Em primeiro lugar, terminar uma atividade sempre foi difícil para Vitor da Silva Pontes, de 25 anos. De fato, este foi só um dos primeiros sinais da dificuldade de crescer com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). “Isso sempre me atrasou em relação aos meus objetivos.”
“Tu não consegue fazer uma coisa que se propôs e começa a ficar para baixo em relação à autoestima, começa a ficar meio triste. Depois, sente uma culpa muito grande também, pois não consegue fazer o que as outras pessoas estão fazendo, o que você queria fazer. Por fim, isso acaba em depressão.”
Aos 12 anos, deu início ao tratamento psiquiátrico para o TDAH. “Me ajudava na parte do foco, mas eu ainda me sentia muito mal, um peso grande, e isso me levava a ter dificuldade de me relacionar com outras pessoas. Por outro lado, também tornava difícil enfrentar o estresse ou momentos desconfortáveis. Coisas que qualquer um passava tranquilamente, para mim eram muito difíceis.”
Aos 16 anos, somou o tratamento para depressão ao do TDAH. “Me sentia enjoado, com um pouco de sono. Em seguida, me deixava dopado durante o dia, justamente para combater essa depressão. Eu não gostava do tratamento, mas muito menos da doença.”
Um pouco depois, aos 18 anos, passou um período internado, na tentativa de os médicos ajustarem a medicação, estando ele sob supervisão. “Os pacientes de depressão têm, às vezes, dificuldade de se adaptar à medicação, pois são muito pesados os sintomas. É difícil manter um tratamento que não te gera resultados palpáveis.”
Uma alternativa para o TDAH
A tentativa falha foi a gota d’água. “Também não deu resultado para minha depressão e os outros sintomas pioraram, como enjoo e ânsia de vômito. Foi quando, em reunião com a minha família, decidimos tentar um tratamento que fosse mais natural e tivesse menos efeitos colaterais.”
Todos passaram a pesquisar e sua mãe chegou com uma alternativa. Mesmo em 2018, com poucos médicos prescritores e limitada informação, ouviu sobre os possíveis benefícios da Cannabis medicinal no tratamento de TDAH. Encontrou um médico no Rio de Janeiro e, após os trâmites, deu início ao tratamento.
“Eu não tinha uma esperança tão grande de me salvar ou curar minha doença. A gente tava mais procurando alguma coisa que me deixasse um pouco mais relaxado e não tivesse tantos efeitos colaterais quanto os remédios que eu normalmente usava.”
Uma tentativa
“Os primeiros dois meses do CBD foram muito bons. É como se tu saísse de um lugar muito ruim e fosse para um muito bom. A vida ficou um pouco mais leve, você consegue dormir mais fácil, o que era um problema, que atrapalhava em muitos aspectos.”
Apesar da melhora, seguiu com dificuldades para lidar com o restante de sua vida e, pouco a pouco, a depressão foi recuperando seu espaço. “Talvez por não fazer uma série de atividades que precisava, em prol do meu tratamento, não consegui manter essa melhora. Me sentia bem fisicamente, mas mentalmente continuava muito ruim.”
A situação se agravou de vez após seis meses de tratamento, quando o medicamento acabou e se viu sem condições de comprar mais. “Foi uma decisão meio apressada. Estava com dificuldade financeira e o tratamento era muito caro.”
Abandonou de vez o tratamento, e a depressão se instalou. “Comecei a ter crises de depressão com ansiedade. Estava com meus 20 poucos anos, com faculdade, trabalhando, era um momento bem estressante e ficar sem acompanhamento médico e tratamento na época pode ter influenciado essas crises.”
O tratamento com Cannabis para o TDAH e depressão
Vitor colocou na cabeça que o acesso ao tratamento com Cannabis medicinal era inviável para ele e deixou de lado. Voltou para os medicamentos alopáticos e encontrou o mesmo insatisfatório resultado de sempre.
“No início do ano, uns amigos que estão fazendo tratamento com Cannabis vieram me falar que o preço já não era mais tão alto, além da burocracia, que já estava bem mais fácil.”
Com seu psiquiatra, decidiu que reduziria aos poucos o uso de medicamentos alopáticos e, na contramão, introduziria a Cannabis medicinal. “Só de tomar menos remédio, já é bastante coisa, porque eu tenho muito enjoo.”
“Voltei a dormir bem. Acordo renovado e me sinto muito mais conectado em meu dia a dia. Consigo prestar mais atenção ao que está acontecendo agora, nas pessoas com quem eu estou conversando, no que preciso fazer. Está sendo bem produtivo.”
Visível transformação
“Há uns seis meses, por exemplo, eu vivia estressado, agora minha família fala que estou melhor. Não é que o CBD tira o estresse, mas tu consegue pensar um pouquinho melhor e consegue aproveitar mais o momento.”
“É uma mudança de qualidade de vida muito grande. Desde os 12 anos, que tenho problemas e essa alternativa é uma coisa que dá muita esperança. Tu não quer voltar para aquele lugar ruim que estava, depressivo.”
“A Cannabis deve ser melhor estudada e aplicada em casos concretos, como o meu, para o qual se mostrou ser positiva. É importante ter um médico que preste atenção no paciente, o entenda, e indique o melhor composto para aquele organismo.”
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