O canabidiol (CBD) tem uma capacidade única de mudar a vida de pessoas com epilepsia. Mesmo aqueles que têm a epilepsia refratária, um tipo grave e resistente aos medicamentos, veem uma diminuição relevante no número de crises.
Lilian tem uma filha que chegou a ter 120 crises por dia, mas incluiu a planta no tratamento da menina e hoje diz que “a Cannabis trouxe a minha filha para o mundo”.
Mesmo com diversos casos de melhoras em pacientes, os cientistas ainda estão desvendando os mecanismos fisiológicos que fazem o CBD ser tão eficiente contra a epilepsia. Um artigo publicado recentemente, em 2023, detalhou que cientistas identificaram um novo mecanismo de ação que explica como o CBD reduz as convulsões na epilepsia resistente ao tratamento convencional.
A atividade reguladora do CBD contra a epilepsia
O artigo Cannabidiol modulates excitatory-inhibitory ratio to counter hippocampal hyperactivity trouxe uma pesquisa inovadora que revelou novos insights sobre como o CBD exerce seus efeitos anticonvulsivantes. Os pesquisadores da Universidade de Nova York observaram que o canabinoide reduz a hiperexcitabilidade dos neurônios ao interromper um ciclo de feedback positivo prejudicial.
Segundo o estudo, o CBD regula a atividade de um fosfolipídio endógeno batizado LPI. Normalmente, o LPI tem a função de aumentar a atividade neural excitatória e o desequilíbrio dessa substância no nosso cérebro pode levar a crises e convulsões.
Além disso, o LPI também estaria envolvido na atividade inibitória do cérebro e o faz por meio do receptor GPR55, que é apontado por alguns estudos como um receptor canabinoide. Esse receptor estaria presente no sistema nervoso central e cumpriria um papel importante na regulação de estresse e ansiedade. Assim, quando a produção de LPI está funcionando de forma anormal, o cérebro como um todo tem suas atividades afetadas.
Atividade complexa e ampla
O estudo também destacou que o CBD também reduz convulsões regulando outras enzimas e canais iônicos no cérebro. Isso demonstra como a atuação do canabidiol nos casos de epilepsia é extremamente complexo além de quase milagroso. E isso sem causar efeitos adversos severos nos pacientes.
Os autores do artigo concluíram que “o CBD fornece um potencial agente terapêutico em pacientes com epilepsia resistente ao tratamento que não responderam aos moduladores de receptores GABA (por exemplo, benzodiazepínicos), possivelmente devido aos efeitos do LPI-GPR55. Nossas evidências sugerem que a hiperatividade poderia desencadear a desinibição sináptica induzida pelo LPI, diminuindo ainda mais o limiar para convulsões recorrentes”.
Ainda destacaram que “ao restaurar a abundância do cluster do receptor GABA, o CBD pode restabelecer a eficácia dos benzodiazepínicos, contribuindo assim para a eficácia clínica do CBD na terapia combinada com benzodiazepínicos, além de possíveis interações farmacocinéticas no metabolismo dos medicamentos”.
Vale lembrar que os efeitos anticonvulsivantes do canabidiol foram observados pela primeira vez por um cientista brasileiro, o Dr. Elisaldo Carlini.
CBD ajuda a reduzir a polifarmácia
A atividade do CBD para conter crises de epilepsia é reconhecidamente transformadora, no entanto ainda não é a primeira linha de tratamento. Muitas vezes o paciente passa por alternativas com efeitos adversos mais graves até receber a indicação para incluir o canabidiol. Nesse intervalo, o transtorno pode já ter afetado o desenvolvimento e a qualidade de vida daquele indivíduo.
Acompanhamento médico é fundamental
Para incluir ou retirar qualquer medicação de um paciente com epilepsia, é fundamental ter o acompanhamento de um profissional da saúde capacitado para isso. Os benefícios do CBD para conter convulsões exigem a orientação de um profissional da saúde para trazer o máximo de ganhos para o paciente.
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