A indústria da Cannabis está passando por um crescimento notável em todo o mundo, à medida que os benefícios da planta para a saúde se tornam amplamente reconhecidos. No entanto, esse crescimento traz desafios igualmente notáveis em relação ao impacto ambiental que essa nova área de atuação pode causar.
Nesse contexto, cientistas da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, estão desenvolvendo uma forma de aproveitar todos os resíduos gerados no processo de fabricação de produtos com Cannabis. Os resultados podem trazer grandes impactos, contribuindo para que a indústria voltada para o uso medicinal da planta seja mais sustentável.
100% de aproveitamento da planta
A Cannabis é um vegetal altamente versátil. Aproveitamos quase todas as suas partes: das flores produzimos medicamentos; das folhas, chá; das raízes, produtos anti-inflamatórios; e da fibra do caule, tecido. Nesse sentido, podemos comparar a sustentabilidade Cannabis com o boi, um dos poucos animais no mundo do qual aproveitamos praticamente 100%.
A diferença é, por exemplo, que nas plantas cultivadas com o objetivo de aproveitar as flores para a fabricação de medicamentos, o caule, raiz e folhas não podem ser aproveitados para outras finalidades. Isso gera resíduos, que não se sabia como reaproveitar.
Em uma parceria da Universidade Neozelandesa com a agência governamental de inovação do país, a Callaghan Innovation, os pesquisadores estão desenvolvendo técnicas que vão ajudar a proteger o meio ambiente. Os processos envolvem transformar os resíduos da indústria da Cannabis em outros recursos com valor, como biofertilizantes.
Cannabis na economia circular
Na prática, o projeto tem o objetivo de tornar a indústria da Cannabis menos dependente de matéria-prima virgem, priorizando insumos renováveis. Assim, a parceria pode colocar a Nova Zelândia entre os principais países do mundo na gestão de resíduos, em toda o mercado global de canabinoides. O coordenador da pesquisa, Saeid Baroutian, também é diretor do Centro de Pesquisa em Inovações Circulares e do Centro Ngā Ara Whetū: Centro para Clima, Biodiversidade e Sociedade. Ele afirmou que esse é um movimento crucial para uma indústria que está se desenvolvendo tão rápido.
“É um exemplo perfeito de trazer a economia circular para o setor da Cannabis medicinal. Em vez do atual sistema linear, de ‘pegar-produzir-descartar’, nossa tecnologia irá conectar a produtividade do setor com a aceitabilidade ambiental, social, legal e cultural. Isso representa um grande passo em direção à verdadeira sustentabilidade.”
De acordo com a Universidade, o processo consiste em misturar os resíduos de Cannabis com água e aquecê-los a altas temperaturas. Sob alta pressão e temperatura, o material se transforma em uma substância escura, que se esfarela, semelhante a carvão. Esse carvão é rico em nutrientes importantes para o crescimento das plantas de Cannabis. Além disso, ele não é prejudicial ao meio ambiente, como é o carvão de origem mineral.
No processo, também se forma um líquido rico em nutrientes, como nitrogênio, fósforo e potássio, que pode ser usados como biofertilizante, após passar por tratamento.
Cannabis e sustentabilidade
Os benefícios da Cannabis para a nossa saúde possuem comprovação científica de diversos estudos, que sempre trazemos aqui no portal. Agora, observamos que a indústria da Cannabis pode trazer impacto positivo para o planeta e outras áreas de atuação poderiam se inspirar nas iniciativas de sustentabilidade sobre a planta.
E o acesso a produtos com Cannabis para tratamentos de saúde é possível de forma segura e dentro da legalidade, aqui no Brasil. O primeiro passo é acessar a nossa plataforma de agendamentos e marcar uma consulta com um dos nossos profissionais da saúde. Depois, basta seguir as orientações, para adquirir o medicamento. E não se esqueça de seguir as recomendações sobre a dose. Marque já uma consulta!