Embora a obesidade seja considerada uma doença de acordo com os critérios da OMS, ainda é uma condição amplamente aceita pela sociedade. Além disso, o excesso de oferta e consumo de alimentos é incentivado pelas indústrias, pela influência social e familiar. A comida desempenha não apenas o papel de fornecer energia e nutrientes para o corpo, mas também exerce uma função social e emocional na sociedade. Alimentar-se tornou-se um meio de buscar felicidade, de se socializar, de reunir amigos e familiares, de atrair funcionários e de vender produtos e serviços.
Para alcançar a perda de peso, é necessário enfrentar todos esses fatores de forma contínua, o que leva a maioria das pessoas a desistir.
Atualmente, ser magro e saudável é a exceção.
Uma das grandes discussões que está sendo pouco abordada é o impacto das interações nas redes sociais em conjunto com a falta de atividades físicas, que podem causar ansiedade e insônia, e, consequentemente, levar ao ganho de peso (abordaremos isso mais adiante).
O tratamento dos sintomas de ansiedade com o uso de ansiolíticos e remédios para dormir também aumenta as chances de ganho de peso. Por outro lado, a Cannabis Medicinal apresenta altas taxas de eficácia no tratamento da ansiedade, sem os efeitos colaterais de ganho de peso. Mais sobre esse assunto no capítulo “Para emagrecer, a ansiedade precisa ser tratada.”
Outro ponto importante a considerar é a escolha de métodos para perder peso, especialmente quando baseados em informações encontradas nas redes sociais. O cérebro não retém bem as informações sem repetição adequada. Nas redes sociais, a repetição é limitada, e os usuários têm a falsa impressão de que se lembrarão do que viram, mas isso é apenas uma ilusão. Faça o teste: passe 30 minutos olhando postagens, feche a rede social e tente lembrar de tudo! Nosso cérebro, em particular o hipocampo, precisa de repetições para armazenar informações na memória. Essa falta de repetição causa desequilíbrios de informação que levam a decisões erradas, principalmente quando um único serviço, produto ou remédio é oferecido como solução definitiva para o sobrepeso e a obesidade. Se fosse tão simples, a população não estaria ganhando peso há décadas. Emagrecer requer informações comprovadas, científicas e testadas, que demonstrem como alcançar esse objetivo. Além disso, é necessário acompanhamento médico e motivação contínua, pois exige uma mudança de hábitos. Emagrecer envolve mudanças nos hábitos que levaram ao sobrepeso, e qualquer mudança de hábito vai contra nosso sistema evolutivo de autoproteção e busca por recompensa. Emagrecer não é uma tarefa simples. O protocolo que identificamos como funcional aborda o corpo, a mente, a alimentação e as atividades físicas simultaneamente.
Após análise de dezenas de estudos clínicos, meta-análises e consensos médicos, encontramos um protocolo de emagrecimento que reúne e seleciona informações que explicam por que ganhamos peso, como nosso corpo e cérebro funcionam quando expostos às atividades da sociedade moderna e como podemos emagrecer de forma eficaz.
Abordaremos o assunto de forma científica, dividindo-o em cinco partes:
- Por que emagrecer é tão difícil e por que as dietas não funcionam.
- Como ocorre o processo de ganho e perda de peso de forma objetiva.
- Como emagrecer e manter-se magro de maneira saudável. Aqui podemos revelar um fato antecipado: não se trata apenas de fazer dieta, mas sim de adotar um novo estilo de vida.
- Emagrecer evitando picos de açúcar no sangue.
- Para emagrecer, a ansiedade precisa ser tratada.
Se você quer emagrecer e não consegue, não está só!
Este tema é comum em todas as rodas de amigos. Sempre há alguém que traz uma novidade: um shake, uma dieta específica, um remédio, um esporte, uma academia. No entanto, com o tempo, percebemos que aquela pessoa que trouxe o assunto e seguiu sua própria dica provavelmente voltou a engordar.
Infelizmente, devido à especialização médica, com 56 especialidades organizadas pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), a gestão da saúde ficou fragmentada. Não há consenso entre médicos, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais da saúde física e mental. O emagrecimento se tornou um mercado gigantesco, confuso e, como mostram as estatísticas acima, com baixa taxa de sucesso.
A sociedade moderna oferece vários estímulos para o sobrepeso:
- Falta de conhecimento sobre o funcionamento do corpo: esse é o principal problema. A população em geral não tem interesse em conhecer o manual do corpo, apenas deseja resultados rápidos.
- Transporte facilitado e redução do estímulo à atividade física.
- Consumo de comidas processadas e incentivo à sobrealimentação.
- Propagandas que afetam nosso sistema de recompensa (sistema hedônico – ciclo de dopamina).
- Relacionamentos sociais integrados à comida.
- Aumento da ansiedade e do estresse, o que leva à necessidade de alimentos reconfortantes emocionalmente.
- Redes sociais que prejudicam a qualidade do sono.
- Confusão entre sintoma e doença: a maioria das pessoas, quando apresenta um sintoma desconfortável, que geralmente é um sinal do corpo, foca apenas em eliminar o sintoma, sem se importar com a causa subjacente.
- A lista é longa e continua crescendo, com tendência a piorar, como descrito na coluna anterior, onde mostramos a conexão entre o aumento da obesidade e o aumento da ansiedade.
- Por fim, um dos maiores obstáculos na luta contra a obesidade é o próprio paciente, que busca resultados imediatos e não tem paciência ou interesse em aprender como o corpo funciona. O paciente se torna uma “presença fácil” para tantas ofertas comerciais que prometem exatamente isso: resultados imediatos, sem que o paciente compreenda como essas propostas realmente funcionam.
Vamos aos fatos
Todas as dietas restritivas atacam nosso instinto de sobrevivência, levando ao abandono! Responda a esta pergunta: você quer seguir uma dieta específica pelo resto da vida? Então vá para a academia e emagreça! No entanto, cerca de 75% das pessoas desistem da academia em 12 semanas (Ref. 02 – estudo). Dietas baseadas exclusivamente em remédios também falham (Ref. 04, 05, 06).
A falácia mais bem aceita com relação a dietas: Todos sabem como emagrecer, é só fechar a boca e malhar
Em um estudo recente, foi comprovado que após o início de uma dieta, o apetite tende a aumentar, levando gradualmente a pessoa a retomar o consumo original de calorias. A duração de uma dieta severa é geralmente de apenas 3 meses, o que é semelhante ao período em que uma pessoa frequenta a academia. Portanto, pode-se afirmar que dietas temporárias não funcionam, pois são regimes que não são duradouros e não resolvem o problema (Ref. 06).
Outro estudo demonstrou que dietas restritivas também podem levar a uma insuficiência de nutrientes essenciais para o funcionamento adequado do nosso organismo. Isso pode resultar em perda de massa muscular e, consequentemente, aumento de peso.
Então, qual dieta funciona?
No ITI – Instituto de Terapias Integradas, iniciamos uma pesquisa há quatro anos, selecionando os melhores estudos científicos disponíveis. Chegamos à seguinte conclusão para perda e manutenção de peso:
- Aumentar a massa muscular: isso aumenta o consumo diário de calorias.
- Ajustar o metabolismo: se o organismo não estiver equilibrado, não será possível ganhar massa muscular. Por meio de exames laboratoriais, é possível identificar deficiências de nutrientes, vitaminas e hormônios, e suplementar o que está em falta. Um dos principais elementos ausentes na maioria das dietas é a proteína.
- Ajustar a sequência da alimentação para evitar picos de glicemia e, consequentemente, episódios de ganho de peso.
- Reduzir os níveis de ansiedade e estresse, que têm aumentado juntamente com a obesidade nos últimos 70 anos.
- Integrar os pacientes em um programa contínuo de gestão de saúde, que inclui atividades físicas diárias, coaching comportamental e apoio nutricional.
Em breve os próximos conteúdos sobre dieta aqui na coluna de Roberto Carvalho Dias.
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