A saúde da mulher é uma área de extrema importância que abrange uma ampla gama de questões médicas específicas. Desde problemas hormonais até doenças ginecológicas, as mulheres enfrentam desafios únicos em relação à sua saúde ao longo da vida.
Nesse contexto, criamos este guia completo para abordar os principais males que afetam as mulheres e destacar os cuidados necessários para a manutenção da saúde feminina.
Também iremos explorar como a Cannabis medicinal pode desempenhar um papel auxiliar nesse cenário.
A Cannabis medicinal tem ganhado destaque na medicina, com pesquisas sugerindo seu potencial para aliviar sintomas associados a várias condições de saúde. Incluindo aquelas que afetam especificamente as mulheres. Com isso em mente, continue lendo para aprender sobre:
- O que é a saúde da mulher?
- Qual a importância do cuidado com a saúde da mulher?
- Como a saúde da mulher deve ser acompanhada ao longo da vida?
- Cuidados com a saúde da mulher durante a gestação
- Principais males que acometem a saúde da mulher
- Principais distúrbios que atacam a saúde da mulher
- Especialidades médicas voltadas à saúde da mulher
- A Cannabis medicinal e a saúde da mulher
O que é a saúde da mulher?
A saúde da mulher refere-se ao bem-estar físico, mental e social das mulheres em todas as fases de suas vidas.
Isso inclui questões relacionadas à saúde reprodutiva, como a menstruação, contracepção, gravidez, parto e menopausa, bem como outras condições de saúde específicas que podem afetar as mulheres de forma desproporcional.
A saúde da mulher abrange aspectos gerais, como a prevenção e o tratamento de doenças, a promoção de hábitos saudáveis e a busca de cuidados médicos regulares.
Um dos aspectos centrais da saúde da mulher é a saúde reprodutiva, que inclui a compreensão e o manejo do ciclo menstrual.
Nesta área, as mulheres são informadas sobre o uso de métodos contraceptivos para prevenir a gravidez indesejada, o acompanhamento pré-natal durante a gestação, o parto seguro e o cuidado pós-parto.
Também envolve a abordagem das questões relacionadas à infertilidade, bem como a transição pela menopausa.
Nesse aspecto, também é levado em conta a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de doenças específicas que afetam as mulheres com mais frequência ou de forma distinta em comparação aos homens.
O que pode incluir o câncer de mama, câncer do colo do útero, endometriose, síndrome dos ovários policísticos e doenças sexualmente transmissíveis.
A conscientização e a detecção precoce dessas condições são fundamentais para garantir melhores resultados de saúde.
No entanto, a saúde da mulher não se limita apenas a questões reprodutivas e de gênero.
Também engloba uma abordagem abrangente para a saúde geral, que inclui a prevenção e o tratamento de doenças não relacionadas ao sistema reprodutivo.
Qual a importância do cuidado com a saúde da mulher?
O cuidado com a saúde da mulher é de extrema importância, não apenas para o bem-estar individual das mulheres, mas também para a saúde e o desenvolvimento das famílias e das comunidades.
A saúde das mulheres também tem impacto significativo na saúde da próxima geração.
As condições de saúde da mãe podem influenciar a saúde do feto e do recém-nascido, e os hábitos de saúde da mãe podem influenciar os comportamentos de saúde da criança.
Além disso, o cuidado com a saúde da mulher é uma questão de equidade na saúde.
As mulheres enfrentam desafios únicos e desproporcionais em relação à saúde, incluindo maior risco de certas doenças, barreiras ao acesso aos cuidados de saúde e desigualdades de gênero na pesquisa e no tratamento médico.
Particularidades da saúde da mulher
Embora existam muitas semelhanças nos cuidados de saúde para homens e mulheres, existem também várias particularidades e nuances que são exclusivas da saúde da mulher.
A saúde da mulher possui algumas particularidades importantes que diferem dos cuidados de saúde masculinos, entre as quais:
- Sistema reprodutivo: O sistema reprodutivo feminino, incluindo os órgãos reprodutivos internos e externos, requer atenção específica.
Questões como menstruação, contracepção, gravidez, parto, amamentação e menopausa estão diretamente ligadas à saúde da mulher.
- Cânceres femininos: Alguns tipos de câncer afetam exclusivamente ou predominantemente as mulheres, como câncer de mama, câncer cervical e câncer de ovário.
- Saúde sexual e reprodutiva: A saúde sexual e reprodutiva envolve a prevenção e o tratamento de doenças sexualmente transmissíveis, aconselhamento sobre contracepção, planejamento familiar e educação sobre saúde sexual.
- Saúde mental: As mulheres têm uma maior incidência de certos distúrbios de saúde mental, como depressão e ansiedade. Fatores como hormônios, estresse, papel social e experiências de vida podem influenciar a saúde mental das mulheres.
- Osteoporose: A osteoporose é mais comum em mulheres, especialmente durante a menopausa, devido à diminuição dos níveis de estrogênio.
- Doenças cardiovasculares: Embora as doenças cardiovasculares afetem ambos os sexos, as mulheres podem apresentar sintomas diferentes dos homens.
É essencial que as mulheres estejam cientes dessas diferenças e realizem exames preventivos para detectar possíveis problemas cardíacos.
Dados da saúde da mulher no Brasil
A saúde da mulher no Brasil é uma questão de extrema importância e tem sido objeto de estudos e debates por profissionais da área da saúde e gestores públicos.
Diversos indicadores revelam desafios e lacunas que precisam ser enfrentados para garantir o bem-estar e a qualidade de vida das mulheres em todas as fases de suas vidas.
Um dos principais problemas enfrentados pelas mulheres brasileiras é a mortalidade materna, complicações no parto e gravidez na adolescência.
Apesar dos avanços nas últimas décadas, o Brasil ainda apresenta altas taxas de mortalidade materna, especialmente entre as mulheres mais pobres e em regiões mais afastadas dos centros urbanos.
As complicações relacionadas à gravidez e ao parto, muitas vezes decorrentes da falta de acesso a serviços de saúde adequados, contribuem para esses números alarmantes.
De acordo com informações fornecidas pelo Ministério da Saúde, foi constatado que, dos 29.268 óbitos fetais registrados no Brasil, 14,3% ocorreram em partos de meninas com idades entre 10 e 19 anos.
Os problemas de saúde da mulher também são problemas frequentemente abordados.
Durante o período de 2010 a 2022, a média anual de nascidos vivos provenientes de mães adolescentes foi de 500 mil, totalizando 6 milhões de casos, o que representa 17,5% do total de nascimentos no período mencionado.
Em 2021, a maior parte das mortes evitáveis em mulheres de 5 a 74 anos (74,1%) estava relacionada às doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), enquanto que, em 2022, esse percentual foi reduzido para 45,5%, porém permanecendo alto.
Como a saúde da mulher deve ser acompanhada ao longo da vida?
A saúde da mulher deve ser acompanhada ao longo de toda a sua vida, desde a infância até a terceira idade.
Cada fase apresenta demandas específicas que requerem atenção e cuidados adequados:
Saúde da mulher durante a puberdade
A puberdade é uma fase crucial na vida das mulheres, marcada por mudanças significativas tanto físicas quanto emocionais.
Durante esse período, é necessário prestar atenção especial à saúde das adolescentes e garantir que elas recebam os cuidados adequados.
Durante a puberdade, ocorrem mudanças importantes nos órgãos reprodutivos das mulheres. As adolescentes devem estar cientes das transformações que estão ocorrendo em seus corpos e recebam orientação sobre como lidar com essas mudanças.
A primeira menstruação, conhecida como menarca, geralmente ocorre durante a puberdade.
Promover a saúde da mulher na puberdade também implica informar as jovens sobre o ciclo menstrual, higiene adequada e uso de absorventes ou outros métodos de cuidado menstrual.
É também durante a puberdade que muitas jovens começam a explorar sua sexualidade. Fornecer informações abrangentes sobre saúde sexual e reprodutiva, contracepção, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e consentimento é altamente importante.
Uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios também faz parte da saúde da mulher na puberdade. Isso porque ajudam no desenvolvimento adequado do corpo e na manutenção do peso saudável.
Por fim, a puberdade pode ser um período desafiador emocionalmente para as meninas, com o surgimento de mudanças hormonais e questões relacionadas à identidade e autoestima.
A saúde da mulher durante a puberdade requer uma abordagem holística, que envolva não apenas os aspectos físicos, mas também os emocionais e sociais.
O acompanhamento regular com profissionais de saúde, como ginecologistas ou médicos de família, pode ajudar a garantir uma transição saudável para a fase adulta.
Saúde da mulher durante a fase adulta
A fase adulta é uma etapa em que a saúde da mulher é influenciada por uma variedade de fatores, incluindo estilo de vida, saúde reprodutiva e cuidados preventivos.
O passo mais importante na promoção da saúde da mulher na fase adulta é, de fato, fazer consultas regulares com um médico de família ou ginecologista.
Estas consultas são fundamentais para a detecção precoce de problemas de saúde. Exames como mamografias, exames pélvicos, testes de Papanicolau e verificações de pressão arterial devem ser realizados conforme recomendado.
Durante a fase adulta, muitas mulheres planejam ter filhos. Por isso, é ainda mais importante ter um acompanhamento médico adequado durante a gravidez, fazer exames pré-natais, receber orientações sobre cuidados pré-concepcionais e garantir um parto seguro.
A adoção de um estilo de vida saudável para prevenir doenças crônicas, como diabetes, doenças cardiovasculares e câncer também faz parte de estratégias de promoção da saúde da mulher.
Vale ressaltar também que o cuidado com a saúde óssea é muito importante nesta fase.
A saúde óssea é particularmente relevante durante a fase adulta, pois as mulheres têm maior risco de desenvolver osteoporose.
A saúde da mulher durante a fase adulta requer um enfoque abrangente, que inclua a adoção de hábitos saudáveis e a busca por suporte médico adequado.
Saúde da mulher durante a menopausa
A menopausa é uma fase natural da vida da mulher, marcada pelo fim dos ciclos menstruais e da capacidade reprodutiva.
Durante a menopausa, muitas mulheres experimentam sintomas como ondas de calor, suores noturnos, alterações no humor, insônia e secura vaginal.
Após a menopausa, as mulheres têm um risco aumentado de desenvolver osteoporose devido à diminuição dos níveis de estrogênio.
Portanto, parte das estratégias de promoção da saúde da mulher visa adotar hábitos que melhorem estes níveis, por exemplo, aumentar a ingestão de cálcio, vitamina D e praticar exercícios de fortalecimento.
Com a menopausa também há um risco de doenças cardiovasculares nas mulheres. Novamente, adotar um estilo de vida saudável pode ajudar a reduzir esse risco.
A saúde sexual é igualmente importante aqui. A diminuição dos níveis hormonais durante a menopausa pode causar alterações na saúde sexual, como diminuição da libido e secura vaginal.
Com isso, é preciso ter um diálogo aberto com o seu parceiro e seu médico, a fim de encontrar estratégias que possam ajudar a enfrentar essas mudanças.
Cuidados com a saúde da mulher durante a gestação
A saúde da mulher durante a gravidez é de extrema importância, pois afeta tanto a mãe quanto o bebê em desenvolvimento.
Durante esse período, é essencial adotar uma abordagem cuidadosa e abrangente para garantir uma gestação saudável e minimizar os riscos para ambos.
Uma das primeiras medidas importantes é buscar cuidados pré-natais adequados. Durante essa primeira consulta, o médico provavelmente realizará um teste de gravidez para confirmar e determinar quantas semanas você está.
Se você estiver saudável e não tiver fatores de risco complicadores, é provável que os profissionais de saúde solicitem consultas:
- A cada 4 semanas até a 28ª semana de gravidez.
- A cada 2 semanas até a 36ª semana.
- Uma vez por semana até o parto.
Durante essas consultas, seu profissional de saúde verificará seu peso, pressão arterial e acompanhará o crescimento e desenvolvimento do bebê. Exames pré-natais e pelo menos um ultrassom também serão realizados.
Em relação à nutrição durante a gravidez, é importante não cortar calorias ou fazer dietas restritivas.
As mulheres grávidas de um bebê precisam de cerca de 300 a 400 calorias extras por dia no segundo trimestre, e um pouco mais no terceiro trimestre.
O profissional de saúde pode prescrever vitaminas pré-natais para garantir que você e o bebê recebam nutrientes suficientes.
Durante a gravidez, é fundamental seguir alguns princípios básicos para cuidar de si mesma e do bebê: não fumar, não consumir álcool nem usar outras drogas, descansar o suficiente e manter uma dieta saudável.
Além disso, é importante estar ciente da segurança de medicamentos, alimentos, vacinas e exercícios físicos.
Embora seja necessário ter cuidado com as escolhas que afetam o bebê, muitas mulheres relatam que se sentem mais saudáveis durante a gravidez.
Principais males que acometem a saúde da mulher
As doenças que afetam as mulheres vão além de questões específicas de gênero, como dores menstruais, endometriose ou micoses vaginais.
Existem outras condições e distúrbios que têm um impacto particular nas mulheres, como câncer de mama, osteoporose e fibromialgia.
Homens e mulheres não são afetados pelas doenças da mesma maneira. Diferenças genéticas, hormonais e anatômicas contribuem para uma maior incidência de certas doenças em mulheres em comparação aos homens.
Algumas doenças afetam mais as mulheres do que os homens. Quais são essas doenças e como explicar essas desigualdades?
Síndrome dos ovários policísticos (SOP)
A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) é uma condição que afeta as mulheres e está relacionada a desequilíbrios hormonais.
É caracterizada pela presença de cistos nos ovários, que podem causar sintomas como irregularidade menstrual, excesso de pelos corporais, acne e dificuldade para engravidar.
A SOP ocorre devido a alterações na produção hormonal, principalmente nos níveis de estrogênio e progesterona.
Esses desequilíbrios hormonais podem levar à formação dos cistos nos ovários, bem como a outros sintomas associados à síndrome.
Além disso, a resistência à insulina, um problema relacionado ao metabolismo do açúcar no organismo, também está frequentemente presente em mulheres com SOP.
Essa resistência à insulina pode contribuir para o aumento da produção de hormônios masculinos, como a testosterona, que por sua vez pode levar ao crescimento excessivo de pelos corporais e acne.
Câncer de mama
O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum nas mulheres, com milhares de casos por ano.
Fatores de risco incluem exposição significativa a hormônios (como ausência de filhos, puberdade precoce), estilo de vida pouco saudável (alimentação desequilibrada, tabagismo, consumo excessivo de álcool, falta de atividade física).
Mulheres com risco médio, entre 50 e 74 anos de idade e sem histórico familiar de câncer de mama, são aconselhadas a realizar mamografias a cada dois anos para detectar precocemente possíveis tumores malignos.
Cada visita ao ginecologista é uma oportunidade para realizar uma palpação a fim de detectar possíveis nódulos.
Infecção urinária
Também conhecida como infecção do trato urinário, essa condição afeta muito mais as mulheres devido à anatomia do seu sistema geniturinário.
Isso ocorre porque a uretra feminina é mais curta, permitindo que os agentes patogênicos cheguem mais facilmente à bexiga e causem infecções.
Os homens possuem uma uretra mais longa, o que dificulta a colonização da bexiga por agentes patogênicos.
Endometriose
A endometriose é uma condição que afeta 1 em cada 10 mulheres. É uma condição crônica que afeta o revestimento interno do útero, conhecido como endométrio.
Normalmente, o endométrio engrossa mensalmente em preparação para uma possível gravidez e é eliminado durante a menstruação caso não haja fertilização.
No caso da endometriose, o processo de renovação do endométrio não ocorre corretamente. Isso pode levar a sintomas como dor abdominal, infertilidade e sangramento anormal.
Candidíase
A candidíase é uma infecção causada pelo crescimento excessivo do fungo Candida, principalmente a espécie Candida albicans.
Embora possa afetar ambos os sexos, é mais comum em mulheres devido a fatores anatômicos e hormonais específicos.
A anatomia genital feminina cria um ambiente propício para o crescimento da Candida. A vagina é um local úmido e quente, com um pH ligeiramente ácido, que favorece o crescimento do fungo.
Além disso, as dobras e pregas na região genital feminina podem proporcionar áreas úmidas e com acúmulo de calor, favorecendo o crescimento do fungo.
As flutuações hormonais ao longo do ciclo menstrual também podem influenciar o ambiente vaginal.
Durante a menstruação, por exemplo, as mudanças no pH vaginal e o aumento da umidade podem criar condições mais favoráveis para o crescimento do fungo.
Alterações hormonais durante a gravidez e a menopausa também podem aumentar o risco de candidíase.
Por fim, o uso prolongado de antibióticos pode perturbar o equilíbrio natural da flora vaginal, permitindo que o fungo Candida se multiplique em excesso.
O uso de contraceptivos orais ou dispositivos intrauterinos também pode aumentar o risco de candidíase em algumas mulheres.
Osteoporose
A osteoporose, uma condição que enfraquece os ossos e aumenta o risco de fraturas, afeta principalmente as mulheres após a menopausa.
No Brasil, entre 2,5 e 3,5 milhões de mulheres sofrem de osteoporose pós-menopausa. A osteoporose relacionada à idade é de 2 a 3 vezes mais comum em mulheres do que em homens.
A osteoporose afeta 39% das mulheres com cerca de 65 anos e 70% das mulheres com 80 anos.
A principal causa é a menopausa e as alterações hormonais, incluindo a diminuição dos níveis de estrogênio que desempenham um papel na remodelação óssea.
HPV
O HPV (Papilomavírus Humano) é uma infecção viral comum que pode afetar tanto homens quanto mulheres.
No entanto, o HPV tem implicações importantes para a saúde das mulheres, especialmente relacionadas ao colo do útero e outras áreas genitais.
A transmissão do HPV ocorre principalmente por contato sexual, incluindo relações vaginais, anais e orais.
Existem diferentes tipos de HPV, alguns dos quais causam verrugas genitais visíveis, enquanto outros estão associados a alterações celulares no colo do útero que podem levar ao câncer cervical.
Em muitos casos, a infecção por HPV é transitória e o sistema imunológico do indivíduo é capaz de eliminá-la naturalmente ao longo do tempo. No entanto, em alguns casos, a infecção persiste e pode levar a complicações de saúde.
Mioma uterino
Os miomas são tumores benignos que surgem do tecido muscular liso do útero. Esse tipo de tecido está presente apenas nas mulheres e desempenha um papel importante nas contrações uterinas durante a menstruação e o parto.
Acredita-se que os miomas uterinos sejam influenciados por fatores hormonais, especialmente os hormônios femininos, como estrogênio e progesterona.
Esses hormônios desempenham um papel fundamental no crescimento e desenvolvimento do útero, e os miomas parecem ser sensíveis a esses estímulos hormonais.
Além disso, os miomas uterinos estão associados à idade reprodutiva das mulheres, com maior incidência entre os 30 e 50 anos.
Conforme as mulheres envelhecem e se aproximam da menopausa, a produção de hormônios sexuais diminui, o que pode resultar na redução do tamanho dos miomas ou até mesmo na sua regressão.
Fibromialgia
A fibromialgia é uma condição caracterizada por dores musculoesqueléticas generalizadas.
Muitas vezes descritas como leves, persistentes e incômodas, estas dores são acompanhadas por outros sintomas, como fadiga, distúrbios do sono, dificuldades cognitivas (problemas de atenção, concentração e memória) e distúrbios do humor.
A fibromialgia afeta mais as mulheres, e várias causas possíveis são mencionadas, incluindo níveis mais baixos de serotonina no cérebro feminino (sete vezes menor em comparação ao cérebro masculino) e variações bioquímicas no corpo devido a alterações hormonais.
Acredita-se que essa doença afete a maneira como o cérebro e a medula espinhal processam os sinais de dor e ausência de dor.
Principais distúrbios mentais que afetam a saúde da mulher
Assim como no caso das doenças físicas, existe uma maior predisposição das mulheres no desenvolvimento de certos distúrbios mentais. Entre estes distúrbios e seus fatores desencadeantes, podemos citar:
Depressão
A depressão é mais comumente diagnosticada em mulheres do que em homens, com uma proporção que varia de simples a duplo.
As causas da depressão são complexas e envolvem fatores biológicos (genéticos), fatores sociais e experiências vividas.
Ao longo da vida, as mulheres enfrentam diversos eventos que podem aumentar o risco de desenvolver essa condição:
- Puberdade: Questões relacionadas à sexualidade, identidade, conflitos familiares e pressões para obter bons resultados (acadêmicos, esportivos, etc.) podem influenciar o surgimento da depressão, mais do que as mudanças hormonais em si.
- Síndrome pré-menstrual: Mulheres que experimentam sintomas graves da síndrome pré-menstrual têm maior probabilidade de sofrer de depressão.
Isso ocorre tanto devido ao isolamento ao qual são submetidas quanto às variações cíclicas de certos hormônios, que afetam o funcionamento dos neurotransmissores responsáveis pelo controle do humor, como a serotonina.
- Gravidez: Mudanças hormonais, alterações no estilo de vida, dificuldades para engravidar, abortos espontâneos e outros fatores relacionados a essa fase da vida das mulheres podem aumentar o risco de depressão.
Burnout
O burnout, ou esgotamento profissional, é uma condição que afeta tanto homens quanto mulheres, mas existem evidências que indicam uma prevalência maior entre as mulheres. Vários fatores podem contribuir para essa diferença.
Muitas mulheres enfrentam uma carga de trabalho intensa e desempenham múltiplos papéis, como profissionais, mães e cuidadoras.
Essa sobrecarga de demandas pode aumentar o estresse e a pressão, tornando as mulheres mais propensas ao desenvolvimento do burnout.
Normas de gênero podem impor expectativas elevadas sobre as mulheres, tanto no âmbito profissional quanto pessoal.
Elas podem enfrentar desafios adicionais, como discriminação de gênero, desigualdade salarial e falta de reconhecimento.
Esses fatores podem contribuir para um ambiente de trabalho mais estressante e aumentar o risco de burnout.
Especialidades Médicas Voltadas à Saúde da Mulher
A saúde da mulher é uma área específica dentro da medicina que abrange diversas especialidades médicas voltadas para o cuidado e tratamento das necessidades específicas das mulheres.
Essas especialidades se concentram em diagnosticar, tratar e prevenir doenças relacionadas ao sistema reprodutor feminino, bem como outras condições de saúde específicas.
Dentre as principais especialidades médicas voltadas para a saúde da mulher, destacam-se a Ginecologia, Urologia, Obstetrícia, Angiologia e Mastologia. Cada uma delas desempenha um papel fundamental no cuidado e bem-estar das mulheres:
Ginecologia
A ginecologia é uma especialidade médica que se concentra no diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças do sistema reprodutor feminino.
Os ginecologistas cuidam de uma ampla gama de condições, incluindo distúrbios hormonais, infecções do trato genital, câncer de colo do útero, miomas uterinos, endometriose e problemas relacionados à fertilidade.
Eles também são responsáveis por realizar exames de rotina, como o Papanicolau, para detectar precocemente alterações celulares que possam indicar câncer.
Urologia
A urologia é uma especialidade médica que trata de problemas relacionados ao sistema urinário feminino, incluindo rins, ureteres, bexiga e uretra.
Os urologistas são especialistas em diagnosticar e tratar infecções urinárias, incontinência urinária, cálculos renais, doenças renais, distúrbios da bexiga e câncer de bexiga.
Também podem ajudar a tratar disfunção sexual feminina e condições como a cistite intersticial.
Obstetrícia
A obstetrícia é a especialidade voltada para o cuidado da gestação, parto e pós-parto.
Os obstetras acompanham a saúde da mulher durante a gravidez, realizam exames pré-natais, monitoram o desenvolvimento do feto e ajudam no parto.
Eles também oferecem suporte durante o pós-parto, auxiliando na recuperação da mãe e no cuidado com o recém-nascido.
Os obstetras estão preparados para lidar com complicações durante a gravidez e realizar intervenções cirúrgicas, como cesarianas, quando necessário.
Angiologia
A angiologia é uma especialidade médica que se concentra no diagnóstico e tratamento de doenças que afetam o sistema circulatório, incluindo artérias, veias e vasos linfáticos.
No contexto da saúde da mulher, os angiologistas podem estar envolvidos no tratamento de doenças vasculares específicas, como varizes, trombose venosa profunda e linfedema.
Eles podem realizar exames de ultrassonografia vascular e procedimentos minimamente invasivos, como escleroterapia, para tratar essas condições.
Mastologia
A mastologia é a especialidade médica que se dedica ao estudo e tratamento das doenças da mama.
Os mastologistas estão envolvidos no diagnóstico precoce e no tratamento de câncer de mama, além de outras condições mamárias, como cistos, fibroadenomas e mastalgia.
Eles realizam exames clínicos, mamografias, ultrassonografias mamárias e biópsias, e podem indicar o tratamento adequado para condições que afetam a região.
A Cannabis medicinal e a saúde da mulher
À medida que mulheres ao redor do mundo buscam alternativas naturais para melhorar sua saúde, bem-estar e autocuidado, é essencial incluir a Cannabis medicinal nessa conversa.
Apesar do estigma ainda existente em torno do seu uso, a Cannabis medicinal tem tido um impacto significativo na saúde de muitas mulheres, e há uma abundância de evidências científicas que o respaldam.
É amplamente conhecido que a Cannabis medicinal pode ser um tratamento eficaz para uma variedade de condições e sintomas que afetam as mulheres.
O corpo humano possui receptores do sistema de endocanabinoides em várias partes. Os canabinoides encontrados na Cannabis medicinal podem auxiliar no controle de diversos sistemas internos, incluindo a resposta à dor, o humor e o sono ao interagir com estes receptores.
Durante a perimenopausa e a menopausa, é comum que as mulheres experimentem sintomas problemáticos, como ondas de calor, mudanças no sono e no humor.
Uma pesquisa conduzida pela Universidade de Harvard revelou que cerca de 80% das mulheres na meia-idade utilizam Cannabis para aliviar esses sintomas, principalmente problemas de humor e distúrbios do sono.
O estudo, publicado na revista Menopause, envolveu 131 mulheres na perimenopausa (período que antecede a menopausa) e 127 mulheres que já haviam passado pela menopausa.
Os resultados revelaram que a grande maioria das participantes (86%) eram usuárias atuais de Cannabis.
Quase 79% delas utilizavam a Cannabis para aliviar sintomas relacionados à menopausa, sendo que 67% relataram que a Cannabis ajudava nos distúrbios do sono, e 46% afirmaram que melhorava o humor e a ansiedade.
Mulheres na perimenopausa apresentaram sintomas mais intensos em comparação às mulheres na pós-menopausa, o que resultou em um maior uso de Cannabis para lidar com esses sintomas.
Mais de 84% das participantes relataram o consumo de Cannabis por meio do fumo, 78% utilizaram comestíveis de maconha e quase 53% utilizaram óleos.
Cannabis no tratamento de condições que afetam a saúde da mulher
Vale ressaltar que a Cannabis não é utilizada apenas por mulheres em períodos de pré e pós menopausa. Ela pode ser utilizada para tratar diversas condições que acometem a saúde da mulher, tais como:
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP);
- Ansiedade e depressão;
- Câncer de mama;
- Infecção urinária;
- Endometriose;
- Candidíase;
- Osteoporose;
- HPV;
- Mioma uterino;
- Fibromialgia;
Se você estiver lidando com qualquer uma dessas condições ou sintomas, marque uma consulta com os médicos do Portal Cannabis & Saúde para fazer uma avaliação e verificar se a Cannabis pode ajudar no seu caso.
Conclusão
A saúde da mulher é uma área complexa que requer atenção e cuidados adequados. Ao longo da vida, as mulheres enfrentam vários desafios médicos e psicológicos.
Portanto, é fundamental adotar medidas preventivas e buscar tratamentos eficazes para promover uma vida saudável e equilibrada.
A Cannabis medicinal tem mostrado potencial promissor no alívio de sintomas associados a várias condições de saúde que afetam as mulheres e também para tornar a vida das mulheres melhor durante a menopausa.
No entanto, é importante destacar que o uso da Cannabis medicinal deve ser realizado com orientação médica adequada.
A saúde da mulher é uma área em constante evolução, e pesquisas adicionais são necessárias para explorar completamente o potencial terapêutico da Cannabis medicinal.
No entanto, seu papel como uma opção auxiliar no tratamento de certas condições oferece uma perspectiva promissora para o futuro da saúde feminina.