Segundo pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma planta nativa do Brasil produziria canabidiol (CBD), o mesmo composto que é encontrado nas flores de Cannabis e que possui diversos benefícios para a nossa saúde. A pesquisa está em andamento vai dizer se os frutos e flores da Trema micrantha produzem o mesmo efeito no nosso corpo que o canabinoide extraído da maconha.
Essa pode ser uma opção à Cannabis para obtermos o CBD sem nenhum empecilho com a lei, já que segundo os pesquisadores cariocas a Trema micrantha não produz THC. Além de ser uma planta (ainda) mais fácil de cultivar.
O que é a Trema micrantha blume?
Trema micrantha blume é a nomenclatura científica para uma planta da família das Cannabaceae, a mesma da Cannabis e do lúpulo. Ela está presente em todo o continente americano e aqui no Brasil ela é mais abundante nas regiões sul, sudeste e parte do centro-oeste. Ela é conhecida por diversos outros nomes como pau-pólvora, candiúva, grandiúva e periquiteira.
A Trema produz pequenos frutos avermelhados e é ali que estariam concentradas as moléculas de CBD. Diferente da Cannabis, ela é uma planta perene e que floresce todos os anos. A Trema micrantha cresce rapidamente e pode se transformar em uma árvore de 20m de altura quando madura.
Existem outras plantas do tipo Trema em outras regiões do mundo, como a Trema orientale e a Trema cannabina, ambas da Ásia.
Uma semelhança que a Trema micrantha tem com a Cannabis é a versatilidade. Os povos originários daqui do Brasil utilizam as folhas da planta com fins medicinais, ela possuiria propriedades cicatrizantes e analgésicas. Assim como o cânhamo, o caule e os galhos oferecem uma fibra que é útil na confecção de itens como cestos e cordas. Além disso, essa é uma espécie utilizada em ações de reflorestamento e recuperação de solos degradados. Outra possibilidade com essa árvore é o fornecimento de matéria-prima que serve para a fabricação de pólvora.
Outros estudos científicos com a planta
Sempre trazemos aqui estudos científicos sobre os diversos usos da Cannabis sativa, essa é uma nomenclatura científica. Ela também é chamada de maconha em português, em inglês é comum usar o termo “weed”, que também significa erva daninha, para a mesma planta. A Trema micrantha também é considerada um “mato” pela facilidade que é encontrada em áreas de vegetação.
Alguns estudos científicos já foram realizados com essa planta, sobretudo por instituições brasileiras de pesquisa. Esse artigo da UFRJ reconheceu a Trema como uma planta utilizada com fins medicinais por comunidades caiçaras no tratamento de algumas condições como icterícia e hemorroida.
Essa dissertação de mestrado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) investigou o caso de cavalos que teriam se intoxicado após ingerir quantidades elevadas de Trema. Apesar de os equinos terem morrido, outros animais se alimentam das frutas e folhas dessa planta.
A pesquisa com Trema micrantha blume
O biólogo Rodrigo Soares de Moura Neto é o líder da pesquisa que foi contemplada com o programa de apoio a projetos científicos e tecnológicos em ciências agrárias da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). Essa é uma instituição ligada à Secretaria e Ciência, Tecnologia e Inovação do governo do estado e que financia o projeto. Rodrigo e outros 10 cientistas estão analisando os métodos mais eficazes para extrair a substância da planta para, posteriormente, analisar in vitro e in vivo.
O professor Rodrigo, que também é professor do curso de Biologia da UFRJ, nos contou sobre como é colaborar esse avanço na área:
“Olha a minha expectativa é boa sabe eu tenho expectativa de poder produzir um protocolo, que possa ser usado pelas pessoas de modo a obter o óleo em qualidade e quantidade que possa ser utilizado. Uma coisa que a gente tá precisando e muito é fazer pesquisa científica com esse óleo e se você tem uma maneira de produzir em grande quantidade sem restrição, você vai produzir um óleo purificado – é uma coisa importante. Então, a minha expectativa é contribuir para que a ciência avance nesse sentido e traga o bem-estar.”
Antes da pesquisa com a Trema, Rodrigo tinha contato com a Cannabis graças a parceria que ele tem com a Polícia Civil do Rio de Janeiro. Anteriormente, ele trabalhava analisando geneticamente apreensões que o órgão faz de substâncias do mercado ilegal.
Agora, ele tem a oportunidade de contribuir para a sociedade de outra forma, facilitando o acesso aos tratamentos com canabinoides, mesmo que sem Cannabis.
Outras plantas que também produzem canabinoides
Pesquisadores do mundo inteiro buscam uma outra fonte de canabinoides que não seja a planta Cannabis. Nesse sentido, uma planta nativa da África do Sul seria uma produtora de canabigerol (CBG) e também está passando por análises mais detalhadas.
Tanta a Trema quanto a Helichrysum estão em uma fase inicial de pesquisas e ainda precisamos de mais tempo até sabermos da eficácia desses canabinoides. Por outro lado, os canabinoides que vêm da planta Cannabis já foram alvo de muita investigação científica e são parte de tratamentos com reconhecimento em vários países, inclusive o Brasil.
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