Aos 67 anos de idade, Silvana de Paula já acumula décadas de tratamento psiquiátrico. Tudo começou em 1989, diante da doença e falecimento de um grande amigo. “Acho que tem gente que passa a vida inteira sem encontrar uma amizade como a que eu encontrei. Éramos muito apegados.”
“Durante todo o processo, fiquei muito abalada. Eu não sou uma pessoa que fica paralisada diante das coisas difíceis. Eu tomo providências, vou atrás, mas depois eu pago um preço.”
Nesse caso, veio em forma de crises de pânico. Tentou uma série de tratamentos, de Gardenal a homeopatia, mas sofria sérios efeitos colaterais ou não atingia os benefícios esperados. Até que começou a tomar Rivotril. “Eu acertei com ele e realmente funciona comigo desde 1990.”
Mais tratamento psiquiátrico
Seguiu a vida normalmente, até que, 15 anos depois, as coisas voltaram a desandar. “Foi outra chapuletada da vida. Minha mãe desenvolveu Alzheimer, foram momentos difíceis para toda família, e comecei ficar muito chorona. Fiquei muito triste. Eu tomei todas as providências, mas qualquer coisa eu chorava muito.”
Por indicação de sua recebeu a prescrição de sertralina, um antidepressivo. Apesar do medicamento ter ajudado nas crises de choro, algo ainda não estava bem com Silvana.
“Eu falava que nunca ia fazer algo contra mim, mas pensava, se eu passar agora em frente desse carro, acaba tudo. Não vou fazer nada comigo, pois seria muito ruim para os meus filhos, mas se ficasse doente, não seria ruim. Pensamentos flertando com a ideia de acabar com tudo.”
Diante a situação, foi recomendada a aumentar a dose de sertralina. “Comecei a perceber que eu perguntava para o meu marido como foi o dia, mas enquanto ele falava, eu me desligava. Estava com muita dificuldade de ler, uma coisa que gosto de fazer e sentia muito sono. Desde que comecei o tratamento, só dormia.”
“Estava me sentindo muito desinteressada de coisas que eu sempre gostei. Me incomodava muito, pois tenho uma história de muita atividade e eu estava muito para baixo, em um processo progresivo.”
Cannabis adjuvante do tratamento psiquiátrico
Sempre muito bem informada, Silvana começou a acompanhar há algum tempo histórias de pacientes em tratamento com Cannabis medicinal. “Sempre acompanhei as histórias de associações, a briga para conseguir liberação do tratamento, crianças com epilepsia e a progressiva liberação da Anvisa.”
Vivendo em Leeds, no Reino Unido, desde 2012, Silvana tinha a opção de se encaminhar a uma farmácia e comprar o medicamento, já que a venda é liberada desde 2018 no país. “Eu não saberia fazer o uso. Acho que ninguém deve fazer o uso de qualquer medicação sem orientação.”
Até que o clínico geral Vinícius Mesquita começou a aparecer em suas buscas. “Fiquei prestando atenção quando ele aparecia, no que ele falava, e me chamou atenção.”
Da Inglaterra decidiu marcar uma consulta por telemedicina com o médico. “Ele é muito criterioso, paciente, resolve todas as dúvidas. Gostei muito da consulta.”
A opção foi acrescentar a Cannabis medicinal como adjuvante ao seu tratamento psiquiátrico. “Ele decidiu deixar tudo igual e acrescentar a variante do óleo de CBD para poder avaliar minha evolução.”
Bem-estar físico e emocional
Faz pouco mais de um mês que SIlvana deu início ao tratamento canabinoide. “Eu reparei que nos últimos anos, estava desenvolvendo uma fala em que fazia muitas pausas para caçar as palavras. Primeiramente eu atribui ao fato de falar inglês diariamente.”
“Mas, quando eu falava português, se estivesse discutindo ideias, eu parava no meio para catar a palavra. Com a Cannabis, me chamou muito atenção que minha fala se tornou mais fluida. É como se meu pensamento estivesse mais claro. Fui me sentindo menos ansiosa, mas calma.”
“Além do bem-estar físico. Me sinto mais disposta, mais interessada nas coisas. Não vou dizer que virei uma atleta olímpica, ou que estou eufórica, rindo adoidada, mas tem alguma coisa que mudou em mim em direção da disposição.”
“Hoje eu não vou na aula de dança, mas não é porque eu não aguento pensar em fazer, mas porque quero fazer outra coisa. Não por uma imposição do cansaço, falta de energia ou indisposição. Fisicamente estou bem.”
“Emocionalmente, estou sentindo as emoções que a vida traz para a gente. Fico contente, fico triste, mas nada que me faça querer cavar um buraco e me enfiar dentro dele.”
Ganhos colaterais
Os benefícios vieram até onde não esperava. “Não que eu me preocupe com isso, porque eu gosto de fumar cigarro. Mas, na segunda consulta, ele me perguntou se eu estava fumando menos, porque na primeira consulta eu fumei o tempo todo.”
“Foi aí que comecei a chamar atenção. Como aqui o cigarro é muito caro, quando eu canso de fumar o cigarro, eu corto para fumar depois. Fui reparar, e percebi que deixei de fumar meio maço que antes teria fumado. A vontade foi diminuindo sem ser uma decisão minha.”
Desde a segunda consulta, começou a reduzir as doses de rivotril e espera que, no futuro, possa se ver livre da sertralina também. “Já estou mais tranquila, interessada, fumando menos, falando melhor. Tenho a impressão que meu raciocínio está mais claro.”
“Acho que vou melhorar mais. Tenho uma consulta marcada para janeiro e espero ficar ainda mais motivada. Eu saí do desânimo total, mas eu quero ganhar ainda mais ânimo.”
Sua confiança no tratamento é tanta que já indica para outras pessoas. “Esse tratamento pode ajudar muita gente. Evidentemente que não serve para todos, porque seria uma panaceia, mas estou me dando muito bem, tanto que meu filho também já marcou uma consulta.”
“Recomendei para um amigo meu, que tem problemas neurológicos, e eu acho que vale a pena tentar que pode dar certo. Estou muito satisfeita.”
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