em geral.
Evite alimentos processados, fast food, cafeína e carne vermelha, pois podem afetar o funcionamento reprodutivo.
Dietas ricas em produtos de origem animal e carne vermelha podem aumentar a produção de estrogênio, o que pode causar crescimento anormal do tecido.
Sendo assim, alimentos recomendados incluem:
- Alimentos ricos em fibras: frutas, vegetais, legumes e grãos integrais;
- Alimentos ricos em ferro: folhas escuras, brócolis, feijão, grãos fortificados, nozes e sementes;
- Ácidos graxos essenciais: salmão, sardinhas, arenque, truta, nozes, chia e sementes de linhaça;
- Opções de alimentos ricos em antioxidantes: frutas e vegetais coloridos, como laranjas, bagas (berries), chocolate amargo, espinafre e beterraba.
Mantenha-se hidratada, pois a desidratação pode causar constipação e urina concentrada, o que pode irritar a bexiga e o intestino.
3. Pratique exercícios diariamente
Sair para se exercitar é muito benéfico. Quando você se exercita, seu corpo produz menos estrogênio e aumenta a circulação sanguínea.
O exercício também libera endorfinas no cérebro, o que pode reduzir as sensações de dor.
Exercícios de alta e baixa intensidade ajudam na endometriose.
Atividades de alta intensidade, como corrida, aeróbica ou ciclismo, reduzem os sintomas.
Se caminhadas longas causarem dor, tente fazer caminhadas mais curtas ou andar de bicicleta.
Realizar exercícios para a pelve em casa também pode ajudar com a dor.
4. Priorize um sono de qualidade suficiente
Há evidências crescentes que indicam que a falta de sono pode intensificar a dor.
Portanto, é fundamental dar o seu máximo para garantir um sono adequado.
Como alguém que lida com dor crônica, seu corpo está constantemente trabalhando para atingir um equilíbrio, então é essencial reabastecer essa energia com um sono reparador.
Se acredita que não está dormindo o suficiente, considere:
- Estabelecer uma rotina relaxante antes de dormir e reservar tempo para relaxar;
- Usar a cama apenas para dormir, se possível;
- Manter um horário regular de sono;
- Evitar cochilos;
- Abster-se de estimulantes como cafeína, álcool e nicotina antes de dormir.
5. Mantenha conexões com outras pessoas
Compartilhar sua experiência com a endometriose com entes queridos, amigos e colegas pode te ajudar na sua jornada.
A gravidade dessa condição muitas vezes passa despercebida, o que pode levar a sentimentos de solidão, mas é preciso dialogar com as pessoas.
Também existem diversos grupos de apoio online nas redes sociais, nos quais você pode compartilhar seus sintomas e vivências com outras pessoas.
6. Use calor para combater a dor
Pode parecer simples, mas um pouco de calor pode aliviar a dor da endometriose.
Quando você usa terapia térmica, os vasos sanguíneos se dilatam, promovendo o fluxo sanguíneo e ajudando os músculos a relaxar.
Experimente almofadas de aquecimento, compressas quentes ou tome um banho quente para obter alívio.
Certifique-se de nunca usar calor extremo, pois isso pode resultar em queimaduras.
Conclusão
Como você viu, o tratamento da endometriose envolve várias opções que podem ser adaptadas às necessidades individuais de cada paciente.
Além das abordagens tradicionais, é importante explorar alternativas mais holísticas, como o uso de Cannabis medicinal.
Estudos e relatos sugerem que a Cannabis pode proporcionar alívio da dor e melhorar a qualidade de vida das pessoas com endometriose.
Para obter informações mais detalhadas sobre o uso de Cannabis medicinal no tratamento da endometriose e outras condições, explore os artigos disponíveis aqui no portal Cannabis & Saúde!