Durante milênios, todas as civilizações do mundo têm usado plantas medicinais para prevenir e curar doenças. Ainda hoje, elas são usadas em vários tipos de tratamentos.
A relação entre as plantas medicinais e o ser humano é muito antiga. Restos de plantas medicinais foram encontrados em sítios arqueológicos com mais de 50 mil anos.
Existem mais de 10.000 espécies listadas até hoje em todo o mundo. Uma planta medicinal consiste em caules, folhas, flores e cresce na natureza.
Embora não devam substituir os medicamentos prescritos por um médico, é possível integrar algumas plantas medicinais em sua vida diária para prevenir e tratar doenças menores, além de aumentar seu bem-estar.
Este artigo apresenta então algumas informações básicas sobre as diferentes plantas medicinais, seus modos de uso e quais sintomas elas podem tratar. Continue lendo para saber sobre:
- O que são plantas medicinais?
- Lista de plantas medicinais autorizadas para uso medicinal
- A Cannabis é considerada uma planta medicinal?
- A importância de acompanhamento médico no uso de plantas medicinais
O que são plantas medicinais?
Uma planta medicinal é uma planta utilizada pelas suas propriedades terapêuticas. Isso significa que uma de suas partes (folha, bulbo, raiz, sementes, frutas, flores) pode ser usada para tratar sintomas e condições de saúde.
Seu uso começou há milhares de anos atrás e continuou até nos dias de hoje. Na época, a escolha das plantas era feita instintivamente, o que permitiu detectar gradualmente quais poderiam ser usadas e quais se revelavam tóxicas.
Hoje, as plantas medicinais são a base da fitoterapia e da homeopatia. Existem centenas de milhares de espécies diferentes. Na verdade, como as plantas medicinais vêm da natureza, é possível encontrá-las em muitos lugares.
Cada planta é composta por milhares de substâncias ativas, presentes em quantidades variáveis.
Esses ingredientes ativos isolados, às vezes, não são muito eficazes, mas quando usados com outras substâncias da planta, eles revelam seu aspecto farmacológico.
Falamos então de sinergia, porque ao contrário dos medicamentos convencionais que são compostos por um ingrediente ativo, as plantas medicinais usam todos os seus constituintes. Essas plantas teriam, então, efeitos curativos e preventivos em seus usuários.
Diferença entre plantas medicinais e fitoterápicos
Quando uma planta medicinal é processada para se obter um medicamento, um fitoterápico é criado. O processo permite o uso da planta medicinal sem o risco de contaminações por micro-organismos e substâncias estranhas.
Além disso, esse processo permite padronizar a quantidade e a forma certa que deve ser usada, permitindo uma maior segurança de uso.
Em suma, quando falamos de planta medicinal, estamos falando de substâncias retiradas na sua forma bruta da natureza, praticamente sem purificação alguma e utilizadas como medicamentos. Ao contrário dos fitoterápicos, que foram processados e purificados antes de seu uso.
Como uma planta medicinal atua?
As plantas medicinais atuam de forma preventiva ou curativa no corpo, pois têm a capacidade de atuar sobre muitos processos internos.
A eficácia de uma planta medicinal em nosso corpo se deve aos ingredientes ativos que contém. Um ingrediente ativo (ou substância ativa) é uma molécula que terá um efeito em nosso organismo, para tratar ou prevenir doenças cotidianas ou mesmo patologias.
Ao contrário de um medicamento sintético, que tem um ingrediente ativo isolado (na maioria dos casos) e que é selecionado para atingir um objetivo em particular, as plantas medicinais podem conter vários princípios ativos. Estes princípios são capazes de produzir efeitos potencializados e agir em sinergia.
As plantas medicinais são muito úteis. Tanto para aliviar certas doenças (por exemplo, em caso de resfriado leve), quanto para prevenir algumas patologias (por exemplo, na prevenção de infecções).
No entanto, elas não podem substituir a chamada medicina convencional, que usa medicamentos que são essenciais para tratar certas patologias.
Além disso, o uso das plantas está experimentando um novo “boom” nos últimos anos, com novas pesquisas apontando seus possíveis benefícios. No entanto, tenha cuidado, as plantas medicinais não são isentas de perigos e podem revelar-se tóxicas se forem mal ingeridas ou em caso de sobredosagem.
Portanto, é importante procurar um conselho do seu médico antes de iniciar este tipo de tratamento. Com o desenvolvimento da venda livre de produtos à base de plantas medicinais e dos guias de automedicação, os riscos são cada vez maiores.
As dosagens são um aspecto essencial neste tipo de medicina e, se não forem respeitadas, as plantas medicinais podem se tornar perigosas.
Lista de plantas medicinais autorizadas para uso medicinal
Cuidar-se com plantas não é novidade! O uso de plantas medicinais remonta à antiguidade e essas plantas, chamadas de “remédios”, eram cultivadas e usadas por suas diferentes propriedades.
Sedativas, estimulantes, relaxantes, antissépticas, anti-inflamatórias… estas plantas podem curar todo o tipo de sintomas. Aqui estão algumas plantas que são liberadas para uso medicinal:
Sálvia
Seu nome vem do latim salvia, que significa “aquela que salva” por causa das virtudes atribuídas a ela. A sálvia é uma excelente planta que previne dores de cabeça e dores de estômago após uma má digestão.
Observe que esta família inclui muitas sálvias, mas apenas as espécies de officinalis e esclarea têm propriedades medicinais.
Urtiga
A urtiga pode ajudar a aliviar os rins, a bexiga e o trato urinário em caso de inflamação e aliviar a dor artrítica e reumática.
Também trata as picadas de insetos. Por fim, a urtiga também é conhecida por resolver problemas relacionados à hipertrofia benigna da próstata.
Camomila
É eficaz no tratamento de distúrbios digestivos, aliviando a inflamação e espasmos do trato digestivo.
Também é recomendada contra distúrbios do sono. Na inalação, a camomila é recomendada para aliviar a irritação das vias aéreas.
Dente-de-leão
Esta planta trataria a falta de apetite, distúrbios digestivos e outros problemas relacionados. O dente-de-leão é rico em antioxidantes.
Suas folhas são reconhecidas como diuréticos em infecções do trato urinário (elas aumentam o volume de urina) e pedras nos rins.
Lavanda
A flor de lavanda é um antisséptico muito bom e é recomendado em caso de ferida ou infecção porque ajuda a cicatrizar. Também atua em doenças respiratórias (asma, tosse, gripe, bronquite, tuberculose), distúrbios digestivos. É eficaz no combate à acne e pode agir diminuindo o estresse.
Cannabis medicinal
Apesar de sua forma recreativa, rica em THC, não ser liberada no Brasil, o uso da Cannabis medicinal através de uma receita médica é permitido.
As propriedades terapêuticas da Cannabis são muito conhecidas. A Cannabis é usada em diferentes indicações: dor, náuseas e vômitos, estimulação do apetite, mas também como broncodilatador (na asma), como anticonvulsiva (na epilepsia), como antiespasmódica (na doença de Parkinson e esclerose múltipla) ou como vasodilatadora.
A Cannabis é considerada uma planta medicinal?
Há registros do uso médico e religioso da Cannabis feitos há milênios. A planta foi usada para inúmeras funções, como: analgésico (neuralgia, dor de cabeça, dor de dente), anticonvulsivante (epilepsia), tranquilizante (ansiedade, estresse, histeria), anestésica e muito mais. Portanto, a Cannabis é sim considerada uma planta medicinal.
Por ser rica em substâncias ativas, como canabinoides e terpenos, a Cannabis pode ajudar a tratar uma série de sintomas de diversas doenças, tais como:
- Doença de Alzheimer;
- Esclerose múltipla;
- HIV/AIDS;
- Doença de Crohn;
- Epilepsia e convulsões;
- Glaucoma;
- Espasmos musculares;
- Dor severa e crônica;
- Náuseas ou vômitos.
Quais os benefícios da Cannabis medicinal, segundo estudos?
A maioria dos pesquisadores está interessada em componentes específicos da Cannabis, chamados canabinoides e terpenos. Até o momento, dois canabinoides da planta foram estudados extensivamente – THC (tetrahidrocanabinol) e CBD (canabidiol). Outros dos seus mais de 100 canabinoides também são dotados de propriedades terapêuticas, que estão sendo investigadas.
Milhares de estudos científicos e clínicos foram publicados nos últimos anos, e as aplicações terapêuticas da Cannabis são cada vez mais reconhecidas.
Além das muitas propriedades terapêuticas da Cannabis oriundas dos canabinoides, centenas de outras fitomoléculas presentes na planta de cannabis também têm efeitos farmacológicos notórios, tais como terpenos e flavonoides.
Os efeitos terapêuticos da Cannabis ocorrem graças à sinergia entre canabinoides, mas também entre as diferentes outras fitomoléculas da planta, como as mencionadas anteriormente.
Essa sinergia múltipla permite potencializar os efeitos farmacológicos da Cannabis, para melhor metabolizá-la e torná-la mais eficaz.
Seu uso pode ser benéfico contra náuseas e vômitos, anorexia, espasmos, dor, distúrbios de movimento, epilepsia, asma, dependência, sintomas psiquiátricos, doenças autoimunes, inflamações e muito mais.
Vamos ver o que a ciência diz sobre suas principais propriedades:
Propriedades ansiolíticas
De acordo com a OMS, mais de três milhões e meio de brasileiros vivem com ansiedade ou transtorno de humor.
Os transtornos de ansiedade abrangem uma variedade de condições, incluindo transtorno de ansiedade generalizada, transtorno de ansiedade social, fobias específicas e outras condições.
Inibidores da serotonina, medicamentos ansiolíticos clássicos como benzodiazepinas e antidepressivos são os tratamentos farmacêuticos mais comumente prescritos para a ansiedade.
Embora estes tratamentos tenham provado ser eficazes, são frequentemente relatados efeitos secundários indesejáveis e prejudiciais após a sua utilização.
Quando os pacientes não respondem bem a esses tratamentos farmacêuticos, o uso médico de produtos à base de Cannabis pode ajudar.
De acordo com o estudo Therapeutical use of the cannabinoids in psychiatry, a Cannabis demonstrou apresentar potencial terapêutico como antipsicótico, ansiolítico, antidepressivo e em diversas outras condições.
Para este estudo, os efeitos da Cannabis foram comparados aos do haloperidol, um antipsicótico típico. O estudo acompanhou ratos ansiosos para investigar efeitos ansiolíticos da Cannabis.
Foi observado em ratos que tanto a Cannabis (15-60 mg/kg) como o haloperidol (0,25-0,5mg/kg) diminuíram comportamentos associados à ansiedade, como inquietação e manias.
Em suma, a Cannabis é um ansiolítico natural e tem um efeito antiestresse atuando sobre os seguintes mecanismos:
- Inibe a secreção de cortisol (hormônio do estresse);
- Atua como precursor de GABA (hormônio que alivia a ansiedade) e serotonina (hormônio que promove o bem-estar e o relaxamento);
- Bloqueia o glutamato e a entrada de cálcio nas células. Assim, preserva a saúde mental, protege os neurônios e até estimula a criação de novos neurônios.
Em casos de distúrbios de ansiedade, a Cannabis atua sobre o sistema nervoso central (autônomo) e pode ser eficaz em caso de:
- ataque de pânico;
- distúrbios de ansiedade generalizados;
- transtorno obsessivo-compulsivo (toc);
- transtornos de estresse pós-traumático;
- fobia social;
- TDAH.
Propriedade analgésica
A Cannabis tem efeitos altamente analgésicos. Ao mesmo tempo, diminui significativamente a percepção da dor. Ou seja, não remove necessariamente a dor, mas permite que a pessoa viva melhor com ela – especialmente em caso de dor crônica (doenças autoimunes, fibromialgia, etc.)
O uso de Cannabis também é útil durante a retirada de opiáceos (codeína, morfina) ou a diminuição das doses dos mesmos, amplamente utilizados em caso de dor intensa.
De acordo com o estudo Cannabinoids and Pain: New Insights From Old Molecules, os canabinoides, principalmente CBD e THC, agem simultaneamente em vários alvos de dor.
Além de atuar nos receptores canabinoides CB1 e CB2, eles podem reduzir a dor através da interação com um receptor acoplado à proteína G.
A proteína G é responsável por transmitir sinais de hormônios e neurotransmissores. Portanto, ao interagir com esta proteína, a Cannabis pode modular a percepção da dor nos pacientes.
Outros fitocanabinóides que podem contribuir para os efeitos analgésicos gerais da cannabis medicinal são canabicromeno (CBC), canabigerol (CBG), tetra hidrocanabivarina (THCV) e muitos outros. No entanto, seus mecanismos de ação não foram completamente elucidados.
Propriedade anti-inflamatória
A inflamação é um processo fisiológico normal, permitindo que o corpo responda a lesões e infecções. No entanto, pode se tornar crônica. Isso é um importante fator de risco para muitas patologias.
Nesse sentido, a Cannabis tem a capacidade de limitar a resposta das células do sistema imune em diferentes contextos inflamatórios.
A Cannabis tem uma ação positiva no estado inflamatório do corpo. Em resumo, atua no SEC (sistema endocanabinoide) para:
- Inibir a liberação de glutamato, responsável pela dor neuropática;
- Diminuir a produção de citocinas pró-inflamatórias;
- Estimular a produção de citocinas anti-inflamatórias;
Através disso, a Cannabis mostra efeitos benéficos contra respostas inflamatórias, sendo uma importante aliada no tratamento de doenças autoimunes. Estes benefícios são vistos no estudo Cannabinoids as novel anti-inflammatory drugs.
Os pesquisadores deste estudo descobriram que a administração de Cannabis em camundongos desencadeou apoptose acentuada em células inflamatórias.
Além disso, os canabinoides podem regular a produção de citocinas e quimiocinas responsáveis pelo desenvolvimento da inflamação.
Portanto, os canabinoides são potentes agentes anti-inflamatórios e exercem seus efeitos através da indução de apoptose, inibição da proliferação celular, supressão da produção de citocinas e indução de células T-reguladoras.
Propriedade antioxidante
O estresse oxidativo é um fenômeno natural inevitável, que gradualmente leva ao envelhecimento acelerado das células. Para limitar seus danos, você pode, no entanto, contar com os antioxidantes.
A Cannabis teria a capacidade de inibir a formação de radicais livres, agindo sobre a atividade de enzimas pró-oxidantes. Isso evita que elas se proliferem em excesso no corpo.
Achados do estudo Evaluation of two different Cannabis sativa L. extracts as antioxidant and neuroprotective agents, mostram que a Cannabis tem propriedades antioxidantes, capazes de produzir efeitos neuroprotetores, diminuindo o estresse oxidativo e aumentando a viabilidade celular.
O CBD, um antioxidante natural, também tem propriedades neuroprotetoras ideais para prevenir doenças degenerativas (Alzheimer, Parkinson…). O canabidiol ajuda a proteger contra a toxicidade do glutamato, cuja atividade excessiva tem um impacto negativo no cérebro.
Os terpenos e flavonoides, ingredientes ativos também sintetizados pela Cannabis, têm propriedades benéficas na luta contra o envelhecimento celular. O terpeno beta-cariofileno, além dos seus efeitos anti-inflamatórios, é considerado um antioxidante altamente eficaz.
Propriedade neuroprotetora
Um sistema endocanabinoide disfuncional está envolvido nas manifestações de transtornos neurológicos. O consumo de Cannabis ajuda a estimular o SEC e ajuda a manter a homeostase do corpo humano.
Os efeitos neuroprotetores da Cannabis são vistos principalmente a nível médico no tratamento de doenças neurodegenerativas. Essas doenças são o resultado de uma perda gradual das funções dos neurônios.
O estudo Neuroprotective properties of cannabinoids against oxidative stress: role of the cannabinoid receptor CB1 descobriu a relação entre o SEC e o estresse oxidativo, bem como a morte neuronal.
A reação do sistema endocanabinoide a esses eventos sugere que um dos principais mecanismos compensatórios do cérebro após uma lesão cerebral é a sinalização endocanabinoide do receptor CB1.
Estas descobertas estabelecem uma estreita ligação entre o sistema endocanabinoide e uma melhoria da degeneração neurológica, tornando a Cannabis um potencial neuroprotetor.
Propriedade anticonvulsivante
A epilepsia refere-se a um grupo de distúrbios caracterizados por convulsões recorrentes. A Cannabis e seus canabinoides demonstraram ter efeitos benéficos para alguns tipos de epilepsia por meio de diferentes mecanismos biológicos.
É o que diz o estudo The Cannabinoids as Potential Antiepileptics. Este estudo afirma que o canabidiol possui natureza anticonvulsivante, produzindo efeitos únicos na redução da atividade epiléptica. Isso com maior segurança em comparação aos medicamentos tradicionais.
A causa comum de convulsões é a excitação excessiva dos neurônios do cérebro, e a área do cérebro afetada varia de acordo com o tipo de epilepsia.
Em pacientes saudáveis, acredita-se que os canabinoides endógenos anandamida e 2-AG tenham um papel fundamental na regulação do nível de excitação neuronal, reduzindo assim a probabilidade de ocorrer uma crise.
Desta forma, em pacientes com um sistema endocanabinoide disfuncional, a Cannabis e suas virtudes terapêuticas podem realmente atuar na própria causa da epilepsia e fornecer um efeito neuroprotetor que reduz a gravidade e a frequência dos sintomas.
Propriedade histamínica
Para evitar o agravamento da condição de pessoas com alergias de todos os tipos, o uso de histamínico é essencial.
De um modo geral, alergias se referem a uma reação imunológica do nosso corpo. Podem ser despertadas por pólen, insetos, ácaros, alimentos ou até mesmo medicamentos.
Dependendo das pessoas, uma reação alérgica pode ser causada em um simples contato, enquanto para outras, requer que você ingira a substância controversa antes que ocorpo reaja.
Em contato com um alérgeno, nosso corpo liberará histaminas, que causarão uma reação alérgica. Essa reação pode ocorrer instantaneamente e várias horas após o contato com o alérgeno.
Diz-se que o canabidiol tem efeitos positivos na histamina, um hormônio secretado quando a reação imunológica em contato com um alérgeno é extrema.
De acordo com o estudo Differential effect of cannabinoid agonists and endocannabinoids on histamine, a administração sistêmica de agonistas dos receptores canabinoides 1 (CB1) regularia a liberação de histamina para reduzir as alergias.
Além dessa função, a Cannabis apresentaria propriedades anti-inflamatórias, propriedades que exercem uma ação importante sobre as reações alérgicas, por exemplo.
Propriedade antitumoral
O principal composto da cannabis, o delta-9 tetrahidrocanabinol (THC), e alguns canabinoides sintéticos são capazes de regredir tumores cerebrais em modelos animais
De acordo com o estudo A Review of the Therapeutic Antitumor Potential of Cannabinoids, a administração de Cannabis em células de camundongos e ratos pode inibir o crescimento de tumores.
A Cannabis faria isso causando a morte de células cancerígenas, bloqueando sua divisão ou impedindo a angiogênese (produção de vasos para alimentar o tumor) enquanto protegem as células saudáveis.
O uso da Cannabis é legal no Brasil?
O uso da Cannabis para fins recreativos não é permitido no Brasil. No entanto, se você atender certos requisitos e tiver uma prescrição médica, você pode conseguir autorização para usar a Cannabis medicinal como auxiliar em diversos tratamentos.
Como é usada a Cannabis medicinal?
Os medicamentos à base de Cannabis podem ser usados de 4 formas principais:
- Inalação por vaporização (usando flores secas ou extratos para vaporização);
- Na forma oral (usando óleos ou cápsulas)
- Na forma sublingual (usando óleo ou tintura);
- De forma tópica (através da aplicação de cremes e pomadas).
Quais os efeitos colaterais da Cannabis?
Embora a Cannabis possa trazer diversos benefícios em inúmeras situações, o seu corpo e cérebro também podem sofrer efeitos colaterais quando o uso da Cannabis não é feito de forma correta.
Alguns desses efeitos são de curto prazo e incluem:
- fadiga;
- boca seca;
- pressão arterial baixa;
- diarreia;
- alterações de humor;
- tontura e sonolência.
O que é necessário para começar um tratamento com Cannabis medicinal?
Para iniciar o tratamento com Cannabis, é estritamente necessário ter uma receita médica. Antes de prescrever Cannabis medicinal, seu médico deve entender seu problema para ajudá-los a decidir se a Cannabis pode funcionar para você.
Após a receita médica em mãos, é realizado um cadastro na Anvisa. Este visa solicitar a autorização excepcional para o uso de canabinoides de forma legal.
Aprovada a autorização, você pode importar seus medicamentos à base de Cannabis de acordo com quantidade estabelecida na posologia da prescrição médica.
Onde encontrar tratamento à base de Cannabis medicinal?
Como mencionado anteriormente, o uso da Cannabis medicinal de forma legal está restrito às pessoas que atendem a condições médicas e que possuem uma prescrição de um profissional habilitado.
Portanto, a única forma de iniciar seu tratamento efetivamente é através de uma consulta. Por outro lado, o número de médicos prescritores da Cannabis no Brasil é muito limitado.
Então, para facilitar sua vida, o Portal Cannabis & Saúde reuniu em uma plataforma mais de 250 profissionais prescritores.
Assim, para descobrir se você pode iniciar seu tratamento com Cannabis, basta acessar o Portal Cannabis & Saúde e marcar uma consulta com um desses profissionais. O processo é muito simples e pode ser feito em alguns cliques.
A importância de acompanhamento médico no uso de plantas medicinais
O uso de plantas medicinais é muitas vezes baseado na ideia equivocada de que as plantas são um meio natural de tratamento desprovido de qualquer risco.
No entanto, o uso indiscriminado e irresponsável das plantas medicinais pode ser tóxico e apresentar efeito contrário. O acompanhamento médico é essencial em todos os tipos de tratamento, mesmo os naturais.
Somente um médico pode indicar a forma de uso adequada, a posologia correta e o gerenciamento de efeitos colaterais.
É importante que o paciente informe ao seu médico que está usando produtos à base de plantas medicinais, pois estes também podem interagir com outros medicamentos.
Conclusão
As plantas medicinais são consideradas uma opção para responder ao número crescente de problemas de saúde por serem uma solução alternativa aos medicamentos convencionais.
A Cannabis, por exemplo, tem se mostrado muito segura para o tratamento de diversos sintomas. Graças às propriedades presentes nela, o paciente pode obter muitos benefícios com um alto grau de segurança.
No entanto, embora as plantas medicinais tenham muitas virtudes e sejam consideradas parcialmente seguras, seu uso não é isento de riscos.
Elas podem levar a efeitos colaterais indesejados, desagradáveis e até graves. Seu uso deve ser acompanhado por um profissional médico para evitar quaisquer complicações