Ainda no primeiro ano de faculdade, uma rara doença autoimune mudou a trajetória da médica Marina Vicente de Souza. Assim, perto de completar seus 20 anos de idade, se viu impossibilitada de caminhar.
“Por isso, fiquei paraplégica por alguns meses. Era uma inflamação na medula, que poderia ser um fato isolado. Depois disso, tive outra crise e a hipótese era de esclerose múltipla. Tratei, fiquei bem, e assim fui seguindo durante toda a faculdade. Tinha surtos, inflamava a medula, recuperava, ficava bem, tinha surtos…”
Enquanto isso, seguia firme nos estudos. “Estava no quarto ano da faculdade, quando fechou o diagnóstico para uma doença autoimune rara, chamada neuromielite óptica.
Sua condição a fez refletir sobre a especialização que seguiria dentro da Medicina. “Fiquei bem perdida, porque a doença era pouco conhecida e tem seus fatores emocionais, então eu fui aconselhada a escolher uma área tranquila, sem ter que ficar fazendo plantão e correr muito.”
Fez residência de clínica médica de 2010 a 2012. No ano seguinte, estava fazendo residência em dermatologia, quando mais uma crise despertou. “Uma inflamação muito grande e extensa. Não consegui voltar para a residência e fiquei três anos afastada da Medicina.”
Marina se recuperou, passou a trabalhar no ambulatório da prefeitura de Joinville e deu início a uma pós-graduação em perícia médica, embora carregue sintomas das crises passadas, provocadas pela neuromielite óptica.
“Desde então, eu tenho dificuldade para caminhar. Preciso usar bengala e de algumas algumas adaptações. Tem coisas que eu já não consigo mais fazer, não tenho mais aquela agilidade. Sinto uma certa fadiga no dia a dia.”
Cannabis e os sintomas da neuromielite óptica
Até que, em 2020, decidiu pelo tratamento canabinoide. “Comecei o uso da Cannabis para os meus sintomas, principalmente espasticidade, e foi excelente.”
“A primeira vez, tomei de noite, pois sabia que poderia dar sono, e fui dormir. Quando levantei no dia seguinte, meu caminhar já era outra coisa. Na troca de passo, eu sentia uma travada, como se fosse uma cãibra, e já notei uma diferença importante.”
Animada, decidiu estudar. “ Assisti algumas aulas sobre Cannabis, decidi fazer um curso, e me apaixonei. É um mundo que eu gosto de estudar, pois consegue abraçar o paciente como um todo. Não olha somente para uma queixa de uma doença.”
Logo, assumiu o controle sobre seu tratamento. “Usei, por uns seis meses, o canabidiol isolado, depois passei para o full spectrum, e já estava estudando a possibilidade de reduzir outras medicações.”
“Usava medicação para dormir, anticonvulsivante para diminuir a espasticidade e os sintomas da dor neuropática, mas fui tirando e ficando só com a Cannabis.”
De paciente à prescritora
No início de 2023, sentiu segurança para dar início à prescrição aos seus pacientes. “O maior número de casos que tenho atendido são oncológicos, para tratar dor, náusea e vômito da quimioterapia, junto com ansiedade e insônia.”
“A Cannabis tem a possibilidade de ação em muitos alvos. Pode ser usada sozinha, em associação com outras medicações, sem grandes efeitos colaterais. Não é como um alopático, que tem efeito colateral e tem que dar outro para consertar aquilo.”
A médica defende a segurança do tratamento canabinoide. “A gente não tá falando de maconha fumada. É uma planta da qual é extraída a medicação, com análise laboratorial, controle de doses e de substâncias contidas.”
Para quem tem dúvidas, Marina deixa seu exemplo. “A Cannabis transformou a minha qualidade de vida. Era muita dor, fadiga, e a planta me deu mais disposição. Meu sono melhorou 90%. Durmo melhor, acordo mais disposta, com energia, consigo fazer atividade física, estou mais resistente. O dia todo é melhor.”
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