Vai acontecer nos dias 26, 27 e 28 de abril, em Belo Horizonte, o I Congresso Psicologia e Cannabis. O evento é organizado pelo Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG) e pela PsicoCannabis, uma rede de psicólogos que estudam e incentivam o uso medicinal e terapêutico dos canabinoides.
O evento vai acontecer na Universidade Federal de Minas Gerais, no Campus Pampulha. Apesar de ser voltado para psicólogos e psicólogas, qualquer pessoa pode se inscrever acessando esse link. Outros grupos também apoiam o I Congresso Psicologia e Cannabis como a própria UFMG, o Conselho Federal de Psicologia (CFP), o Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP-SP) e a associação de pacientes Ama+me.
Conversamos com o conselheiro do CRP-MG, Anderson Matos, e com a psicóloga Letícia Laranjeira, da PsicoCannabis, para entender a relação entre Psicologia e Cannabis.
Psicologia e Cannabis
Esse será o primeiro evento a colocar foco na união entre Psicologia e Cannabis. Apesar de termos cada vez mais interesse da população nos tratamentos que utilizam a planta, ainda é um tema tabu entre os profissionais da saúde. No caso dos psicólogos, é fundamental que esses profissionais estejam preparados para receber pacientes que fazem uso medicinal ou não, como destacou o Anderson:
“O tema vem ganhando um crescente interesse público, fazendo com que projetos de leis venham sendo construídos para disponibilizar produtos de Cannabis no SUS para o atendimento da necessidade destes pacientes e cuidadores. É importante que a Psicologia enquanto ciência e profissão se aproprie desta pauta de modo a garantir um cuidado técnico e com fundamentação científica para adequado suporte àqueles que demandam.”
Psicólogos podem prescrever Cannabis?
Não podem. No entanto, mesmo que os psicólogos não estejam autorizados a prescrever Cannabis, a planta passa pela atuação desses profissionais de diversas maneiras. Pacientes em algumas condições de saúde enfrentam quadros de depressão, ansiedade e outras questões relacionadas à saúde mental. Nesse sentido, temos psicólogos que atuam em equipes multidisciplinares e que vão ter contato com pacientes que usam a planta para fins medicinais. Para Letícia, é crucial que os profissionais desse campo tenham o conhecimento científico para lidar com as necessidades de cada indivíduo.
“O papel da Psicologia no campo do cuidado com paciente em uso de Cannabis revela-se um campo fértil e importante para a atuação das psicólogas, ainda que não venhamos a prescrever estes produtos.
As psicólogas estão inclinadas por formação a qualificar esta informação, fornecendo ao paciente em uso de produtos de Cannabis orientações bem fundamentadas acerca dos efeitos esperados, efeitos indesejados, efeitos colaterais e demais orientações acerca da presença de eventuais efeitos psíquicos que possam surgir mediante o uso. O suporte psicológico feito amiúde pode contribuir no acompanhamento do médico inclusive com informações que subsidiem ao prescritor o ajuste adequado na titulação do medicamento. As Psicólogas estão vocacionadas (a partir de aprofundamento técnico) a fornecer um recorte clínico bastante qualificado para suporte à estes casos.”
Confira a programação do congresso
A programação dos três dias de congresso você pode ver acessando esse link. Além de profissionais da Psicologia, estarão presentes pessoas da área do Direito, Psiquiatria, Farmácia além de representantes de associações de pacientes.
No passado, a relação entre Cannabis e Psicologia acontecia no tratamento de pessoas com uso problemático da planta. Hoje em dia, temos mais informações sobre a atuação dos canabinoides em nosso corpo e os benefícios que podem trazer para a nossa saúde.
Portanto, se você quiser começar um tratamento com Cannabis pela via legal, o primeiro passo é ter uma recomendação médica. Aqui na nossa plataforma de agendamentos você pode marcar uma consulta com um dos nossos 200 médicos prescritores que estão capacitados para te auxiliar no melhor caminho possível.