Foi por acaso que a medicina de família e comunidade entrou na vida de Emanuelle Alves Lacerda. O adoecimento do pai logo após encerrar a faculdade, em 2016, levou a recém formada médica a optar pela residência onde pudesse estar próxima de casa, em Janaúba (MG).
A especialidade era o que encontrou na Universidade Estadual de Montes Claros, a 130 km de distância. “Meio que caiu no meu colo nessa de querer ficar um pouquinho mais perto, mas me apaixonei pela medicina de família.”
“Eu vi que nela, eu poderia escutar muito mais as pessoas e conseguiria entender mais a questão social também, estar mais presente no dia-a-dia dos pacientes. Acabou me abrindo a perspectiva de um tratamento integral da saúde das pessoas.”
Medicina de família próxima
O primeiro contato com a Cannabis medicinal foi ainda durante a residência. Diante de notícias, ficou intrigada com a possibilidade de algo tão temido possuir propriedade medicinal e resolveu investigar. “Até então, era uma droga proibida que a gente via nas aulas de psiquiatria.”
Chegou a fazer um curso na área, mas só foi entrar de vez em sua vida algum tempo depois. “Entre 2020 e 2021, meu pai teve um diagnóstico de glioblastoma multiforme grau 4, um tipo de tumor cerebral. Precisou fazer cirurgia e depois ele começou a ter crises convulsivas e a ter uma alteração comportamental de ficar mais agressivo.”
“Como eu já tinha estudado um pouquinho Cannabis, decidi buscar a ajuda de um colega mais experiente e conversar com a minha família. Minha mãe foi contra, mas convencemos ela e prescrevemos para o meu pai. De um prognóstico de sete meses, ficou com a gente por quase dois anos com uma qualidade de vida muito boa.”
“Eu vi em casa que a Cannabis poderia ser eficiente e comecei a fazer cursos e, desde 2021, tenho acompanhado pessoas que já tentaram diversas outras medicações ou que tem interesse em uma medicação mais natural.”
Medicina de família integrativa e canábica
No início do ano, ainda terminou uma pós-graduação em psiquiatria com o objetivo de fornecer o melhor tratamento aos seus pacientes. “Na minha formação, vi uma medicina muito setorizada. A Cannabis me fez entender e aprofundar no atendimento integral da saúde.”
“A medicina da família já tem essa visão, mas, quando você conhece a atuação do sistema endocanabinoide, que é um sistema de regulação, no corpo da gente, vê como a Cannabis acaba atuando na vida do paciente como um todo e não especificamente na queixa do paciente.”
“Ela vai atuar mas também vai ajudar a regular o sono, então a pessoa acaba se tornando mais disposta e tendo uma qualidade de vida melhor. Consegue ter disposição para fazer atividade física e a vida melhora como um todo.”
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