Desde os 8 anos de idade, as convulsões fazem parte da rotina de Rizoneti da Rosa Beltrão, de 46 anos. Uma condição que afetou sua qualidade de vida, de forma direta e indireta, por mais de três décadas.
“Eu sempre peguei os remédios no postinho, graças a Deus, pois eu sempre tomei muita medicação.”
“Os remédios acabavam com o meu estômago e tinha vez que eu ficava muito ruim. Meu estômago ficava embrulhado, atrapalhava a alimentação toda e eu ainda ganhava muito peso. Acabava com o meu corpo.”
Essa questão acabou ganhando camadas de complexidade na vida adulta. “Eu tinha muita vergonha. Sempre trabalhei com zeladoria em escola e sempre que ficava ruim, era mandada embora. Do nada, eu tinha uma convulsão.”
“As pessoas tiravam sarro de mim, porque eu tomava um monte de medicamento e eu dizia que era para enxaqueca, porque eu não queria falar do meu problema. Se descobriam, eu era mandada embora.”
Cannabis e a convulsão
Até que um dos médicos que a acompanhava perguntou se ela não queria fazer um teste com Cannabis medicinal. “Na primeira vez em que a gente conversou, eu fiquei com um pouco de receio. Eu sempre fui uma pessoa de mente aberta, então não foi aquele susto. Só não sabia que essa opção existia.”
Sem muita alternativa, decidiu que investiria no tratamento. “Comprei o vidrinho, tomei as gotas e decidi que naquele dia eu ia ficar sem medicação. Não vou fazer nada perigoso diante do risco de convulsão, mas eu fiquei bem.”
Rizonete percebeu que seu sono, humor e ansiedade melhoraram. Há dois anos, faz tratamento com a Cannabis medicinal. No entanto, só conseguiu mantê-lo por aproximadamente seis meses. Eu não tive mais condição financeira de comprar o remédio.”
“Eu até tentei no SUS, mas o médico disse que não ia liberar, porque eu não tomei todos os medicamentos do postinho. É como se eu fosse cobaia deles desde os 8 anos. Foi muito difícil, porque eu tinha a cura nas minhas mãos.”
O fim das convulsões
No entanto, mesmo sem o medicamento, o tempo passou e as convulsões nunca mais se repetiram. “A Cannabis mudou a minha vida. Eles preferem que eu me entupa de medicamento, que você seja privado da cura, por preconceito.”
“São gotinhas que podem salvar uma vida. Eu me machucava toda, vivia roxa, de tanto que eu caía durante as convulsões. Eu fico feliz, porque eu sarei, mas eu penso em quantas pessoas poderiam se beneficiar, aré porque que não precisa nem tomar para o resto da vida.”
“A sensação do óleo da Cannabis é como se você pegasse um pano e passasse em um lugar bem sujo e ficasse limpo depois. Uma sensação de que você nunca ficou doente.”