A saúde mental, um componente essencial da saúde geral, é um estado de bem-estar. Trata-se da capacidade da mente de funcionar normalmente e responder adequadamente aos estímulos ambientais.
Falamos então de distúrbios mentais quando este estado de bem-estar é perturbado por condições específicas como a depressão. A depressão é um distúrbio psiquiátrico muito comum, pois cerca de 15% da população brasileira terá depressão ao longo de sua vida. Ela pode aparecer em pessoas de todas as idades.
A depressão não se refere a uma simples tristeza passageira, mas sim a uma doença psíquica. Caracteriza-se por perturbações de humor (tristeza e perda de prazer). O humor deprimido leva o paciente a ter uma visão pessimista do mundo e de si próprio.
Diante disso, pode afetar drasticamente a qualidade de vida de muitas pessoas. Portanto, este artigo vai te ajudar a compreender melhor esta doença e quais tratamentos podem ser direcionados. Convidamos você a continuar lendo para aprender sobre:
- O que é a depressão?
- Índice de depressão no Brasil
- O que pode levar uma pessoa a ter depressão?
- Sintomas e sinais da depressão
- O que aumenta a probabilidade de depressão?
- Quais complicações uma depressão não tratada pode gerar?
- Os tipos de depressão
- Depressão na infância
- Diagnóstico e tratamento da depressão
- A Cannabis Medicinal pode auxiliar no tratamento contra depressão?
- Há cura para depressão?
- Quais atividades ajudam a controlar a depressão?
- Alimentos que combatem a depressão
- Aplicativos e livros para ajudar a combater a depressão!
- A importância do CVV – Centro de Valorização da Vida
O que é a depressão?
A depressão é um distúrbio emocional que afeta o humor, pensamentos e comportamentos de uma pessoa. É uma condição clínica que envolve uma sensação persistente de tristeza, falta de interesse em atividades que antes eram prazerosas, alterações no sono, apetite e níveis de energia.
Como também, sentimentos de culpa, falta de esperança e até mesmo ideias suicidas. A depressão pode ser desencadeada por fatores genéticos, ambientais ou psicológicos e pode se manifestar de forma leve, moderada ou grave.
Os tratamentos podem incluir medicação, psicoterapia e mudanças no estilo de vida, como atividade física regular e melhoria da alimentação.
É importante notar que a depressão não é uma fraqueza de caráter ou uma escolha consciente, mas sim uma condição médica tratável. Se você ou alguém que conhece está sofrendo de sintomas de depressão, é importante buscar ajuda médica imediatamente.
Além disso, a depressão aumenta a suscetibilidade a certas doenças. A depressão é significativamente influenciada por um desequilíbrio em mensageiros nervosos, como serotonina e norepinefrina.
Agora é cada vez mais evidente que a depressão não apenas muda a vida emocional dos pacientes, mas também causam verdadeiras mudanças estruturais nas regiões do cérebro, que podem até mesmo encolher.
Por exemplo, a depressão causa um desequilíbrio químico no sistema nervoso, hormonal e imunológico com efeitos maciços, como diminuição do desempenho de aprendizagem e memória, distúrbios do sono e aumento da suscetibilidade a infecções.
As áreas do cérebro responsáveis pelo humor, comportamento, pensamento e apetite parecem não funcionar normalmente. Além disso, os neurotransmissores e substâncias químicas necessárias para o bom funcionamento do nosso cérebro são ameaçados.
É acompanhada por distúrbios do cérebro e outras funções corporais e causa sofrimento considerável. Este problema pode durar semanas, meses ou anos. Apesar de ser uma doença comum, a depressão é muitas vezes subestimada.
Qual é a diferença entre tristeza e depressão?
Muitas vezes, as pessoas que têm sentimentos de tristeza podem achar que estão passando pela depressão. No entanto, a depressão é algo completamente diferente da tristeza.
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a depressão é uma doença mental grave que afeta pelo menos 350 milhões de pessoas, o que corresponde a cerca de três por cento da população mundial.
É importante conhecer a diferença entre depressão e tristeza. Caso contrário, a depressão não é diagnosticada e as pessoas podem não receber o tratamento adequado.
A tristeza é uma emoção normal que a maioria das pessoas experimenta de tempos em tempos. Sentimentos tristes são frequentemente desencadeados por um evento específico, como a morte de um ente querido, a separação de um relacionamento, a perda de um animal de estimação amado, etc…
Por outro lado, a depressão pode estar presente mesmo que as pessoas estejam completamente satisfeitas com o curso da vida.
Índice de depressão no Brasil
De acordo com a OMS, a depressão afeta cerca de 5,8% da população brasileira. Isso significa que 11,5 milhões de pessoas atualmente sofrem de depressão. O índice é o maior na América Latina e o segundo maior nas Américas.
É importante ressaltar que esses são apenas números estimados, já que muitos casos de depressão podem não ser diagnosticados ou registrados oficialmente.
A população entre 60 e 64 anos é a mais afetada pela depressão, correspondendo a cerca de 13% dos casos. Por outro lado, durante a pandemia do Coronavírus, mulheres e jovens foram atingidos quase três vezes mais pela depressão.
A pandemia do Coronavírus e a depressão
A crise de saúde ligada à pandemia do Covid-19 teve consequências para a saúde mental dos brasileiros. Assim, uma parte cada vez maior dos brasileiros sofre de um transtorno de ansiedade ou depressivo. As pessoas que foram infectadas com o coronavírus podem sofrer de sequelas psiquiátricas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os estados depressivos atingiram mais duramente certas partes da população durante a pandemia, em particular:
- jovens adultos (18-24 anos);
- mulheres;
- pessoas que vivem numa situação financeira difícil;
- pessoas com antecedentes psiquiátricos.
Os estudantes forama parcela da população mais severamente afetada pela depressão durante a crise do Covid-19. As estatísticas mostram que 18% das pessoas infectadas com Covid-19 apresentaram um distúrbio psiquiátrico como depressão ou ansiedade nos 3 meses seguintes à infecção.
O número de pessoas com depressão pós-Covid é maior entre aqueles que já sofreram de depressão ou outro distúrbio. Os transtornos depressivos também são mais comuns em pessoas que tiveram uma forma grave da infecção.
O aumento da depressão foi observado desde o confinamento que começou em 2020, no início da pandemia de Covid-19. Portanto, é claro que este foi um fator decisivo no desenvolvimento ou acentuação de distúrbios depressivos.
O isolamento, a falta de contato e atividade induzida pelo confinamento são todos fatores que podem promover a depressão, especialmente em pessoas já frágeis. Assim, os distúrbios pioraram ou reapareceram em pessoas que já sofreram de problemas psiquiátricos.
O que pode levar uma pessoa a ter depressão?
Como em todas as doenças mentais, fatores hereditários, mas também eventos drásticos e condições estressantes da vida, desempenham um papel importante nas causas da depressão. Os diferentes gatilhos interagem uns com os outros e se reforçam mutuamente.
As causas mais bem comprovadas da depressão incluem eventos de vida relacionados à perda de pessoas próximas. No entanto, as causas da depressão são muito variadas.
Em algumas das pessoas afetadas, experiências traumáticas desempenham um papel importante. Especialmente na infância, mas também na velhice ou em situações de estresse crônico.
Basicamente, qualquer pessoa pode adoecer com depressão, e ela também pode ocorrer sem qualquer influência externa reconhecível. Na maioria dos casos, provavelmente há mais de uma única causa.
Os sintomas de depressão também podem estar relacionados a doenças físicas, como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, diabetes, tumores, Parkinson ou alterações hormonais, por exemplo, na menopausa.
O consumo muito alto de álcool e outras drogas também pode desencadear depressão. As causas da depressão podem variar de pessoa para pessoa e podem ser influenciadas por diversos fatores, como:
- Fatores genéticos: a depressão parece ter uma predisposição genética, ou seja, pode haver um maior risco de desenvolvê-la se houver histórico de depressão na família.
- Fatores ambientais: estresse, traumas emocionais, perda de entes queridos, conflitos familiares, desemprego, problemas financeiros, entre outros fatores do ambiente podem desencadear ou agravar a depressão.
- Fatores biológicos: alterações químicas no cérebro, como desequilíbrios de neurotransmissores, podem afetar o humor e levar à depressão.
- Fatores psicológicos: pessoas com baixa autoestima, falta de habilidades sociais, preocupações constantes e pensamentos negativos podem estar mais propensas a desenvolver depressão.
Esses fatores podem interagir de maneira complexa e variável, podendo levar ao desenvolvimento ou à manutenção da depressão em diferentes graus.
Sintomas e sinais da depressão
A depressão é caracterizada por um conjunto de sintomas e não por um sinal isolado. Esses sintomas estão listados no DSM-IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders).
Para estabelecer o diagnóstico, é necessário a presença de um certo número desses sinais, dependendo do tipo de depressão. Existem alguns sintomas principais na depressão descritos pelo DSM-IV, os quais são:
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O humor depressivo
É uma sensação de tristeza ou vazio presente quase todos os dias e o dia todo. Esta tristeza pode ser acompanhada de choro ou sensação de desespero.
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Diminuição do interesse
A depressão causa um grande desinteresse por quase todas as atividades e, consequentemente, uma falta de prazer em atividades que eram agradáveis para a pessoa antes do episódio depressivo.
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Alterações do peso
Os distúrbios alimentares relacionados à depressão são caracterizados por perda de peso significativa na ausência de dieta ou, pelo contrário, por um ganho de peso significativo.
A perda de peso vem da falta de apetite relacionada à falta de interesse geral da pessoa. O excesso de apetite pode ser uma forma de preencher a sensação de vazio consumindo grandes quantidades de comida.
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Distúrbios do sono
Os distúrbios do sono na depressão são caracterizados por insônia ou hipersônia. A depressão pode causar distúrbios do sono, como insônia, sonolência excessiva diurna e alterações no padrão de sono, como acordar frequentemente durante a noite.
Além disso, os distúrbios do sono podem piorar os sintomas da depressão, criando um ciclo vicioso. É importante mencionar que o tratamento dos distúrbios do sono pode ser uma parte importante do tratamento da depressão.
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Fadiga
A pessoa com transtornos depressivos se sente quase permanentemente cansada. O cansaço também se deve em parte aos distúrbios do sono que enfrenta.
A fadiga associada à depressão é uma sensação persistente de cansaço físico e mental que não melhora mesmo com repouso ou sono adequado.
É uma das principais características da depressão e pode ser acompanhada por outros sintomas, como falta de energia e motivação, dificuldade de concentração e alterações no sono e apetite.
Por outro lado, a fadiga comum pode ser causada por diversos fatores. Por exemplo, doenças físicas, falta de sono, desidratação, atividade física intensa, entre outros. E geralmente melhora com descanso adequado e mudanças no estilo de vida.
A principal diferença entre a fadiga associada à depressão e a fadiga comum é que a primeira está associada a uma condição médica subjacente (a depressão) e não melhora com medidas simples de autocuidado.
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Sentimento de desvalorização
Durante um episódio depressivo, a pessoa sente um sentimento excessivo de desvalorização. Também pode ter um sentimento significativo de culpa que na maioria das vezes está fora de qualquer realidade.
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Distúrbios cognitivos
É uma disfunção cognitiva que diminui a capacidade de raciocínio. Paralelamente a esta dificuldade de pensar, há dificuldades de concentração que resultam numa incapacidade de tomar decisões.
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Pensamentos negativos
Esses pensamentos negativos dizem respeito, entre outras coisas, a ideias recorrentes de morte ou suicídio. A transição para o ato suicida é um dos principais riscos da depressão.
Como é uma crise depressiva?
As crises depressivas se caracterizam principalmente pelo descontrole emocional e pela incapacidade da pessoa de lidar com conflitos. A crise depressiva causa uma sensação de sofrimento que permanece por pelo menos duas semanas.
Durante uma crise depressiva, a pessoa queixa-se de pelo menos dois destes sintomas:
- tristeza constante, humor deprimido que dura quase o dia todo e que se repete praticamente todos os dias durante pelo menos duas semanas. Pode ser acompanhada de choro;
- abatimento e perda de interesse em atividades do dia-a-dia e também em atividades habitualmente agradáveis;
- redução de energia ou fadiga anormal. A pessoa sofre de fadiga intensa, muitas vezes de manhã e sente que está permanentemente sem energia. Esta fadiga não é melhorada através do descanso ou do sono.
Se as pessoas notarem sintomas de depressão, devem falar com seu médico ou se consultar com um psiquiatra.
As primeiras queixas geralmente se manifestam em rápida exaustão, apatia e falta de alegria, bem como diferentes sintomas físicos. Quanto mais cedo o tratamento for feito, maiores serão as chances de melhora.
O que aumenta a probabilidade de depressão?
As predisposições biológicas e as dificuldades em lidar com os acontecimentos são fatores que aumentam o risco de depressão. Recentemente, cientistas descobriram uma clara evidência de que o cromossomo 3p25-26 está fortemente relacionado com o distúrbio.
Sabemos que a depressão tem implicações bioquímicas no cérebro e que a atividade dos neurônios e seus neurotransmissores falha em quem possui a doença. A predisposição a essas disfunções, que se traduz em uma tendência à depressão, pode ser transmitida de uma geração para outra.
No entanto, é importante ressaltar que a genética não é o único fator que causa a depressão, e que diversos fatores ambientais, psicológicos e biológicos também podem desempenhar um papel importante no seu desenvolvimento.
Mesmo alguém com uma predisposição genética para a depressão não necessariamente irá desenvolvê-la. Especialmente se adotar medidas preventivas. Tais como cuidar da sua saúde mental e física, evitar o estresse excessivo, dormir o suficiente, e buscar ajuda profissional caso surjam sintomas de depressão.
A depressão é mais do que uma possível reação a circunstâncias difíceis da vida, ao estresse no trabalho ou na vida privada. No entanto, estresses crônicos, como sobrecarga permanente no local de trabalho ou relacionamentos conflituosos, bem como eventos traumáticos da vida, podem aumentar a probabilidade de uma pessoa ter depressão.
Quais complicações uma depressão não tratada pode gerar?
A depressão não tratada pode levar à incapacidade para o trabalho, dificuldades em lidar com a vida cotidiana e até o suicídio.
Os episódios depressivos também interferem de muitas maneiras em outras partes do corpo. A depressão grave não tratada também desencadeia várias mudanças físicas, como perda de minerais nos ossos, depósitos de gordura no abdômen e aumento da coagulação do sangue.
Existe então um risco aumentado de doenças cardíacas e vasculares. Mas essas mudanças podem ser evitadas e possivelmente revertidas com tratamento medicamentoso.
Outras doenças mentais, como um transtorno de ansiedade, também podem se desenvolver, o que, por sua vez, complica o tratamento. Para evitar complicações físicas e mentais, é importante buscar tratamento o quanto antes.
Os tipos de depressão
Embora a depressão seja comum, existem diferentes tipos que podem evoluir de forma diferente. Os sinais e sintomas variam em gravidade e persistência, mas no geral permanecem semelhantes.
Como os diferentes subtipos da depressão devem ser tratados de forma diferente, o médico terá de identificar de que tipo o paciente sofre. A forma como uma pessoa passa pela depressão e expressa os sintomas também pode variar de acordo com a idade, sexo e cultura.
Muitos nomes têm sido usados para descrever as diferentes formas de depressão. Disruptiva ou comum são termos clínicos usados para descrever depressões consideradas de natureza psicológica e que podem ser tratadas principalmente pela psicoterapia.
Por outro lado, a depressão bipolar e a depressão psicótica envolvem desequilíbrios químicos e devem ser tratadas também com medicamentos.
Depressão comum
A forma mais comum e típica de depressão é o episódio depressivo. Um episódio depressivo pode ocorrer por algumas semanas a vários anos.
Cerca de um terço dos indivíduos afetados sofrem apenas um episódio em suas vidas. No entanto, se a depressão não for tratada adequadamente, episódios depressivos recorrentes podem ocorrer no futuro.
Transtorno depressivo persistente
Quando o episódio depressivo se repete por um longo período, falamos de transtorno depressivo recorrente ou transtorno depressivo maior.
Geralmente começa na infância ou no início da idade adulta. Pessoas com esse tipo de depressão recorrente sofrerão fases depressivas que podem durar meses ou mesmo anos, alternando com fases de humor normal. Este tipo de transtorno depressivo é muito incapacitante.
Transtorno Disruptivo de Desregulação do Humor
O Transtorno Disruptivo de Desregulação do Humor (TDDH) é um tipo de depressão infantil caracterizada por raiva intensa, irritabilidade e frequentes surtos de mau comportamento.
Transtorno afetivo sazonal
Este é um distúrbio emocional relacionado à mudança das estações do ano. Os sintomas costumam aparecer no outono, se agravam durante o inverno e desaparecem com o início da primavera. De forma menos frequente, o transtorno também pode ocorrer no verão. Em suma, à medida que o clima muda, a pessoa começa a ficar deprimida.
A razão para os sintomas de depressão sazonal surgirem em determinadas épocas do ano não são claras. No entanto, os cientistas acreditam que este tipo de depressão está relacionado com a exposição solar e com o efeito direto da luz na produção de serotonina e melatonina no cérebro.
Depressão pós-parto
Durante a gravidez (período pré-natal) e após o nascimento (período pós-natal), as mulheres estão expostas a um risco aumentado de depressão.
As causas da depressão durante esses períodos podem ser complexas e muitas vezes são uma interação de vários fatores. Durante os dias após o nascimento de seu bebê, muitas mulheres sofrem com a depressão pós-parto.
Esta é uma condição associada às mudanças hormonais, que afeta até 80% das mulheres. A depressão pós-parto pode afetar não apenas a mãe, mas também seu relacionamento com o bebê, o desenvolvimento da criança, o relacionamento com seu parceiro e outros membros da família.
Desordem disfórica pré-menstrual
Esta é uma forma mais grave e intensa da tensão pré-menstrual (TPM). Esse problema causa sintomas físicos, cognitivos e psicológicos relacionados às oscilações hormonais que ocorrem durante o ciclo menstrual. Causa mudanças extremas de humor que podem afetar o trabalho e prejudicar relacionamentos.
Depressão psicótica
A depressão psicótica ou delirante é uma forma particular de episódio depressivo. Psicose envolve ver ou ouvir coisas que não estão presentes (alucinações) ou ter ideias e crenças erradas (ideias delirantes).
Essas crenças falsas podem, por exemplo, ser sobre culpa exagerada, problemas financeiros graves (ideias delirantes de pobreza) ou uma doença grave (delírio hipocondríaco), apesar de tudo estar bem.
Pessoas com depressão psicótica quase sempre precisam de cuidados psiquiátricos em hospitais. Os episódios psicóticos podem ser de natureza unipolar ou bipolar.
Transtorno bipolar
O transtorno bipolar também é conhecido como “transtorno maníaco-depressivo”. Este transtorno se manifesta no indivíduo em duas fases: a de mania (euforia) e a de depressão. Essas fases alternam-se entre períodos que podem variar de semanas a meses.
Em alguns casos, as pessoas afetadas perdem contato com a realidade e têm condições psicóticas. Pode haver alucinações (ver e ouvir coisas inexistentes) ou delírios (por exemplo, a crença em forças sobrenaturais).
Assume-se que o transtorno bipolar é mais frequentemente causado pela predisposição genética em comparação com outras doenças mentais. Em pessoas com essa predisposição, o estresse e os conflitos podem desencadear mudanças extremas de humor.
Depressão na infância
A depressão em crianças retarda consideravelmente o equilíbrio psíquico e gera profundo desespero, isolamento e desvalorização juntamente com um certo mal-estar.
A depressão infantil aparece com mais frequência por volta dos 10/12 anos de idade. No entanto, pode manifestar-se na primeira infância e afetar crianças pequenas. Os sinais de depressão em crianças e adolescentes são múltiplos. Eles geram muita tristeza durante um período duradouro.
Alguns sintomas podem, no entanto, alertar os pais:
- mudanças de humor (irritabilidade, agressividade);
- excitação;
- tendência para o isolamento;
- perda de interesse nas atividades que ele costuma gostar de fazer;
- dificuldades escolares repentinas;
- um distúrbio do apetite (bulimia, anorexia…);
- distúrbios do sono;
- dores de cabeça e dores abdominais;
- perda de autoestima.
Um episódio depressivo em crianças pode se repetir na adolescência ou na idade adulta. A depressão em crianças afeta seu raciocínio, bem como seu humor e comportamento. Portanto, é importante cuidar da criança desde a infância para evitar que esse estado se repita ou persista no futuro.
Diagnóstico e tratamento da depressão
Para fazer o diagnóstico de depressão, o médico perguntará sobre os sintomas que sente e a sua gravidade. O médico também pode solicitar um exame físico para garantir que uma condição subjacente não seja responsável pelos seus sintomas.
O médico pode começar por identificar a natureza do problema e depois elaborar um plano de tratamento. Ele também pode te encaminhar para consultas com um psicólogo.
A maioria das depressões responde ao tratamento com antidepressivos e psicoterapia. Fornecer informações sobre a depressão e como ela é tratada para as pessoas afetadas e seus familiares, pode ser outra parte do plano de tratamento.
Existe hoje toda uma gama de medicamentos no mercado para o tratamento da depressão. A psicoterapia também desempenha um papel essencial no tratamento da depressão.
Outros tratamentos incluem:
- em casos mais graves, a electroconvulsivoterapia (ECT) é referida, mas geralmente é destinada a pessoas que não respondem a antidepressivos;
- a terapia de luz ou fototerapia (um método que envolve a exposição controlada à luz artificial) pode ajudar algumas pessoas a superar os sintomas associados a um distúrbio emocional sazonal;
- A atividade física e o esporte podem melhorar o estado de uma pessoa deprimida, aliviando a ansiedade, aumentando o apetite, auxiliando o sono e melhorando o humor e a autoestima. O exercício físico também aumenta a produção de endorfinas, hormônios que influenciam favoravelmente o humor.
Medicamentos antidepressivos: como funcionam?
Os antidepressivos são medicamentos que aliviam os sintomas de depressão e melhoram o humor do paciente. Existem várias famílias de antidepressivos prescritos dependendo do paciente e do tipo de depressão que ele sofre.
Os antidepressivos alteram essa comunicação química entre os neurônios, mas seu modo preciso de ação na depressão não é conhecido.
As classes de antidepressivos mais comuns incluem:
- Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS): exemplos incluem fluoxetina, sertralina, paroxetina e citalopram. São geralmente os primeiros medicamentos prescritos para a depressão e têm menos efeitos colaterais do que outras classes de antidepressivos.
- Inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN): exemplos incluem venlafaxina, duloxetina e desvenlafaxina. Podem ser considerados para pessoas que não respondem bem aos ISRS.
- Antidepressivos tricíclicos (ATCs): exemplos incluem amitriptilina, nortriptilina e imipramina. Têm sido utilizados por mais tempo do que outros antidepressivos, mas têm mais efeitos colaterais e, portanto, são menos frequentemente prescritos atualmente.
- Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs): exemplos incluem fenelzina, tranilcipromina e moclobemida. Geralmente são reservados para pessoas com depressão grave que não responderam a outros antidepressivos, pois podem ter interações perigosas com certos alimentos e medicamentos.
Cada classe de antidepressivo funciona de maneira ligeiramente diferente, e o tipo de antidepressivo prescrito dependerá da gravidade dos sintomas, histórico médico, efeitos colaterais e outras condições de saúde da pessoa.
Após algumas semanas de tratamento, os antidepressivos geralmente ajudam a recuperar o sono, o apetite, o aumento de energia, o prazer e pensamentos positivos.
A Cannabis Medicinal pode auxiliar no tratamento contra depressão?
As pesquisas e estudos sobre a eficácia da Cannabis medicinal para o tratamento da depressão ainda estão em seus estágios iniciais. O que os pesquisadores compartilham, até então, são os possíveis benefícios no manejo dos sintomas, assim como a estabilização do humor.
A ativação do sistema endocanabinoide desempenha um papel importante na regulação de diversas funções. O sistema endocanabinoide desempenha um papel importante no controle do humor, apetite, cognição e resposta ao estresse.
Os canabinoides presentes na Cannabis, como o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD), podem ajudar a regular o sistema endocanabinoide e reduzir os sintomas da depressão.
Uma pesquisa da Universidade de Buffalo sugere que os canabinoides da Cannabis podem aumentar a disponibilidade de neurotransmissores como a serotonina e a dopamina, que estão envolvidos no controle do humor e das emoções.
Além disso, ao observarem modelos animais foi notado que o estresse crônico reduziu a produção de endocanabinoides, levando a um comportamento semelhante à depressão.
No entanto, é importante observar que ainda não existe nada conclusivo sobre o uso de Cannabis para tratar a depressão, e os efeitos a longo prazo da Cannabis no cérebro e no corpo ainda não são totalmente compreendidos.
Por fim, a Cannabis não é um antidepressivo por si só, os cientistas seguem em busca do mecanismo de ação dos canabinoides na depressão. Vamos entender melhor a seguir.
Quais são os estudos que comprovam os benefícios?
O estudo Cannabis and Depression relata que algumas evidências pré-clínicas levantam a hipótese de que as alterações no sistema endocanabinoide podem potencialmente beneficiar pacientes que sofrem de depressão.
Os endocanabinoides têm uma constituição química semelhante à dos canabinoides presentes na Cannabis medicinal. Os cientistas analisaram que o uso de Cannabis no tratamento da depressão poderia ajudar a restaurar os níveis normais de endocanabinoides no cérebro e potencialmente aliviar os sintomas de depressão.
Outro estudo (Emerging evidence for the antidepressant effect of cannabidiol and the underlying molecular mechanisms) reforça essa hipótese.
Em modelos animais, os cientistas puderam descobrir que a depressão e o estresse podem suprimir a produção de endocanabinoides pelo cérebro. Neste caso, o uso da Cannabis poderia ajudar a restaurar os níveis e a função normais, fazendo com que os transtornos de humor fossem controlados.
Isso significa que o sistema endocanabinoide pode ajudar a regular o humor. O corpo produz substâncias que interagem com esse sistema, que são semelhantes aos canabinoides da planta Cannabis.
Se esse sistema está em desequilíbrio (não produzindo endocanabinoides suficientes para promover por si só a homeostase) há a opção de usar a Cannabis medicinal para suprir essa necessidade.
Como funciona o tratamento?
Como as pesquisas sobre o papel da Cannabis na depressão estão em estágios iniciais, o tratamento da depressão por meio da Cannabis é puramente auxiliar. Isso significa que não pode substituir, de forma alguma, os tratamentos tradicionais. Além disso, todo o tratamento deve ser acompanhado por um profissional habilitado.
Não caia na armadilha de se medicar por conta própria. O uso da Cannabis com alto nível de THC, quando feito sem orientação médica, pode até mesmo piorar os sintomas da depressão.
Por conta dos vários tipos de depressão, o tratamento pode ocorrer de forma diferente. O tratamento é geralmente feito usando óleo de canabidiol e é focado no alívio dos sintomas. Isso significa que, apesar de não tratar a depressão, a Cannabis pode amenizar seus sintomas da seguinte forma:
- Diminuindo a irritabilidade;
- Melhorando o sono;
- Regulando o apetite;
- Amenizando o estresse;
- Promovendo uma melhora do sistema imunológico;
- Melhorando os níveis de energia;
- Reduzindo a fadiga.
Onde encontrar tratamento à base de Cannabis?
Para encontrar produtos à base de Cannabis, você deve se consultar com um médico em primeiro lugar. O médico então vai avaliar sua situação e determinar se a Cannabis pode te ajudar.
Em caso positivo, ele lhe dará uma receita médica a qual você deve usar para comprar seus produtos à base de Cannabis em uma farmácia ou por meio da importação.
No entanto, poucos médicos prescrevem a Cannabis medicinal para seus pacientes, visto que muitos não estão familiarizados com as novas descobertas sobre a Cannabis.
Apesar disso, você ainda pode encontrar profissionais experientes no tratamento com Cannabis no Portal Cannabis & Saúde. Acesse nosso site e marque sua consulta para iniciar seu tratamento hoje mesmo!
Há cura para depressão?
É uma doença que não possui cura definitiva. Apesar disso, pode ser perfeitamente controlada com o uso correto de medicamentos antidepressivos e psicoterapia.
Por que a depressão vai e volta?
A reincidência dos sintomas da depressão é bastante comum. A depressão pode voltar devido a eventos estressores, como perda do emprego, separação, morte de um ente querido, pressão no trabalho, entre outros…
Como evitar recaídas?
Na depressão, os riscos de recaída são elevados, especialmente se o tratamento não tiver sido devidamente seguido durante o primeiro episódio depressivo. Em metade dos casos, a recaída ocorre no prazo de dois anos. Isto pode ser evitado com tratamento a longo prazo e acompanhamento regular de psicoterapia.
Quais atividades ajudam a controlar a depressão?
Há uma grande variedade de atividades que ajudam você a lidar com a depressão. Entre as quais:
1. Exercício físico
Uma das melhores atividades para lidar com a depressão é o esporte. Isto porque estimula a secreção de substâncias relacionadas com o bem-estar. Portanto, é importante dedicar certos espaços da semana para estar em movimento. É possível escolher diferentes atividades, desde uma caminhada lenta até uma aula de dança.
2. Prática de hobbies
É sempre possível integrar a felicidade e o bem-estar no dia a dia. Talvez a depressão tenha feito você esquecer quando foi a última vez que sentiu alegria em fazer algo. Mas há muitos pequenos prazeres que se pode desfrutar diariamente.
Gosta de música? Passe pelo menos 10 minutos sozinho para desfrutar das suas canções favoritas. Gosta de fotografia? Reserve 15 minutos para capturar imagens durante uma caminhada diária.
3. Atividades de relaxamento e respiração
Praticar meditação ou ioga pode ser útil para aliviar a mente deprimida. Acender uma vela perfumada e tomar um banho quente são outras boas ideias de atividades que promovem o relaxamento.
Alimentos que combatem a depressão
O nosso intestino é nosso “segundo cérebro”. Não só o que está nos nossos pratos influencia a nossa saúde física, mas também a nossa saúde mental.
Certos nutrientes podem, portanto, naturalmente influenciar o nosso bem-estar. Portanto, alimentos ricos em ômega-3 devem ser preferidos porque atuam nas mensagens químicas cerebrais que gerenciam o humor, incluindo serotonina e dopamina.
As vitaminas B9, B12 e B6 também têm um papel importante. Baixos níveis de vitamina B estão relacionados a um estado de depressão. Estas vitaminas têm um papel importante na produção de certos neurotransmissores. Portanto, é importante favorecer os seguintes alimentos:
- Folhas verdes: espinafre, brócolis e alface são alimentos ricos em folato;
- Laranja;
- Chocolate amargo;
- Mel;
- Iogurte;
- Castanha-do-pará;
- Peixe e frutos do mar;
- Banana;
- Abacate;
- Aveia e centeio.
Aplicativos e livros para ajudar a combater a depressão
Dois terços dos aplicativos dedicados à saúde são sobre transtornos de humor leves e moderados. Um oceano de gadgets do qual emergem ferramentas que estão começando a mostrar benefícios.
Aplicativos como Calm e Hapify fornecem exercícios de respiração, atividades relaxantes, músicas tranquilizantes e programas de meditação guiada que podem ajudar a melhorar o humor dos usuários.
O Daylio é outro aplicativo que pode ser útil durante sua jornada de tratamento. Ele funciona como um diário, onde o usuário pode registrar seu estado emocional através de emojis, sem precisar escrever nada. Além dos aplicativos, alguns livros também podem ser excelentes ferramentas.
O Demônio do Meio-dia: Uma Anatomia da Depressão, Andrew Solomon (2000), é considerado um dos melhores livros sobre depressão. Neste livro, o autor fornece um panorama completo da depressão, desde questões éticas e morais, tratamento e impacto da doença na sua própria vida.
Outro livro interessante é o Mentes Depressivas, escrito pela Dra. Ana Beatriz. Ela usa sua experiência em comportamento humano e psiquiatria para desmistificar muitas coisas sobre a depressão.
Por fim, se você deseja ler algo com uma pegada mais informativa, o Dr. Mário Luiz Grieco preparou um e-book gratuito para você contendo informações muito relevantes sobre a depressão. Você pode acessar este e-book aqui. Vale a pena conferir!
A importância do CVV – Centro de Valorização da Vida
O CVV – Centro de Valorização da Vida, é uma ONG totalmente voluntária, que trabalha na prevenção do suicídio. Trabalha 24 horas por dia durante toda a semana fornecendo apoio emocional a muitas pessoas que sofrem com depressão e que se encontram nessa situação. Tudo isso de forma sigilosa.
Foi criada em 1962, em São Paulo, pelo Ministério da Saúde e tem como principal função oferecer um serviço gratuito e voluntário. Para ter acesso, basta ligar para o 188 quando quiser. Também pode ser acessado pelo site https://www.cvv.org.br.
Conclusão
Todos nós podemos nos sentir tristes de vez em quando, mas isso não significa que estejamos com depressão. A depressão consiste nesse mesmo sentimento, mas muito mais intenso e por um período de tempo mais longo, para que o funcionamento diário seja dificultado e a pessoa não goste mais das coisas de que antes gostava.
A depressão é uma doença que afeta tanto o cérebro quanto o resto do corpo. Os transtornos mentais podem ser graves, durar muito tempo e afetar a vida cotidiana da pessoa. No entanto, não se deve esquecer que a depressão pode ser tratada.
Nesse caso, a pessoa provavelmente precisará de ajuda profissional. É importante fazer um diagnóstico médico preciso e implementar intervenções especiais, tais como medicamentos ou terapias.