A Cannabis medicinal surgiu como uma oportunidade dupla para o médico Matheus Carvalho Diniz. Recém formado, dava seus primeiros passos na profissão quando teve conhecimento de uma pós-graduação sobre os medicamentos canabinoides e decidiu que iria cursar.
“Sempre achei interessante. Na faculdade, a gente não vê nada sobre Cannabis. Já tinha lido muito por cima, mas vi que tinha muito resultado, principalmente para Alzheimer e epilepsia.”
“Algumas pessoas do meu ciclo já tinham comentado sobre o uso da Cannabis com parentes idosos e tiveram resposta. Eu vi como uma oportunidade, porque aqui em Goiânia tem poucos médicos que prescrevem.”
O outro lado dessa oportunidade se revelou depois, na possibilidade de praticar uma medicina que lhe fizesse sentido. “Meu principal objetivo é mudar a pessoa para que ela tenha uma melhor qualidade de vida. Eu consigo buscar isso por meio da Cannabis medicina.”
“A gente tem que tratar o paciente de forma integral. Avaliar o biopsicossocial do paciente, entender o contexto em que está inserido, para poder conseguir um benefício e, assim, possa viver melhor.”
“A Cannabis consegue atuar em vários sistemas. Algumas vezes, o paciente procura a gente por alguma patologia específica e, depois do uso, fala que melhorou vários outros aspectos além do que ele vinha procurando.”
Primeiros pacientes em tratamento com Cannabis medicinal
Em maio de 2022, diante de seu primeiro caso tratado com Cannabis medicinal, pôde ter um exemplo da ação múltipla da Cannabis.
”Um paciente com dor crônica. Estava com dificuldades no trabalho por conta das limitações de movimento e ficava bastante estressado. Aumentava a ansiedade, não conseguia dormir, e vivia à base de Zolpidem.”
“Depois que a gente iniciou o tratamento, teve uma resposta muito boa. Melhorou a qualidade de sono e diminui as dores que ele sentia.”
“Além de conseguir dormir, é importante que o paciente tenha um sono reparador. Não adianta nada se no dia seguinte ele acorda cansado. Pacientes que usam alopáticos, até conseguem uma indução do sono, mas não consegue ter esse sono reparador. Com a Cannabis sim.”
Diniz conta que atende pacientes de todas as idades, que o procuram justamente para o tratamento de ansiedade associada à insônia, embora atenda muitos casos de Alzheimer, Parkinson, dor crônica e epilepsia. “A gente consegue individualizar o tratamento pois cada paciente tem um sistema endocanabinoide próprio.”
“Não é a mesma dose que a gente usa para todos. Conseguimos individualizar e até diminuir o uso de medicamentos que muitas vezes têm vários efeitos colaterais que prejudicam a adesão ao tratamento.”
O tabu da Cannabis medicinal
Embora seja cada vez mais comum que jovens médicos decidam buscar se aprofundar no sistema endocanabinoide e Cannabis medicinal assim que terminam a graduação, Diniz conta que ainda tem que lidar com piadas preconceituosas.
“Nunca tive preconceito, nem minha família, sobre o uso medicinal, mas alguns colegas fazem brincadeirinhas, chama de maconheiro em um tom pejorativo, mas a gente vê que ainda está no começo aqui no Brasil.”
“Já evoluiu bastante, mas ainda tem muito preconceito. Eu tive pacientes que os familiares eram totalmente contrários. Fazia a consulta, eu receitava a Cannabis medicinal, mas no final, pelo preconceito, nem iniciavam o tratamento.”
“Ainda existe esse tabu, mas a gente ainda tenta explicar, falar de várias formas, mostrar exemplos, estudos científicos que comprovam. Tanto que, se não tivesse
eficácia nenhuma, não ia ter o projeto de lei que o Tarcísio aprovou recentemente no governo de São Paulo.”
Acesso aos medicamentos
Diniz também aponta a possibilidade dos pacientes entrarem na justiça para solicitar que o SUS ou o plano de saúde arquem com o custo do tratamento canabinoide.
“Eu já tenho três pacientes que conseguiram. A gente consegue abrir as portas para outra para as pessoas que não tem tanto poder financeiro de fazer um tratamento que é eficiente. Muitas vezes, os pacientes já procuram de tudo, tentam todas os vários medicamentos e não tem eficácia. Com a Cannabis medicinal, a gente vê existe uma esperança e que tem muita melhora.”
Agende sua consulta
Você pode clicar aqui para marcar uma consulta com o médico Matheus Carvalho Diniz.
Ele faz parte de uma lista com mais de 200 médicos prescritores com diversas especialidades, além de dentistas, que você acessa pela plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde.
Em comum, todos possuem ampla experiência na prescrição de Cannabis medicinal e no acompanhamento do tratamento.