O evento acontece em entre os dias 26 e 28 de setembro, em São Paulo, e terá dois painéis exclusivos sobre o uso da Cannabis em pacientes oncológicos
A décima edição do Congresso ‘Todos Juntos Contra o Câncer’, pela primeira vez, abre espaço para discutir o uso medicinal da Cannabis na Oncologia.
Entre os palestrantes, já está confirmada a participação da médica radiologista Paula Dall’Stella, estudiosa e professora na área da Medicina canabinoide.
Apesar de a prescrição de medicamentos à base de Cannabis ainda não ser algo recorrente nos tratamentos oncológicos aqui no Brasil, nos Estados Unidos o cenário é diferente.
4 em cada 10 pacientes de câncer de mama nos EUA usam Cannabis
Um estudo, publicado em outubro de 2021, revelou que 4 em cada 10 pacientes com câncer de mama nos Estados Unidos utilizam a Cannabis para alívio dos sintomas e aumento da qualidade de vida durante o tratamento.
A pesquisa envolveu o organismo sem fins lucrativos norte-americano Breastcancer.org, o Instituto Lankenau de Pesquisa Médica na Pensilvânia, o Centro de Pesquisa em Saúde Populacional da Pensilvânia e a Oncologia Médica da Universidade do Texas Health San Antonio.
A análise científica também envolveu o Instituto Lundquist de Inovação Biomédica na Harbor-UCLA Medical Center na Califórnia e o Departamento de Psiquiatria da Universidade Columbia Irving Medical Center em Nova Iorque.
78% usam canabinoides para controle da dor
Dentre os que participaram da pesquisa e relataram fazer uso da Cannabis, 78% afirmaram utilizar o medicamento para reduzir a dor, 70% para tratar insônia, 57% para reduzir o nível de ansiedade, 51% para controle do estresse e 46% para minimizar náuseas e vômitos.
Na parcela dos entrevistados que fizeram uso de remédios à base de Cannabis, 75% afirmaram que o medicamento é extremamente eficaz e outros 57% disseram não achar outra forma de tratar os sintomas.
70% dos oncologistas admitem não saber prescrever Cannabis nos EUA
Muito embora os números sejam positivos, o estudo revelou um importante achado: dentro do universo de 400 oncologistas norte-americanos, 70% reconheceram não se sentir preparados para discutir ou recomendar o uso de canabinoides para seus pacientes.
De forma bastante resumida, os pesquisadores chegaram à conclusão de que os medicamentos à base de Cannabis ainda sofrem uma série de limitações, seja pelo estigma social ou pelo status de ilegalidade em algumas regiões do país.
Paciente não se sentem à vontade para discutir Cannabis com os médicos
Como consequência: a automedicação. De acordo com a pesquisa, um em cada três pacientes – que admitiu usar a Cannabis durante o tratamento oncológico – revelou não se sentir à vontade para tratar o tema com seu oncologista.
E 39% não abordaram o uso do fitofármaco com seus médicos, mesmo fazendo interação medicamentosa com outras drogas. Os pacientes relataram que, para se automedicar, buscaram informações sobre o medicamento na internet, com amigos e familiares.
Congresso dará voz aos pacientes
Compreendendo a falta de informação que ainda ronda o uso medicinal da Cannabis no Brasil, o Movimento ‘Todos Juntos Contra o Câncer’ (TJCC) terá dois painéis para discutir o assunto: Cannabis Medicinal na Oncologia – Evidências e Desafios e o Potencial terapêutico da Cannabis na Oncologia.
“Convidamos especialistas, médicos, pacientes e pessoas que entendem da regulamentação. É importantíssimo saber mais sobre o uso medicinal da Cannabis no tratamento oncológico”, afirma Luana Lima, coordenadora do TJCC.
Falta informação
Para Luana, ainda há muito desconhecimento entre médicos e os pacientes sobre a regulamentação acerca da Cannabis medicinal. Grande parte não sabe, por exemplo, que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já permite a importação de produtos com canabinoides desde 2015 e a venda nas farmácias já é liberada desde 2019.
Além disso, o evento, que será sediado no WTC Events Center, também vai debater sobre promoção, prevenção, qualificação, pesquisa, tratamento, gestão, financiamento e inovação no âmbito da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer.
40 painéis e 180 palestrantes
Quem não puder acompanhar os debates presencialmente, pode se inscrever na modalidade híbrida, que terá transmissão online e ao vivo, para todo o país. O Congresso contará com mais de 180 palestrantes e 40 painéis multisetoriais.
Também haverá uma área de exposição, onde mais de 25 organizações não governamentais irão expor o trabalho desenvolvido em prol da causa. Da mesma forma, lá também haverá atividades interativas para os participantes presenciais.
O 10º Congresso TJCC é realizado pelo Movimento Todos Juntos Contra o Câncer. Uma iniciativa que reúne mais de 300 organizações da sociedade civil, dedicadas ao apoio do paciente oncológico.
Estimativa de 3 mil participantes
A expectativa é de que o debate reúna mais de 3 mil pessoas, ao longo dos três dias de duração do evento. Além disso, que consiga estruturar o que precisa ser priorizado, de forma imediata, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
“É importante promover a colaboração de múltiplos atores, saberes e esferas, e incentivar ações que tragam resultado. Estamos na 10ª edição do Congresso TJCC, evento inovador e de extrema relevância para continuarmos garantindo que as políticas públicas, com foco nas áreas prioritárias da Saúde, sejam cumpridas e ampliadas”, defende Dra. Catherine Moura, Médica Sanitarista e líder do Movimento TJCC.
Mais de 700 mil terão câncer
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INC), a estimativa é de que mais de 704 mil pessoas precisarão enfrentar algum tipo dessa patologia no Brasil, entre o triênio 2023-2025.
Nesse sentido, os estados com mais incidência se concentram regiões Sul e Sudeste, com 70% dos casos notificados.
Confirma os palestrantes confirmados:
- Nelson Teich, médico oncologista, ex-Ministro da Saúde e mestre em Economia da Saúde pela Universidade de York;
- Andre Medici, economista sênior em Saúde do Banco Mundial;
- Daiana Garbin, jornalista, mãe de paciente oncológica e idealizadora da campanha “De olho nos olhinhos”;
- Paula Dall’Stella, médica oncologista, com profundo conhecimento sobre o potencial terapêutico de produtos à base de Cannabis;
- Neviçolino Pereira de Carvalho Filho, presidente da SOBOPE;
- Ivo Bucaresky, ex-Diretor da ANVISA e, atualmente, diretor-executivo do grupo Orplavi Consultoria Ltda.;
- Fernando Maia, coordenador-geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer do Ministério da Saúde;
- João Abreu, mestre em Administração Pública e Desenvolvimento Internacional pela Universidade de Harvard, co-fundador e diretor-executivo da ImpulsoGov.
Para outras informações e inscrição:
Congresso TJCC – Movimento Todos Juntos Contra o Câncer
O uso medicinal da Cannabis já é legal no Brasil
O uso medicinal da Cannabis no Brasil já é regulado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio das RDC 660 e RDC 327. No entanto, é preciso que haja prescrição médica.
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