É causa por uma perda dos neurônios em uma região específica do cérebro, que produzem a dopamina- neurotransmissor relacionado a diversos controles, incluindo o controle motor- o controle dos nossos movimentos.
Se caracteriza por sintomas chamados motores – tremor de repouso, rigidez, bradicinesia (“lentidão”) e instabilidade postural (“tendencia a quedas”). Possui também os chamados sintomas não motores: dores crônicas, alteração de olfato, constipação intestinal, transtornos do sono, depressão, ansiedade.
O diagnóstico é essencialmente clínico, através da história e exame físico neurológico e, quando necessário, exames complementares, como a cintilografia com marcador de dopamina e o ultrassom transcraniano de substancia negra.
O tratamento hoje se baseia no uso de moléculas que tem o objetivo de repor de forma sintética a dopamina que está em déficit, bem como potencializar o que está disponível. Além do tratamento medicamentoso, temos os procedimentos cirúrgicos, como o Implante de Eletrodo de estimulação cerebral profundo (DBS), que pode ajudar a melhorar diversos sintomas. Importante frisar que terapias de reabilitação são fundamentais, como fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, nutrição e atividades físicas.
Não há tratamento curativo até o momento.
Quem trata pacientes com Doença de Parkinson sabe as dificuldades que temos no manejo e o quanto os sintomas, motores e não motores, podem interferir na qualidade de vida.
Uso de canabinoides no tratamento da Doença de Parkinson
Nos meus pacientes, com o uso de canabinoides, passei a ver as melhoras em diversos sintomas- especialmente os sintomas não motores: sono, transtorno comportamental do sono REM, dor crônica, depressão, ansiedade.
Em alguns, conseguimos também ver melhoras motoras: dos tremores, da rigidez, da lentidão e movimentos involuntários (discinesias).
Há alguns estudos com animais, mostrando possíveis efeitos neuroprotetores.
Pela minha experiencia, pode ser um excelente adjuvante no tratamento da Doença de Parkinson, com efeitos multimodais e, costuma promover melhora da qualidade de vida.
Lembrando que nem tudo é para todos- cada caso deve ser avaliado pelo médico que assiste ao paciente e deve existir expectativas realistas com relação as melhoras esperadas, bem como a necessidade de ajustes de doses, as vezes troca de formulações e avaliação médica de forma regular.
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Cannabis no tratamento do Parkinson
Confira abaixo a live que realizamos com a Dra. Natasha Consul Sgarioni sobre como a Cannabis pode ajudar a aliviar alguns dos principais sintomas da Doença de Parkinson como os tremores e a rigidez muscular: