Você sabe para que serve a fenitoína? Esse fármaco é bastante utilizado como anticonvulsivante, atuando como uma das principais formas de tratamento para a epilepsia e outras doenças ou condições de saúde que são capazes de causar convulsões.
O seu uso para o tratamento das convulsões se dá devido à sua ação, que diminui os impulsos no cérebro que são causas dos ataques convulsivos.
É importante que a utilização de fenitoína seja prescrita por um médico, pois nem todo tipo de crise convulsiva pode ser tratada por meio dela.
Outras condições de saúde também podem ser tratadas por meio da fenitoína como a neuralgia do trigêmeo e dores relacionadas aos nervos. Sua venda só é permitida mediante prescrição médica.
Nesse artigo que nós da Cannabis & Saúde preparamos, trazemos alguns tópicos para você entender melhor sobre os tratamentos utilizando essa substância e alternativas com um menor grau de efeitos colaterais.
Aqui, você saberá mais sobre:
- O que é a fenitoína?
- Para que serve a fenitoína?
- Quando tomar fenitoína?
- Qual o efeito da fenitoína?
- Quanto tempo leva para a fenitoína fazer efeito?
- Quanto tempo dura o efeito da fenitoína?
- Quantas vezes ao dia posso tomar fenitoína?
- Quais são as contraindicações do uso da fenitoína?
- Quais são os efeitos colaterais mais comuns do uso da fenitoína?
- Cuidados a se tomar com a fenitoína em interação medicamentosa.
- Cannabis medicinal como alternativa aos medicamentos anticonvulsivantes tradicionais.
Continue lendo para saber mais!
O que é a fenitoína?
A fenitoína é um fármaco utilizado como medicamento para o tratamento de convulsões e condições de saúde ligadas à atividade elétrica anormal no cérebro.
A descoberta da fenitoína se deu em 1908, pelo químico alemão Heinrich Biltz. No entanto, apenas em 1936, nos tempos da II Guerra Mundial é que a fenitoína começou a ser utilizada como substância anticonvulsivante e se mostrou eficaz no tratamento de doenças como a epilepsia.
Desde então, a fenitoína tem sido apontada como uma das principais substâncias capazes de reduzir as atividades anormais do cérebro que geram crises convulsivas.
Há, no entanto, a existência de efeitos adversos e contraindicações para alguns públicos (mais adiante neste artigo faremos o detalhamento a respeito disso).
Por isso, algumas pessoas ou não podem utilizar a fenitoína, ou têm de reduzir a sua dosagem a níveis onde o efeito não se vê de forma suficiente.
Para que serve a fenitoína?
Crises convulsivas
O tipo de uso da fenitoína mais conhecido é relacionado ao controle dos sintomas convulsivos. De acordo com a bula do medicamento, sua ação se dá no córtex motor, realizando a inibição das atividades elétricas neuronais que promovem as crises.
Sua utilização é recomendada pelos médicos como uma forma de controle das crises. Entretanto, não há nenhum indício que aponte benefícios a longo prazo como a cura ou diminuição dos efeitos após a suspensão do uso da fenitoína.
Crises tônico-clônicas
As crises tônico-clônicas são tipos de convulsões graves que podem ocorrer com um paciente. Nesse tipo de convulsão, contrações musculares violentas e não esperadas estão entre os sintomas, além da perda temporária de consciência.
Essa perda de consciência dura cerca de 10 a 20 segundos e pode vir acompanhada de espasmos musculares. Esses espasmos podem acontecer tanto enquanto o paciente está inconsciente quanto após o fenômeno.
Nem sempre as convulsões tônico-clônicas estão relacionadas a quadros de epilepsia. Outras causas para a crise tônico-clônica estão o baixo nível de açúcar no sangue, AVC e febres altas.
Ataques epiléticos
A fenitoína é indicada para crises tônico-clônicas de início focal para bilateral, crises com comprometimento da consciência, estado epiléptico convulsivo e na prevenção das convulsões secundárias a traumatismo craniano.
Quando for necessário efeito imediato, como nos controles de uma crise aguda, no estado de mal epiléptico e nas crises de arritmias, recomenda-se o uso de fenitoína na forma injetável, preferencialmente pela via intravenosa.
Quando tomar fenitoína?
De acordo com a bula do medicamento, a ingestão da fenitoína por via oral deve ser feita preferencialmente durante ou após as refeições dos pacientes. As doses devem ser prescritas pelo médico
Qual o efeito da fenitoína?
As células cerebrais normalmente falam umas com as outras usando sinais elétricos e produtos químicos, durante uma convulsão há explosões de atividade elétrica no cérebro que podem afetar temporariamente o seu funcionamento.
A fenitoína age desacelerando esses sinais elétricos para parar as convulsões.
A fenitoína não foi originalmente projetada para tratar a dor, mas pode ajudar a aliviar a dor nervosa, como a neuralgia do trigêmeo, diminuindo os impulsos elétricos nos nervos e reduzindo sua capacidade de transmitir dor.
Quanto tempo leva para a fenitoína fazer efeito?
O efeito terapêutico pode levar alguns dias, tempo necessário para que o nível de fenitoína no sangue alcance a faixa terapêutica.
Normalmente leva cerca de 4 semanas para que a fenitoína funcione plenamente. Isto porque a dose de fenitoína precisa ser aumentada lentamente para evitar efeitos colaterais.
Quanto tempo dura o efeito da fenitoína?
A fenitoína, princípio ativo do Hidantal, começa a reduzir a sua concentração no sangue, e portanto o seu efeito, a partir de 6 horas após a suspensão e assim continua até ser totalmente eliminada em cerca de 24 horas.
Quantas vezes ao dia posso tomar fenitoína?
De acordo com a bula, as doses máximas de fenitoína que uma pessoa pode tomar são:
- Crises convulsivas durante ou após neurocirurgia: tratamento e profilaxia: 100 mg três vezes ao dia. Dose usual de manutenção de 300 a 400 mg/dia (dose máxima de 600 mg/dia)
- Crises convulsivas, crises tônico-clônicas generalizadas e crise parcial complexa (lobo psicomotor e temporal): 100 mg três vezes ao dia, dose de manutenção usual de 300 – 400 mg/dia (dose máxima de 600 mg/dia).
- Estado de mal epiléptico: dose de ataque de 10 – 15 mg/kg IV (não exceder 50 mg/min), seguido por dose de manutenção de 100 mg por via oral ou intravenosa a cada 6 a 8 horas.
Quais são as contraindicações do uso da fenitoína?
O uso da fenitoína é contraindicado para pacientes que tenham histórico de hipersensibilidade às hidantoínas ou pessoas que tenham potencial alérgico a medicamentos barbitúricos, succinimidas, oxazolidinediona e componentes similares.
Além disso, sua utilização deve ser feita com cautela em pacientes que apresentem problemas na tireoide ou pacientes que tenham diabetes.
Não há contraindicações descritas em bula com relação a mulheres grávidas ou lactantes. Há alguns casos em que medicamentos com fenitoína podem ter contribuído para a malformação durante a gestação, mas não há comprovação científica sobre essa causa-efeito.
Mais informações sobre contra indicações podem ser encontradas aqui, na bula do medicamento Fenital, produzido pela Cristália Prod. Quím. Farm. Ltda. Apesar do nome comercial, o princípio ativo do medicamento é a própria fenitoína, distribuída em comprimidos de 100mg nesse caso.
Quais são os efeitos colaterais mais comuns do uso da fenitoína?
Normalmente, o uso da fenitoína não causa efeitos colaterais graves. Os mais comuns são tonturas, dores de cabeça e dificuldades no equilíbrio.
Os sintomas podem aparecer de forma mais evidente no começo do tratamento, quando o corpo ainda não está “acostumado” com a substância. No entanto, outros efeitos colaterais podem aparecer mais tarde e devem ser informados ao médico.
De acordo com a bula do medicamento, os efeitos adversos registrados em pacientes que utilizam a fenitoína são:
- nistagmo;
- vertigem;
- tontura;
- coceira;
- formigamento;
- prurido;
- parestesia;
- cefaleia (dor de cabeça);
- sonolência;
- falta de coordenação motora;
- problemas para se equilibrar no corpo.
Cuidados a se tomar com a fenitoína em interação medicamentosa
Interações medicamentosas são efeitos adversos que podem ocorrer quando uma pessoa toma mais de um medicamento, mesmo sob prescrição médica.
A bula do medicamento aponta que determinados medicamentos ou fármacos podem ter sua eficácia reduzida ou seus efeitos majorados pelo uso de fenitoína.
Caso seu médico realize a prescrição de fenitoína, lembre-se de informá-lo sobre o uso de alguns destes medicamentos:
- Ácido valpróico;
- Azapropazona;
- Barbituratos;
- Beclamida;
- Ciprofloxacino;
- Cloranfenicol;
- Corticosteróides;
- Delavirdina;
- Diltiazem;
- Dissulfiram;
- Medicamentos como atorvastatina, sinvastatina, lovastatina, fluvastatina, cerivastatina;
- Fenilbutazona;
- Fluconazol;
- Fluoracila, tegafur, gimeracila, oteracila;
- Folatos;
- Hidróxido de alumínio;
- Imatinibe;
- Irinotecano;
- Isoniazida;
- Lidocaína;
- Lopinavir;
- Metotrexato;
- Posaconazol;
- Quetiapina;
- Salicilatos;
- Sulfonamidas;
- Tacrolimo;
- Tipranavir;
- Voriconazol;
- Erva de São João.
Cannabis medicinal como alternativa aos medicamentos anticonvulsivantes tradicionais
A Cannabis medicinal é uma importante alternativa no tratamento de diversas doenças e condições de saúde.
Aqui no portal, já mostramos que estudos científicos apontam benefícios da utilização de medicamentos à base de Cannabis para a epilepsia e as convulsões, por exemplo. Entre os canabinoides mais conhecidos por oferecer um bom nível de melhora nos sintomas das convulsões e crises de epilepsia, está o canabidiol (CBD).
Nos próximos tópicos falaremos mais sobre essa substância e estudos que apontam a sua eficácia.
O que é o canabidiol (CBD)?
O canabidiol, que também é conhecido pela sigla CBD, é uma das principais substâncias encontradas nas plantas do gênero Cannabis. Trata-se de uma substância com propriedades terapêuticas, utilizada há milhares de anos como medicamento e que, atualmente, vem sendo intensamente estudada por pesquisadores do mundo todo.
A descoberta de novas ações curativas têm relação direta com uma outra descoberta, a do sistema endocanabinoide, pelo pesquisador Phd. Raphael Mechoulam.
Foi a partir deste fato que ficou claro para a comunidade médica e científica de que maneira o CBD poderia ser utilizado em benefício à saúde humana.
Diferentemente de outros canabinoides (como o THC, por exemplo), o CBD traz um nível baixíssimo de efeitos colaterais. Entre os efeitos adversos do THC, que não são sentidos em até 0,3% (limite de concentração deste tipo de canabinoide para fins medicinais), está a geração de dependência química e de efeitos alucinógenos.
São cada vez mais numerosos os ensaios clínicos que investigam as suas potencialidades medicinais, além de casos reais de pacientes que obtiveram cura ou alívio de sintomas de doenças graves ao usar fármacos à base de CBD.
Efeitos do CBD que auxiliam no tratamento da epilepsia
A epilepsia é uma doença neurológica que afeta cerca de 50 milhões de pessoas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima-se que pelo menos 4 milhões dos brasileiros sofrem com a doença, que na maioria dos casos aparece ainda na infância.
Deste número, acredita-se que um terço deles não responde aos remédios convencionais. Apesar de tomarem dois ou mais medicamentos para conter as convulsões, o grande desafio é controlá-la.
É justamente esses pacientes que têm recorrido ao tratamento com Cannabis medicinal. E os estudos norte-americanos e brasileiros comprovam: tem dado certo.
Um deles realizado pelo Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica (NICE) do Reino Unido, que fornece orientação sobre quais tratamentos e terapias o serviço de saúde na Inglaterra deve adotar, apontou que as crianças tratadas com cannabis medicinal reduziram em 86% a taxa de convulsões epilépticas.
Pais e cuidadores também relataram melhorias significativas na saúde e bem-estar de seus filhos, inclusive no sono, alimentação, comportamento e cognição depois que começaram a tomar produtos à base de Cannabis.
“Nosso grupo de pacientes relatou quase universalmente resultados cognitivos e comportamentais altamente melhorados, provavelmente devido tanto à redução da frequência das crises quanto ao uso reduzido de outros medicamentos”, observaram os pesquisadores.
Deixar de usar muitos medicamentos simultaneamente é um dos benefícios destacados pela Dra. Ailane Araújo em entrevista ao Portal sobre os três principais benefícios da Cannabis no tratamento da epilepsia. .
“Muitas vezes os pacientes chegam a tomar três, quatro remédios para poder tratar essas crises convulsivas que acontecem ao longo do dia. Mas quando a gente utiliza a Cannabis e a pessoa melhora, automaticamente vamos diminuindo os seus medicamentos de uso concomitante. Esta é uma questão decisiva para o paciente: a redução dos medicamentos que o paciente está usando”, aponta a médica.
Ailane reforça ainda que quando o paciente é epilético e faz uma crise convulsiva, as emissões das ondas cerebrais ficam alteradas e a cannabis auxilia a regular a modulação dos impulsos neuronais.
“A Cannabis vai atuar no sistema endocanabinoide, que é o sistema responsável por manter o equilíbrio do corpo, através da ligação dos fitocanabinoides (como por exemplo o CBD e o THC) a receptores desse sistema. E também aumentando a biodisponibilidade da anandamida, que é o endocanabinoide que nosso corpo produz. Sendo assim atuando no controle desses impulsos elétricos, cessando as crises”, explica.
Estes efeitos anticonvulsivantes que a Cannabis pode trazer são apresentados aqui neste estudo realizado pelo Dr. Carlini e publicado em 1982.
Outro ponto fundamental nos benefícios do uso da Cannabis, segundo a médica, é a melhora na qualidade de vida dos pacientes. “Quando administramos o produto à base de cannabis, o paciente e a família começam a ter melhora na qualidade de vida, não está mais tão limitado a fazer atividades normais”, finaliza.
Conclusão
Qualquer parente de paciente com epilepsia conhece bem o drama da doença: muitas convulsões diárias, que podem piorar ao longo dos anos, com riscos que vão desde simples ferimentos até o desenvolvimento de problemas psicológicos e morte súbita.
O tratamento com Cannabis medicinal vem ganhando popularidade principalmente por não apresentar os efeitos adversos causados pelos fármacos à base de fenitoína ou barbitúricos.
Converse com seu médico a respeito do tratamento canabinoide ou consulte um profissional habilitado que seja prescritor de Cannabis e que já tenha experiência clínica nessa abordagem terapêutica. Nossa plataforma é completa e você pode buscar médicos por nome, especialidade, cidade, patologia, preço de consulta e até atendimento por planos de saúde. Agende aqui sua consulta.
Continue lendo os artigos no portal Cannabis & Saúde e fique a par dos últimos avanços nos tratamentos que usam canabinoides como composto ativo.