Um estudo indicou que os casos de demência podem triplicar até 2050. Além disso, a pesquisa estimou que o Brasil poderá ter aumento de 206% em pessoas afetadas com a patologia. E isso significa um salto para 5,6 milhões de indivíduos com a condição, em 2050. De fato, com os avanços da Medicina, estamos vivendo mais.
Vivendo mais anos e melhor
Em outras palavras, em 2023, podemos dizer que a Cannabis passou a complementar esta frase: de “vivendo mais”, passamos para “vivendo mais e melhor”. Saiba agora os motivos que fazem os óleos à base de Cannabis despontarem como uma alternativa segura e assertiva no tratamento da demência.
“Cannabis é para idosos”
“Deveria ser uma lei: todos os idosos deveriam tomar Canabidiol”, defendeu a psiquiatra Dra. Felianne Meirelly Alves, CRM: 7401, durante live do portal Cannabis & Saúde, sobre saúde mental. Para a profissional, são os pacientes idosos que normalmente apresentam problemas de memória. E, sendo assim, o Canabidiol, conhecido como CBD, ganha destaque nos tratamentos voltados à terceira idade, ao atuar estimulando a produção de novos neurônios e melhorando a comunicação entre eles.
“Realmente Cannabis é para velho, já que jovens têm concentrações maiores de anandamida. Nos idosos, o sistema endocanabinoide é deficitário”, complementou a médica geriatra Dra. Gabriela Reginatto Mânica, CRM: 176887 e RQE: 176887, durante a live “Cannabis no tratamento do Alzheimer”.
Porém, a demência não é exclusiva de idosos, embora seja mais comum em pessoas mais velhas. A demência é uma condição que afeta o funcionamento cognitivo, a memória, o comportamento e a capacidade de realizar atividades diárias de forma independente. Ela pode ocorrer em pessoas de diferentes idades, dependendo da causa subjacente.
Cannabis no tratamento da demência
A utilização da Cannabis no tratamento da demência é um tema de pesquisa em constante evolução. Essencialmente, a demência é uma condição que afeta a função cognitiva, a memória, o comportamento e a qualidade de vida dos pacientes, e não há uma cura definitiva até o momento.
O impacto positivo da Cannabis no tratamento da demência se explica pela atuação dos canabinoides no sistema endocanabinoide, composto por enzimas e receptores específicos. Em resumo, estes receptores se encontram em todo o corpo, e atuam na regulação de diferentes processos fisiológicos. Por exemplo:
- apetite
- dor
- inflamação
- controle muscular
- metabolismo
- sono
- humor
- memória
Estudo sugere que CBD é mais eficaz e seguro para demência que terapia convencional
Recentemente, um estudo feito por pesquisadores gregos confirmou que o Canabidiol (CBD) é um substância muito benéfica para os idosos, especialmente os que vivem com demência. Comparado com a medicação convencional, o canabinoide produzido pela planta Cannabis se mostrou como uma opção mais segura e eficaz, trazendo melhora significativa nos sintomas psicológicos e comportamentais.
Esse efeito foi percebido com os participantes do estudo, recebendo um óleo de CBD 3%. Essa porcentagem diz respeito à concentração do canabinoide no produto e é relativamente fácil de se encontrar no mercado europeu. Os pacientes passaram por acompanhamento médico durante 6 meses e, após esse período, os cientistas identificaram a melhora nos sintomas.
Os pesquisadores apontaram na conclusão do artigo que essa abordagem terapêutica com o Canabidiol tem potencial para virar a primeira linha de tratamento para pessoas com demência.
“Sugerimos que o CBD pode ser uma escolha mais eficaz e segura para o gerenciamento de sintomas psicológicos e de comportamento da demência do que a intervenção típica. Futuros grandes ensaios clínicos randomizados são necessários para reafirmar esses achados”.
Cannabis traz melhoras a longo prazo em idosos com demência
Já uma equipe de pesquisadores de Genebra, na Suíça, identificou, em uma pesquisa recente, que a Cannabis traz benefícios para idosos com demência, a longo prazo. A administração diária de um extrato contendo os dois principais canabinoides da planta, CBD e THC, numa proporção de 2:1, foi associada a melhorias comportamentais nos participantes.
No estudo, os cientistas avaliaram a eficácia e a segurança a longo prazo do uso de Cannabis em idosos com demência.
As melhoras que foram mais destacadas pelo estudo foram:
- Diminuição da agitação: um dos sintomas mais marcantes na demência. E com o uso de canabinoides, idosos apresentaram um quadro de melhora, que se manteve estável ao longo de todo o período de análise, que foi de dois anos.
- Diminuição do uso de medicamentos alopáticos: a administração de Cannabis para idosos com demência permitiu que os médicos diminuíssem a prescrição de outros medicamentos.
Na média, os participantes receberam 24,8 mg de CBD e 12,4 mg de THC ao dia, por 13 meses. Não foram relatadas reações adversas ou interações medicamentosas problemáticas. É importante destacar que os participantes recebiam doses ao longo do dia, que totalizavam a quantidade mencionada e essa dosagem não causa efeitos psicoativos que possam ser percebidos pelos idosos.
Os autores do estudo concluíram:
“Um medicamento de longo prazo com THC/CBD (1:2) pode ser administrado com segurança e com melhora clínica geral positiva em idosos polimedicados com demência grave e problemas associados.”
Acesso à Cannabis hoje no Brasil
“ Atualmente, há 3 formas de acesso no Brasil. Mas primeiro, é fundamental a consulta com um médico ou dentista. Então, vamos às formas: farmácia, via RDC 327, com receituário azul, ela adquire na farmácia, óleos artesanais, que vêm de associações. E tem a via importada, através da RDC 660, onde é possível importar e fazer o processo no site do governo, que é um processo bem fácil, se dá em pouco tempo, uma ou duas horas. Minha forma de prescrever é a que eu ainda considero o melhor custo benefício: é através da importação, que conseguimos óleos com maior quantidade de CBD”, finalizou a médica geriatra, Dra. Mânica.
Agende sua consulta
Por fim,. se você quer iniciar um tratamento com Cannabis ou conhece alguém que precise, é muito simples. De fato, basta marcar uma consulta pela nossa plataforma de agendamentos e seguir as orientações que o médico passar.