No dia 19 de setembro de 1935, foi fundada a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. Desde então, a data é utilizada para homenagear o médico ortopedista.
Nós buscamos fazer nossa parte e, para homenageá-los, relembramos alguns dos profissionais cuja trajetória já foi contada aqui no portal Cannabis & Saúde, com suas observações e experiências a respeito do tratamento canabinoide na ortopedia.
Marcos Pereira Dias
O ortopedista Marcos Pereira Dias descobriu os benefícios dos canabinoides ao tratar o Parkinson de sua mãe. “Deu muito certo na parte comportamental. Ela passou de uma mulher confusa e triste a uma pessoa extremamente alegre, dócil, risonha e piadista.”
“Quando você começa a estudar e entender o sistema endocanabinoide, percebe que a Cannabis nada mais é que um gerenciador do seu organismo. Não está tomando mais um agente que vai ter uma função no organismo, como um analgésico ou um antidepressivo, mas sim contratando um gerente.”
“Como se você pegasse uma máquina mal gerenciada e passasse a ser administrada por esse grande gerente. Não é analgésica, anti-inflamatória ou antidepressiva, mas um gerenciador que vai fazer com que essas funções aumentem quando estiverem com déficit e diminuam quando estão em excesso.”
“A minha vida hoje é 100% Cannabis medicinal online. Faço a prescrição digital, ajudo na autorização da Anvisa, tiro dúvidas dos pacientes via WhatsApp.”
“Você vê realmente a resposta do paciente. Está há anos tomando morfina, codeína, tramadol, pregabalina, e não sai do lugar. Não melhora. Quando começa com o uso da Cannabis e percebe que trouxe uma melhora efetiva, empolga médico e paciente. O feedback positivo dos pacientes é a primeira coisa que faz o médico abrir o olho.”
“A Cannabis nada mais é que um gerenciador do seu organismo”
Ricardo Ferreira
O ortopedista Ricardo Ferreira está na história da Cannabis medicinal brasileira.
Em 2013, a advogada Margarete Brito ficou sabendo do caso de uma criança americana que usava um óleo rico em canabidiol para aliviar os sintomas de uma doença rara, a síndrome CDKL5, que causa epilepsia reversa.
A filha de Margarete, Sofia, tinha a mesma síndrome e a advogada ficou entusiasmada. Para se certificar do que tinha descoberto, conversando com a família americana e pesquisando na internet, ela procurou um médico que esclarecesse suas dúvidas. E o médico brasileiro ideal para ajudar era Ricardo Ferreira.
A história de Margarete, que hoje comanda a Apepi, e Sofia seria o estopim para um movimento que mudaria a história da Cannabis medicinal no Brasil. Mais segura com as orientações de Ferreira, Margarete falou da Cannabis com outras mães, entre elas, Katiele Fischer, que buscava uma solução para sua filha Anny.
Juntamente com outras famílias, elas chamaram a atenção da sociedade, fazendo manifestações, pressionando políticos e sendo as personagens principais do filme Ilegal – A vida não espera.
Ao observar a determinação das mães e o movimento que se iniciava, Ferreira percebeu que algo estava para mudar no Brasil. O movimento que surgia era similar ao que já havia ocorrido em outros países, principalmente nos Estados Unidos, quando as mães de Utah, estado conservador americano, fizeram um movimento forte que ajudou a sensibilizar a opinião pública.
Mas o conhecimento que ele tinha adquirido era valioso para o movimento que surgia. Foi assim que ele acabou fazendo parte de todas as associações que foram sendo criadas naquele momento crucial.
Foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Pacientes de Cannabis Medicinal (Ama+me), com Juliana Paolinelli e Leandro Ramires. Quando um grupo dissidente resolveu criar a Associação Brasileira para Cannabis (ABRACannabis), Ferreira também estava entre eles. Estava desde o começo na Cultive. E também na SBEC, tendo sido seu primeiro diretor-geral. Ainda se aproximou da Abrace, criada por Cassiano Teixeira na Paraíba. Em todas, auxiliou como consultor científico, palestrante e tirando dúvidas.
Ferreira não era e nunca teve intenção de ser um ativista, de fazer da Cannabis sua ocupação principal. Tudo o que ele desejava era um medicamento para aplacar a dor de seus pacientes.
O médico que encontrou na Cannabis um alívio para seus pacientes
Tiago Cardoso
Combater a dor é parte da rotina de qualquer ortopedista, mas Tiago Cardoso estava se sentindo com poucas opções. “Comecei a me deparar com pacientes que, mesmo com analgesia forte, não melhoravam. Acabei indo atrás de novos conhecimentos, novas áreas, e acabei conhecendo a Cannabis medicinal.”
“Paciente com dor crônica, geralmente é poliqueixoso. Geralmente ele já tá com com um monte de medicação associada, a polifarmácia, e com o uso da Cannabis, você consegue eliminar diversos medicamentos. Acaba melhorando a qualidade de vida do paciente.”
“Na medicina esportiva, a Cannabis ajuda na melhora da performance e do descanso. Do paciente estar preparado para o esporte no outro dia. A questão da dor também. Praticantes de corrida que tem canelite, por exemplo, ajuda bastante.”
Para Cardoso, a Cannabis o colocou em contato com a medicina do futuro. “Mudou bastante a questão da minha cabeça de não ter preconceito e estar aberto a novas experiências.”
“Eu acredito que a medicina agora está passando por um processo bem disruptivo. Muitas coisas que eram consideradas da medicina tradicional estão sendo substituídas por um novo tipo de medicina. É uma maneira diferente de pensar.”
Ortopedista encontra na Cannabis a alternativa que tanto buscava
Anna Carolina Nogueira
“Quando comecei a conhecer a ortopedia, vi que o problema que menos se resolvia era a dor crônica. Pacientes pós-traumáticos com amputação que tinham dor de membro fantasma. Paciente com problema de coluna que eu passava remédio, passava fisioterapia, e não resolvia nada.”
“Aquilo me incomodava. A dor é sempre muito menosprezada. Quantas vezes eu não escutei que o paciente vai ter que conviver com a dor? Isso me irritava.”
Há cerca de três anos, Anna Carolina redefiniu sua trajetória. Focou seus estudos no funcionamento do sistema endocanabinoide e as indicações de Cannabis medicinal. “De lá para cá, já é outro mundo.”
Suas indicações mais comuns são para o tratamento de lombalgia (dor nas costas), para pacientes reumatológicos, com fibromialgia e pós-traumáticos. “Muito porque sou ortopedista, mas acaba sempre caindo em casos de ansiedade e depressão leve.”
Seu novo caminho lhe levou a transformar sua prática médica e atualmente está cursando uma pós-graduação em medicina funcional integrativa para aprimorar seu atendimento clínico.
“A Cannabis muda o tipo de atendimento do médico. Quem se propõe a estudar e prescrever Cannabis medicinal, não é um médico focado só na queixa do paciente. Se vou atender um paciente com dor, eu pergunto como se alimenta, hábitos de vida, sono, relações, tudo.”
“Eu pego um paciente com dor nas costas, mas, na verdade, o que estava incomodando ele era que não estava dormindo, não estava produzindo no trabalho, não tinha mais relação sexual. Eu consigo tratar tudo isso com Cannabis e, assim, a dor vira uma coisa insignificante.”
“São pacientes carentes de um tratamento resolutivo. A formação médica é muito fechada na parte física do paciente e menospreza um pouco as outras queixas.”
“Quando você entra no mundo da Cannabis, você tem que entender o paciente de uma forma global. Tem que saber se está tudo bem na sua vida, se está com um processo de ansiedade e depressão. Mesmo que não seja nada diagnosticado pelo psiquiatra, mas sintomas que podem incomodar.”
“Eu demoro o triplo do tempo de uma consulta de ortopedia normal. Eu quero entender o dia-a-dia daquele paciente, o que ele precisa melhorar e até onde eu consigo ir com a Cannabis. Não quero vender uma coisa que eu não vou conseguir resolver.”
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