A psiquiatria é uma certeza na vida de Laura Cremonese desde os 11 anos de idade. Por gostar de observar o comportamento humano, entender as pessoas, colocou a faculdade de medicina como uma etapa para atingir seu objetivo final.
No entanto, as certezas da juventude nem sempre percorrem um caminho linear. “Na faculdade, eu entrei em contato com diversas áreas e a cirurgia me chamou bastante atenção. Fiquei em dúvida entre cirurgia e psiquiatria.”
“Fiz dois anos de estágio no hospital psiquiátrico e gostei bastante. Fiz estágio em cirurgia também e, no último ano da faculdade estava nessa indecisão.”
Optou por uma terceira via. “Acabei conhecendo a medicina estética. Gostei muito dessa área pela pela parte prática. Eu poderia atuar de maneira resolutiva, com potencial de melhorar a autoestima das pessoas. Melhorar a forma como elas se enxergam e a forma que elas se expressam para o mundo por meio da estética.”
De volta à psiquiatria
Formada em medicina, deu início à pós-graduação em medicina estética enquanto dava seus primeiros passos na profissão. Antes mesmo de concluir a formação, porém, sua trajetória sofreu um novo desvio.
“O meu noivo começou a prescrever a Cannabis medicinal”, conta, se referindo ao médico Eduardo Testa. “Eu já tinha contato com a planta, já tinha lido algumas coisas a respeito, mas não tinha conhecimento de tanta pesquisa e de tanto potencial terapêutico. Conforme ele foi me passando esses conhecimentos, fui gostando bastante.”
Decidiu que também buscaria formação na área. “Eu fui atrás de cursos porque eu vi ele tendo resultados muito bons com os pacientes dele. Começaram a ter retornos muito positivos para tratamento de diversas patologias.”
“Eu percebi que ele estava atuando bastante na área de psiquiatria, no tratamento de depressão, TDAH. Fiz os cursos e também comecei a prescrever a Cannabis medicinal, principalmente nessas áreas que eu gostava e tinha mais domínio. Agora eu acabei expandindo para outras patologias, porque vejo muita melhora terapêutica.”
Cannabis na psiquiatria
A Cannabis fez reavivar a certeza da jovem Laura. “Eu tomei a decisão de fazer a pós-graduação em psiquiatria. Continuar a me especializar nessa área e incrementar na Cannabis medicinal, que é o que quero continuar fazendo.”
“Na medicina estética tem aplicação dentro da dermatologia. Tem diversas patologias cutâneas que a gente consegue tratar com Cannabis tópica, principalmente CBD, que é bastante anti-inflamatório.”
“Agora vou me reconectar com outra área que gosto bastante e tem muito mais aplicabilidade. Como no tratamento de ansiedade, que inclusive faço uso, em depressão, TDAH, dependência química, entre outros.”
A futura psiquiatra destaca o potencial da Cannabis na melhora da qualidade de vida dos pacientes.
“Todos temos um sistema endocanabinoide. Nossos receptores se ligam às moléculas da planta e,com isso, a gente consegue tratar diversas patologias e sintomas. Quando a gente usa a planta de maneira integral, a gente consegue melhorar a qualidade de vida dos pacientes em vários aspectos.”
“Chega com queixa de dor crônica e começa a fazer uso da Cannabis medicinal. Reduz a dor, mas também a insônia, começa a se relacionar melhor com as pessoas. Reduz a ansiedade, a depressão, algum distúrbio de apetite. É um extrato multimodal de tratamento para melhorar a qualidade de vida como um todo.”
Caso clínico
Laura exemplifica com um de seus pacientes. “Teve um caso de dor crônica, que ele fazia uso de pregabalina e duloxetina. Era hipertenso e fazia o uso de hidroclorotiazida. Fazia uso de opioide. Um paciente de 80 anos que estava impossibilitado de fazer suas atividades porque sentia dor. Já estava há quase 20 anos nessa situação. Tinha também insônia e ficava deprimido com tudo isso.”
“Nós iniciamos o tratamento e, sem minha orientação, retirou todas as medicações na segunda semana de uso. Por conta, retirou toda essa carga de medicação e está se sentindo muito melhor.”
“Essas medicações estavam causando um pouco de atraso na memória, uma perda cognitiva. Hoje ele está sem dor, consegue caminhar muito melhor, está dormindo melhor, consegue pegar a neta no colo. Melhorou todos os aspectos mesmo assim da vida dele.”
“Foi um caso emblemático. Eu vi claramente o efeito e também o desmame de várias medicações num curto período. Isso não é o recomendado, mas eu vi acontecendo de maneira muito pontual e funcionou.”
98% de melhora
Ao todo, já foram cerca de 200 pacientes tratados com a Cannabis medicinal. “Tem alguns que a gente está em ajuste de dose, mas todos tiveram algum benefício. Alguns eu não consigo tratar exclusivamente com Cannabis, mas tenho 98% de melhora clínica com a Cannabis de um modo geral.”
“Acredito que a Cannabis é o futuro da medicina. Sabemos que tem muito potencial ainda a ser explorado dentro da Cannabis medicinal. É como aquela frase do Sidarta (Ribeiro) que diz que a Cannabis está para o século 21 como os antibióticos estiveram para o século 20. Concordo plenamente, porque vai revolucionar a forma que a gente lida com a medicina.”
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