Um estudo clínico, realizado por pesquisadores no estado de Minnesota, nos EUA, sugere que o canabidiol (CBD) pode ser uma alternativa para o tratamento de pessoas com gastroparesia. Os cientistas da Clínica Mayo, uma das principais escolas de saúde do país, compararam indivíduos que consumiram o composto da Cannabis com outros que consumiram placebo por um período de quatro semanas.
Comparados aos que tomaram o placebo, os participantes do estudo que tomaram doses de CBD apresentaram melhoras nos sintomas relacionados à gastroparesia, fosse ela ligada à diabetes ou sem origem conhecida. Para o estudo clínico, eles utilizaram o Epidiolex, primeiro medicamento com CBD a ser aprovado pela FDA, órgão regulatório dos EUA que autoriza medicamentos.
O que é a gastroparesia?
A gastroparesia é uma condição de saúde que afeta o movimento normal do estômago, paralisando ou retardando a passagem de alimentos para o intestino delgado. Geralmente, isso ocorre devido a um mau funcionamento do nervo vago, principal responsável pela coordenação dos movimentos musculares do estômago.
Esse distúrbio leva a sintomas como náuseas, vômitos, sensação precoce de saciedade, além de perda de peso e problemas relacionados à má absorção dos nutrientes. Não se sabe exatamente como surge a gastroparesia nos pacientes. No entanto, sabemos que é mais comum em pessoas com diabetes tipo 1 ou 2. Por outro lado, a gastroparesia também pode surgir por cirurgias na região abdominal ou problemas neurológicos.
O impacto do uso do CBD
O estudo, publicado na revista científica Clinical Gastroenterology and Hepatology, conduziu um ensaio clínico randomizado e controlado por placebo com 44 pacientes com gastroparesia diabética ou sem origem definida. Os participantes tomaram duas doses diárias do CBD de grau farmacêutico por um período de quatro semanas. Cada prescrição era individual, porém com o objetivo de chegar a uma dose de 20 mg/kg por dia.
Após as 4 semanas de tratamento, os pesquisadores mediram os níveis de esvaziamento gástrico atrasado de sólidos, os volumes gástricos e um teste de saciedade chamado Ensure. Os resultados revelaram que os pacientes com gastroparesia tratados com CBD apresentaram uma melhora significativa em diversos aspectos, comparando ao grupo que tomou placebo. Os relatos indicaram aumento na capacidade de ingestão de alimentos até a plenitude confortável (VTF, na sigla em inglês) e até a tolerância máxima (MTV, na sigla em inglês). Além disso, os participantes também relataram diminuição dos vômitos. Tudo isso com efeitos adversos considerados brandos, como fadiga e dor de cabeça.
Por fim, na conclusão do artigo científico, os pesquisadores destacaram a melhora relevante no período avaliado. Além disso, ressaltaram a importância de mais estudos nesse sentido para esclarecer o mecanismo de ação do CBD na gastroparesia.
“Em resumo, em pacientes com gastroparesia idiopática ou diabética bem documentada, o CBD de grau farmacêutico pode ser administrado com segurança por um período de quatro semanas e resulta em melhorias significativas nos sintomas de gastroparesia.
Esses resultados encorajadores sugerem que mais estudos multicêntricos, maiores, randomizados e controlados de longo prazo em gastroparesia idiopática e diabética são garantidos.”
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