A artista visual Sonia Pereira, 60, estranhou quando seu gastroenterologista lhe aconselhou a procurar um psiquiatra. “Eu entendi que o que eu tinha era depressão em 2017”, lembra, aos 60 anos.
“Eu andava muito irritada e comecei a ter intolerância alimentar. Tudo o que eu comia fazia mal. Achava que era um problema gástrico, mas o gastro me encaminhou para o psiquiatra.”
“Fiquei muito nervosa. Fiz uma pós-graduação em saúde mental, trabalho com arteterapia, mas eu não queria aceitar que eu estava com problema de saúde mental, pois sempre me achei bem resolvida.”
“Conversei com o psiquiatra e aquela irritabilidade toda minha era um sinal de estresse e depressão. Eu achava que a depressão era só ficar triste, mas eu estava com uma série de problemas.”
A cara da depressão
“Eu sou muito agitada. Sou artista, faço pinturas, me movimento muito. Sou ligada nos 220, como dizem, e sempre tive problemas para dormir. A vida inteira eu ficava enrolando até dormir. Geralmente acordava às 4h da manhã e não conseguia dormir de novo.”
“Sempre fui ansiosa, mas eu sempre joguei isso em cima da arte que faço. Só que, depois da menopausa, foi piorando e eu não dormia mais. Passava a noite me virando na cama e foi então que eu fui ao psiquiatra. Comecei a fazer dieta por causa da intolerância alimentar e o psiquiatra me deu uma medicação.”
“Muito relutante comecei a tomar um antidepressivo. Eu me considero uma pessoa de bem com a vida, gosto de sair, passear, viajar, mas eu precisava tomar o remédio pois, de vez em quando, me vinham uns pensamentos de morte. Eu não podia falar com ninguém porque tinha receio de todo mundo ficar preocupado comigo. Meus filhos, meu marido…”
“No meu pensamento, o desejo de morrer vinha porque iria aliviar tudo. Eu produzo muito mentalmente, descarrego tudo na arte, mas isso me cansa. Minha vontade é que acabasse esse cansaço e me dava um alívio só de pensar nisso.”
Novas crises
O tratamento, no entanto, deu resultado e ficou cada vez mais fácil controlar as ideações suicidas. Embora importante, era o estômago que mais a incomodava desde o início e o tratamento pouco ajudava. “Continuava tendo intolerância, fiz um monte de exames e os médicos disseram que tinha síndrome do intestino irritável.”
Mudou de psiquiatra e medicação e as coisas lentamente começaram a melhorar, até que complicações da vida de mãe lhe bateram à porta. “Meu filho mais novo começou a ter síndrome do pânico e eu comecei a me desesperar.”
A condição do filho arrastou Sonia. “Quando ia sair, começava a transpirar demais. Molhava a roupa inteira, tinha dor de barriga. Não podia sair porque o carro me dava a sensação de que estava presa e tinha que sair correndo dali.”
Foram cinco psiquiatras e ninguém conseguiu ajudar. “Não melhorava da síndrome do intestino irritável. Quanto mais ansiosa ficava, pior era. Em abril do ano passado (2022), eu comecei a ter diarreia. Mesmo tomando toda medicação, eu tinha diarreia e não podia sair de casa. Tinha muita cólica e seguia com problemas para dormir.”
“Minha rotina era um monte de remédio. Quando eu ia à farmácia era um absurdo. Ficava me sentindo mal com aquele tanto de medicamento.”
Alternativa Cannabis
Até que seu marido começou a trazer novidades. “Ele ia mostrando e comecei a conhecer a Cannabis medicinal e ver que é um óleo. Eu já tentei fumar, mas não gosto de inalar fumaça. Tentei fazer chá, mas não deu certo. Com o óleo, decidi experimentar.”
O ânimo acabou na conversa com a psiquiatra, que afirmou não haver nada confirmado, apenas em casos de epilepsias graves refratárias. Tentou com a psiquiatra do filho, que seguiu pelo mesmo roteiro.
Mas Sonia não desistiu e buscou um psiquiatra que já fosse prescritor de Cannabis medicinal, encontrou Cíntia Braga. “Ela fez o pedido e com 17 dias chegou e comecei a usar. Não teve qualquer dificuldade. O pessoal fala que não ia conseguir, que é difícil, colocam um monte de empecilho, mas foi fácil.”
O tratamento para depressão
“Comecei em janeiro, em fevereiro já não tomava Rivotril nem Zolpidem. Incrível, né? Eu estava calma e nem percebi. Meu marido notou que eu estava mais tranquila e eu percebi que era o remédio. Não é que tomei a decisão de tirar esses remédios, mas não teve a necessidade e até esqueci deles.”
Reduziu pela metade o uso dos antidepressivos e, em paralelo, mudou a medicação do gastroenterologista, que ajudou a controlar suas restrições alimentares.
“Como minha ansiedade melhorou, melhorou o intestino. Não sei dizer se foi essa medicação diferente, a Cannabis, ou as duas juntas, mas não tenho mais diarreia ou intolerância alimentar.”
“Minha qualidade de vida melhorou demais. Estou passando por uma situação difícil com meu filho e, se não fosse a Cannabis, não estaria conseguindo lidar bem assim.”
“Estava com os níveis de colesterol triglicérides alto, com gordura no fígado, o médico queria me dar remédio e não quis tomar mais. Mês passado fiz os exames, e está tudo normal. É incrível. Tanto que eu não acreditei que fiz os exames novamente.”
Vantagens e desafios
Sonia conta que a Cannabis trouxe benefícios até para seu bolso. “Eu comprei o óleo de Cannabis importado em janeiro e ainda tenho. Gastava um absurdo de remédio todo mês e não estou gastando mais.”
“Falo com as outras pessoas que eu sei que também tem esses problemas sobre a Cannabis, mas elas não acreditam. Elas tem medo. Tenho uma irmã com um problema sério e não toma por medo. Meu filho com a síndrome do pânico, não toma porque o médico é contra. É complicado.”
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