Por mais que a Cannabis seja um tratamento natural e com efeitos colaterais comprovadamente diminutos, em relação aos medicamentos alopáticos, o acompanhamento médico ou odontológico no tratamento com canabinoides é imprescindível.
Por que o acompanhamento médico é fundamental nos tratamentos com Cannabis?
O uso de Cannabis é uma opção terapêutica para várias condições de saúde, como dores crônicas, epilepsia, doenças autoimunes, bruxismo e ansiedade. No entanto, é fundamental que qualquer tratamento com as moléculas da planta seja supervisionado por profissionais de saúde qualificados e experientes.
Qual a importância de saber a qualidade do óleo de Cannabis?
A qualidade do óleo de Cannabis utilizado em um tratamento de saúde é fundamental, para garantir a eficácia terapêutica, a segurança do paciente, a consistência e o cumprimento das regulamentações. Portanto, é importante que os fabricantes de óleo de cannabis sigam boas práticas de produção e realizem testes rigorosos, para garantir a qualidade de seus produtos.
A qualidade do produto à base de Cannabis pode impactar o resultado do tratamento
“Saber da qualidade do óleo é imprescindível. Desde o que há na composição do óleo, até o modo de produção e armazenamento. Já vi óleos que simplesmente não tinham fitocanabinoides em sua composição: eram apenas óleos vegetais. Lógico que não iam funcionar. Além disso, ter certeza sobre a segurança do plantio, cultivo, colheita (livre de agrotóxicos e metais pesados, obedecendo às boas práticas) é fundamental para garantir a qualidade. Estas questões vão influenciar na resposta terapêutica. Óleos de maior qualidade têm melhores respostas, da forma mais segura possível”, explica a médica psiquiatra Dra. Cíntia Braga (CRM: 65.260/MG).
Importância da indicação precisa do uso de Cannabis
Porém, antes da escolha do óleo, o primeiro passo é a avaliação completa da condição de saúde individual. Para definir se a terapêutica canabinoide é indicada, o primeiro passo é o profissional de saúde avaliar o histórico médico, fazer exames físicos (clínicos). Além disso, se necessário, pedir exames laboratoriais.
Neste sentido, Dra. Cintia observa que muitas medidas não medicamentosas, como a atividade física, a adoção de hábitos saudáveis de vida e a psicoterapia, podem solucionar o caso de um pessoal. Porém, se for necessário o uso de produtos à base de Canabis, é importante saber as possíveis interações medicamentosas.
“Se a medicação for mesmo indicada, é importante saber sobre o fitocanabinoide mais indicado e sobre as potenciais interações com outras medicações de que, porventura, o paciente faça uso. Por último, o acompanhamento para a dosificação, pois, como sabemos, a dose é individualizada. Vejo muitos pacientes com ótimos óleos, mas que não obtêm melhora, por que não fazem o processo de dosificação”, aponta Dra. Cíntia.
O sistema endocanabinoide e a importância da qualidade do óleo
Neste sentido, sabe-se que há uma individualidade no tratamento com fitocanabinoides. Por isso, a dosagem ideal é necessária para o resultado.
E quem é responsável por esta especificidade é o sistema endocanabinoide, que tem sido descrito como um dos sistemas bioquímicos mais complexos e relevantes do organismo humano.
O sistema endocanabinoide compreende uma vasta rede de sinais químicos e receptores celulares, que estão em todo o nosso cérebro e corpo.
“Já sabíamos que cada caso é um caso. Cada um tem uma individualidade biológica. Isso acontece, não tanto com alopáticos, mas com o sistema endocanabinoide cada pessoa tem um grau de desequilíbrio. Por isso, adotamos o start slow e go slow. Cada um responde com dose diferente, pois cada um tem uma composição do sistema endocanabinoide e um desequilíbrio de endocanabinoides diferente também”, aponta Dr. Felipe Neris Nora, CRM 25097.
Quais os riscos do uso adulto da Cannabis em pessoas com menos de 21 anos?
“O próprio nome já diz: uso adulto! É importante entender que não é uma questão moral, mas sim, relativa ao neurodesenvolvimento! Na adolescência, o sistema nervoso central ainda não está maduro, não está completamente formado. O Sistema endocanabinoide é responsável por uma série de funções nesse desenvolvimento e ele trabalha em um equilíbrio muito fino, é muito complexo. Então, um estímulo externo a esse sistema não é uma boa ideia, em pacientes neurotípicos, em idade ainda não adulta, pois pode influenciar negativamente, em vários processos, sendo a memória – a longo prazo – uma das principais habilidades afetadas. Ainda não se sabe se essas consequências são permanentes ou reversíveis. Portanto, o uso adulto, por pacientes não adultos, não é recomendável. Além disso, o uso medicinal também não deve ser a primeira escolha, nessa idade, por pacientes neurotípicos, pelos mesmos riscos”, finaliza Dra. Cintia.
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