Quando olha para sua carreira, a infectologista Laís Garabini Vasconcellos tem a certeza de que a Medicina que a escolheu, não o contrário. Determinada a estudar Engenharia, mudou de opção na última hora e, para a própria surpresa, aos 17 anos, foi aprovada na Faculdade de Medicina.
Durante o curso, porém, a certeza não era tão clara. “Eu não estava muito certa se era aquilo que queria para a minha vida ou não. Somente no terceiro ano, que tive contato mais direto com o tratamento das doenças, eu gostei. Foi quando eu soube que era aquilo que queria para minha vida.”
A especialização, porém, seguia indefinida. “Comecei a faculdade querendo fazer Ortopedia, mas percebi que não era para mim. Depois, eu quis Neuro, mas também vi que não era.”
No fim da faculdade, porém, qualquer decisão teve que ser adiada, após o adoecimento e falecimento do pai. “Eu tinha na cabeça que eu precisava me virar. Não tinha tempo para ficar pensando, pois precisava me sustentar.”
Passou um ano atuando como médica da aeronáutica, mas tampouco se encontrou. Algo que só aconteceu em seguida, quando foi trabalhar em uma Unidade de Pronto Atendimento e passou a ter um contato mais próximo com os pacientes.
Opção infectologista
Com mais intimidade com a Medicina, optou pela Residência para trabalhar como infectologista. A conclusão em 2021, no auge da pandemia, a lançou para a linha de frente do enfrentamento. “Eu trabalhei na UTI, na parte de Covid, mas a pandemia foi melhorando, as unidades Covid, foram diminuindo e os leitos fechando.”
Seguiu trabalhando como infectologista na unidade de controle de infecção do Hospital da Brigada Militar de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, enquanto passou a atender seus pacientes particulares em consultório.
“Sempre tive aquela coisa de buscar alguma coisa para continuar estudando. Eu sabia que a minha jornada não ia terminar ali, precisava de mais alguma coisa e a Cannabis foi uma coisa que sempre me interessou e decidi me aprofundar nessa área.”
Um novo caminho
“Conforme comecei a estudar, ler os artigos, fui percebendo que a Cannabis era algo que ia realmente trazer um benefício para as pessoas. Principalmente melhorar a qualidade de vida de muita gente que já não tem perspectiva.”
“Conhecer a Cannabis deixou a Medicina mais abrangente. Eu já tinha essa visão do cuidado do ser humano como um todo da Medicina Integrativa. Quando comecei a estudar o sistema endocanabinoide, percebi que está presente em todas as funções do corpo de uma forma regulatória.”
“Tem um fundamento na base patológica de praticamente todas as doenças que atingem o ser humano hoje em dia. Principalmente saúde mental, dor, regulação do apetite, sono, controle da glicose, em doenças degenerativas. É uma nova qualidade de vida para pessoas que haviam perdido a esperança.”
A infectologista e a Cannabis
Esse foi um novo caminho que chegou para agregar em sua atuação como infectologista. “Os terpenos e canabinoides têm uma ação antifúngica e antibacteriana. O receptor CB2 é muito importante para o sistema imunológico e bate direto com minha especialidade, não só em doenças autoimunes, mas em infecções em geral e seus sintomas, como no caso do HIV.”
Para a Dra. Laís, somente o preconceito pode impedir que a Cannabis se torne cada vez mais comum nos consultórios médicos. “Percebo um grande avanço no Brasil em relação ao que era. A grande dificuldade para continuar avançando é o preconceito e a desinformação, principalmente dos profissionais da saúde.”
“As pessoas tinham que se abrir mais a essa possibilidade porque a gente sabe que tem várias doenças que o tratamento convencional não ajuda. A Cannabis medicinal está aí para trazer qualidade de vida e uma nova perspectiva para as pessoas. Imagina uma pessoa que vive com dor e consegue reduzir, já é uma grande alegria.”
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