Com apenas um mês de idade, o pequeno Felipe Porta, no espectro autista, precisou ser levado às pressas ao hospital. “Ele ficou roxinho. Estava com baixa oxigenação e precisou ser internado. Foi notificado como infecção generalizada, mas não sabiam o que era e ficou um tempão na UTI”, lembra o pai, Claudio Roberto Porta.
Foram 40 dias de hospital, sendo 30 dias em unidade de terapia intensiva. “Ele quase faleceu. A ideia era que estava com refluxo, pois a falta de ar começava com uma tosse, e foi feita uma cirurgia no estômago dele. Só que ele continuou tossindo, abriu a barriga dele e teve que fazer outra. Foi um sofrimento enorme.”
Felipe se recuperou. Conforme o tempo passou e os pais perceberam que seu desenvolvimento era um pouco diferente das outras crianças, todos pensaram ser devido ao trauma logo no início da vida. “Vamos dar um tempinho para ele.”
Transtorno do Espectro Autista (TEA)
No entanto, quando estava com um ano e meio, passaram a perceber alguns comportamentos repetitivos e, no pediatra, concluíram que Felipe estava dentro do espectro autista. “Ele é bastante inteligente. Ele gostava muito de ficar no tablet e, com três anos, começou a ler.”
“Algo que é difícil com autistas, o Felipe tem a especificidade de gostar de imaginação. A gente inventa história, brinca, inventa personagem. Ele faz teatro também.”
Mas nem tudo era tão fácil. A criança sempre apresentou um comportamento disruptivo, como é chamada a dificuldade em lidar com frustrações experimentada por algumas pessoas no espectro autista. No entanto, por volta dos sete anos de idade, essa dificuldade foi se tornando cada vez mais violenta.
A situação chegou ao extremo da mãe de Felipe passar sua guarda para o pai, já que são separados, pois estava com dificuldade de lidar. Claudio começou a buscar algo que pudesse ajudar a deixar seu filho, que já tomava três medicamentos psiquiátricos alopáticos, mais calmo.
Cannabis no tratamento de sintomas do espectro autista
“Fui atrás de saber da Cannabis. Perguntei para pais cujos filhos já usavam, li artigos e conversei com os profissionais que atendiam o Felipe. Vi uma certa rejeição. A maioria diz que é uma coisa nova, precisa estudar mais, mas a psiquiatra que prescreve aquele monte de coisa foi bastante contra.”
Cláudio não desistiu. Buscou uma outra psiquiatra infantil e, em paralelo, marcou uma consulta com o médico prescritor de Cannabis medicinal Vinicius Mesquita. “A psiquiatra disse que não tinha experiência direta com o CBD, mas que estava aberta, e fizeram um acompanhamento conjunto.”
Há três meses, Felipe, aos nove anos de idade, faz tratamento com Cannabis medicinal. O desmame dos medicamentos foi o primeiro passo. Dos três alopáticos, restou somente um, o aripiprazol, que já toma há muitos anos, mas com dose reduzida.
Sem agressão
“Foi uma mudança muito grande. Continua tendo o comportamento disruptivo, apresenta transtorno opositor desafiador, mas, desde o CBD, o Felipe não tem mais o comportamento violento. Foi uma virada. Se interrompo alguma coisa que ele está gostando de fazer, no máximo, fala ‘seu chato’, ‘não gosto de você’, eu saio um pouquinho e passa.”
“É como se, com o CBD, ele tivesse um milésimo de segundo a mais que evita que seja impulsivo e agressivo. O CBD permite um contar até 10. Tem o disruptivo, mas não é violento e, com isso, está buscando novas maneiras de se manifestar. Conversa, chora, fala que está chateado.”
“Junto com os terapeutas, trabalhamos a parte comportamental para que ele consiga acompanhar mais as aulas. A maior parte dos disruptivos violentos eram na escola. Agora ele já consegue ficar mais na sala, pois também consegue se expressar que precisa de um tempinho dele.”
Qualidade de vida e esperança
Como não poderia deixar de ser, a mudança de comportamento de Felipe provoca a melhora da qualidade de vida de muito mais gente. “Os terapeutas, funcionários da escola, está todo mundo contente com os resultados do CBD. Abriu um monte de possibilidades de desenvolver a capacidade dele se expressar e resolver o que o aflige de maneira adequada.”
“Eu estou aprendendo a olhar para mim. Todo esse tempo, eu fiquei em segundo plano. Até em relação ao meu trabalho. Agora, como o CBD tirou essa parte violenta, as pessoas se aproximam e é mais fácil ter gente querendo ajudar. É uma experiência que eu ainda estou vivenciando.”
“É algo novo. Uma liberdade que eu ainda não soube utilizar. Eu nunca mais saí sozinho nesse tempo todo desde que estou com o Felipe. Posso trabalhar mais tranquilo e com certeza a minha qualidade de vida vai melhorar ainda mais.”
Uma evolução coletiva. “O Felipe é considerado leve dentro do espectro autista. É uma doença do desenvolvimento e a criança pode evoluir ou involuir. A minha expectativa, como pai, é deixar o filho o mais autônomo e livre possível, para que possa se virar ao máximo. Diante do quadro que ele estava, hoje, com o CBD, eu tenho esperança.”
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