Um mercado que parecia não existir alguns anos atrás, atualmente já soma U$2 bi em vendas. O canabinoide psicoativo delta-8 THC ganhou seu espaço aproveitando a proibição de outro componente psicoativo da planta de Cannabis, o delta-9 THC.
De acordo com relatório elaborado pela Brightfield Group, uma empresa de análise do mercado da Cannabis, as vendas de produtos com delta-8 seguirão subindo enquanto a Cannabis não for reclassificada a nível federal nos EUA.
Por enquanto, não é uma ameaça ao mercado de CBD, que foi de cerca de U$6 bi em 2022. Porém, alguns órgãos reguladores querem conter o avanço do delta-8, que é produzido sinteticamente a partir do canabidiol, mas ainda não demonstrou a mesma segurança.
Por que o delta-8?
Uma explicação para a popularidade do delta-8 é a proibição do delta-9. Nos EUA, um decreto permitiu o cultivo de cânhamo no país, em 2018. Esse decreto ficou conhecido como Farm Bill e popularizou o plantio dessa variedade de Cannabis com até 0,3% de delta-9 THC no território estadunidense.
Essa legislação levou as empresas do ramo a colocarem alguns produtos sem efeitos psicoativos no mercado, como o CBD e o CBG, mas também a buscar canabinoides com efeitos psicoativos encontrados no cânhamo. Aí entra o delta-8, que é legal, já que ele é feito a partir da isomerização do CBD.
O canabinoide delta-8 THC está presente em pequenas quantidades na planta de Cannabis. Ele tem efeitos psicoativos mais moderados que o delta-9 e tem sido recomendado por médicos para tratar algumas questões de saúde como a ansiedade, dor e insônia.
Preocupação dos órgãos reguladores
Segundo o relatório do Brightfield Group, cerca de 35% dos consumidores de CBD compraram produtos com delta-8. Mesmo em estados onde o uso adulto da Cannabis é ilegal, as pessoas buscam os canabinoides psicoativos e esse comportamento gera preocupação nas autoridades.
Além do delta-8, há outros canabinoides psicoativos derivados do cânhamo, como o delta-10, THCO e HHC. Eles são produzidos artificialmente com o uso de produtos químicos que os órgãos reguladores não sabem qual impacto causam a longo prazo nos usuários. Principalmente, porque eles estão disponíveis em comércios locais e consumidos, geralmente, por vapes, cigarros eletrônicos e comestíveis que podem causar intoxicação.
Esse é o tema de um comunicado que a Associação da Indústria da Cannabis da Califórnia (CCIA na sigla em inglês) publicou em dezembro de 2022. O texto alerta que a Farm Bill abriu uma “Caixa de Pandora” dos canabinoides não-regulados e intoxicantes derivados do cânhamo.
No estado, o maior mercado de Cannabis do país, o uso do delta-9 é legal, porém o delta-8 não. No entanto, em estados onde o delta-9 é ilegal, os canabinoides derivados do cânhamo fazem sucesso por serem a única opção psicoativa disponível.
Em outro estado, em Nova Jersey, o senador Declan O’Scanlon criticou a situação dos canabinoides derivados do cânhamo e prevê novas regras para esse ano.
“Existem produtos derivados do cânhamo psicoativos não regulamentados sendo vendidos com zero segurança do produto ou padrões de marketing em nossas comunidades. Idealmente, os federais resolveriam isso na Farm Bill de 2023.” Disse em sessão no Senado.
Uso medicinal do delta-8 THC
Aqui no Brasil o delta-8 está sendo descoberto ainda, principalmente para o uso medicinal. Em decisão inédita, a justiça ordenou que o plano de saúde fornecesse o tratamento com o canabinoide para um paciente com dores crônicas.
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