Andrea Nunes Gomes percebeu que havia algo de diferente em seu filho Heitor quando este tinha apenas um ano e nove meses de vida. “Ele não olhava nos olhos. Não conseguia conviver com pessoas em ambientes fechados. Tinha muita sensibilidade aos barulhos.” TEA
Começou, então, a jornada da mãe pelos neurologistas de Brasília, onde vive, para descobrir o porquê de seu filho ser diferente de outras crianças. “Principalmente quando a criança é mais nova, você vai em muitos profissionais e dizem: ‘é o tempo da criança’, ‘precisa ser estimulado’, ‘não chegou o momento’.”
Foram nove meses de busca até chegar, enfim, ao diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). “O Heitor fez uso de vários tipos de medicações psiquiátricas controladas. Desmamava de uma, ia para outra, e, mesmo assim, ele tinha crises muito intensas.”
“Crises de agressividade. Se batia muito. Ficava todo roxo. Eu mesma ficava muito machucada porque ele me mordia. Agredia outras pessoas. Se não entendia uma coisa ou não conseguia falar, tinha aqueles surtos de agressividade.”
“Muito agitado. Com uma hiperatividade muito alta. Falta de concentração. Não tinha condições de sair com ele em um ambiente com mais pessoas. Não conseguiu ir para a escola porque, em um ambiente com barulho, tinha crise de se bater, se morder, se jogar no chão.”
Um tratamento para o TEA
Foram períodos de muito sofrimento entre um medicamento e outro, com efeitos colaterais como a compulsão alimentar, até encontrar uma combinação que ajudassem a interromper as crises de agressividade, mas ainda faltava algo que controlasse os sintomas do TEA e melhorasse a qualidade de vida de Heitor.
“Ele não tinha controle psicomotor e tinha uma hiperatividade muito alta. Precisava de um outro componente para ajudar e foi quando eu tentei a Cannabis pela primeira vez. Começou com a Cannabis artesanal de uma ONG, mas não deu certo. A experiência não foi legal.”
Andrea apostou no medicamento produzido por uma associação de pacientes por ser acessível. Enquanto isso, via relatos de casos de sucesso de quem podia comprar o medicamento importado.
“Conheço uma adolescente que dava 60 crises por dia de epilepsia e, com essa Cannabis, teve uma melhora surreal. Por isso que fui correr atrás dessa medicina para dar para o meu filho, só que eu não tenho condições de comprar.”
A Cannabis no tratamento de crianças com TEA
Sua insistência fez com que conseguisse a doação de três vidrinhos do óleo de Cannabis medicinal, que Heitor, aos seis anos de idade, faz uso há seis meses. “Meu coração está apertado. Vai chegar um momento que eu não vou ter mais.”
“Valeu a pena eu ter batido muito de frente para conseguir o óleo para o meu filho usar. Meu filho sempre foi muito muito agitado. Corre para um lado, para o outro, e nas primeiras semanas da medicação, uma manhã, ele dormiu até tarde.”
Foi o começo. “Hoje o Heitor tem uma qualidade de vida muito melhor. As crises dele, são poucas. Ele dorme melhor e uma criança que consegue dormir bem no outro dia vai ter uma evolução melhor. Em meio ano conseguiu ter um avanço muito grande. Conseguiu fazer um esporte. Ele faz jiu-jitsu.”
Como consequência direta, a qualidade de vida da própria Andrea melhorou. “Eu não estava conseguindo trabalhar. Hoje eu tenho um pouquinho de paz. Consigo trabalhar, estudar e cuidar melhor da minha outra filha.”
Custo-benefício e acesso
A única preocupação é se vai conseguir comprar o medicamento para dar sequência ao tratamento do filho. “Ainda tenho um vidro e deve durar mais uns três meses.”
“A vantagem da Cannabis é que, quando você compra um remédio psiquiátrico, dá uns 200 reais e toma em um mês. A Cannabis é um vidrinho pequenininho, mas rende. Tem um bom custo benefício. Quem pode, tem que investir, porque é qualidade de vida.”
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