Este não é o relato de um paciente, mas de toda uma família que encontrou tratamento graças à Cannabis medicinal e um livro que Daniel Korne leu quando tinha apenas 13 anos.
“Eu li a biografia do Bob Marley e aquilo foi um divisor de águas para mim. Eu sempre escutava falar mal da Cannabis, e vi que era muito bom para a saúde dele e tinha toda a questão da ligação ancestral, conexão com a natureza, e isso despertou minha curiosidade.”
No entanto, Daniel era apenas um adolescente e esse interesse nunca se traduziu em uso, mas em estudos. “Eu nunca experimentei pois, na época, procurava não contrariar a minha família.”
Aos 18 anos, quando descobriu que sua avó tinha Alzheimer, já sabia que havia alguns pacientes que se beneficiam com o tratamento canabinoide.
“Apresentei para a minha família e negaram completamente. Infelizmente, tinha a questão do paradigma religioso e minha avó acabou falecendo sem experimentar.”
Primeira experiência
Já aos 20 anos, Daniel descobriu que a Cannabis poderia também lhe beneficiar. No início da vida adulta, percebeu que estava percorrendo o mesmo caminho de alguns de seus tios e avô alcoólatras.
“Já tinha visto gente que chegou a falecer devido ao alcoolismo, resolvi experimentar a Cannabis para me afastar desse vício e foi engrandecedor.”
Desde então, Daniel, hoje aos 34 anos, começou a se automedicar com Cannabis. Há 14 anos, porém, não existiam vias de importação legal do medicamento. Por meio de seus estudos, conseguiu encontrar uma formulação que melhor se encaixasse em sua condição.
No entanto, logo Daniel começou a perceber efeitos além de ajudá-lo a se manter longe do álcool. Vítima de um acidente de carro aos 13 anos, se viu livre das dores na coluna com a qual convivia desde então.
“Vi benefícios também no desempenho físico. Eu andava 50 km de bicicleta, fazia faculdade, e várias outras atividades junto, e me auxiliava no relaxamento muscular e melhorava a parte cognitiva.”
Tratamento para o câncer da mãe
Dois anos depois, foi a vez de sua mãe, Lucia Korne, foi diagnosticada com câncer de mama. Diante da situação, iniciou um trabalho duplo: convencer a mãe a aceitar o tratamento e conseguir o medicamento.
Deu início ao cultivo e estudou métodos de extração caseira do medicamento. Não havia outra alternativa. “Até chegar no processo da quimioterapia, deu tempo de colher e extrair no óleo.”
“Na terceira sessão de quimio, ela entrou em um estado de catatonia. Já não conseguia comer nem se segurar de pé. Eu que levava ela para todos os lados e falava para ela experimentar, mas não queria ficar insistindo.”
Até que Lucia cedeu. “Depois de um tempo, ela, que não tinha paladar, comentou do sabor estranho do remédio. Ai eu falei: ‘mãe, você está sentindo o gosto’, e ela: ‘não sei’, levantou e foi tomar banho. Fazia dois dias que ela não conseguia tomar banho sozinha.”
Estava marcada para o dia seguinte uma consulta com o médico que fazia o acompanhamento de Lucia e decidiram compartilhar a experiência com o especialista.
“Ele negou. Mesmo com ela ali, bem, na frente dele, conseguindo se locomover sozinha, o médico falou que não tinha comprovação científica. Cheguei a perguntar se ele estava chamando ela de mentirosa.”
Lucia manteve o tratamento com quimioterapia para o câncer, mas seguiu com a Cannabis sem acompanhamento médico. A decisão a ajudou a tolerar melhor o doloroso processo. “Foi muito mais agradável passar pelos dramas, porque a gente consegue reduzir as dores com o óleo.”
A vez do pai
Observando tudo que estava acontecendo em sua casa, seu pai, Álvaro José Korne, decidiu experimentar também. “Ele, um caminhoneiro religioso e conservador, passou a usar o óleo de Cannabis como alternativa no tratamento das dores no ombro, coluna e pernas, comuns à sua atividade laboral.”
“Em pouco tempo, sentiu o alívio de tensões que a anos o acompanhavam. Aos poucos foi regrando a alimentação e até chegou a controlar o problema de pressão sanguínea.”
Três anos depois, porém, seu pai estava se preparando para iniciar mais uma viagem com seu caminhão quando foi interrompido por uma convulsão. Foi diagnosticado com um tumor benigno, mas bem agressivo, no cérebro.
“Fiz questão de avisar o neurocirurgião que meu pai era um paciente de Cannabis e os benefícios que ela gerava pra ele. De forma positiva, o médico se espantou e, disse que não entendia, mas que a Cannabis seria uma alternativa viável para a medicina do futuro”
“Eu completei: ‘sim, estamos no futuro. A Cannabis medicinal já é nossa alternativa de qualidade de vida.’ Ele sorriu e agradeceu a transparência.”
A previsão era que permanecesse 30 dias internado para a recuperação, sendo 15 na UTI. Foram 20 de hospitalização e apenas cinco na UTI. Deixou o hospital com a recomendação do médico que seguisse com o óleo e, como já bastavam para lidar com os sintomas do pós-operatório, nenhum alopático.
“Segundo o doutor, foi a melhor recuperação que ele já viu. Pena que ele não podia comentar o que estava ajudando meu pai a superar as sequelas da delicada cirurgia.”
“Eu levava escondido pra ele tomar no hospital. Pode ser que eu tenha sido impulsivo ao desrespeitar as regras da medicina, mas garanto, em nome de meus pais, que foi graças a minha desobediência civil que eles estão vivos.”
Mais um câncer
Somente após algum tempo, com a facilitação do acesso ao medicamento de Cannabis e o aumento do número de médicos prescritores, que os Korne puderam, enfim, começar a ser acompanhados pela médica especialista em saúde da família Tamara Passos.
(clique aqui para ler o relato da médica de família Tamara Passos)
“Ela é super acessível e deu a confiança para meus pais seguirem com o tratamento. Depois disso, outros médicos também começaram a reavaliar as informações sobre a Cannabis.”
A busca por alguém experiente no tratamento com Cannabis, porém, foi por uma infelicidade. O câncer da mãe, Lucia, aos 60 anos, sofreu metástase para seu pulmão.
Com o acompanhamento da médica Tamara Passos, conseguiu retirar do tratamento dois medicamentos (gabapentina e codeina) que lhe causavam sérios efeitos colaterais.
“Tiravam o sossego dela. A deixavam com tosse, dores de cabeça, inchaço e dores no peito e nas pernas, a deixavam em estado catatônico e atrapalhavam as atividades do dia-a-dia.”
“Com o óleo, toma apenas dois medicamentos alopáticos e está se sentindo muito melhor e até conseguindo fazer várias atividades sozinha. Caminhar pequenas distâncias, visitar e receber amigos e familiares, cozinhar, lavar e dobrar roupa, voltaram a fazer parte da rotina.”
“Notei nela que, além da disposição e do bom humor, melhorou também sua qualidade de fala e de dicção, que vinham sendo atrapalhadas pelas recorrentes tosses e dores no peito e na garganta.”
“Ela não conseguiria passar pelos traumas, a dor e os emocionais, sem a Cannabis. Ela tava em um início de depressão, porque é a segunda vez, mas graças a isso ela está conseguindo evoluir.”
Mais gente
Com a facilidade de acesso ao medicamento e à prescrição, logo sua companheira, Renata Lopes, também deu início ao tratamento visando o alívio das cólicas menstruais e uma melhor saúde mental.
Seu sogro, com um câncer no intestino inoperável, começou o tratamento quando já estava resignado pelos médicos. O óleo ajudou a reequilibrar sua flora intestinal, melhorou sua qualidade de vida, e lhe ajudou a conquistar uma sobrevida de mais de dois anos.
Pelo acesso e contra o preconceito
“Já meu pai, com 63 anos, continua dirigindo caminhão de 40 toneladas e utiliza a Cannabis todos os dias.”
“Recentemente ele foi pego no exame antidoping e ficou com muito medo. A gente teve que apresentar a receita comprovando que ele é um paciente medicinal. Ele ficou muito nervoso, porque ele é uma pessoa muito correta e isso gera muito desconforto nele.”
É para evitar que situações como esta aconteça com seu pai, seus familiares e qualquer um que faça uso da medicação canabinoide, que Daniel faz o que pode para ampliar a conscientização sobre a substância.
“Tenho certeza que, se descriminalizar, vai ajudar mais de 11 milhões de pessoas no Brasil. Os preços elevados e essa burocracia restritiva faz com que os pacientes tenham o tratamento e alívio de suas patologias dificultados.”
“Por interesse industrial e preconceito étnico-racial de uma política negacionista fracassada, que mata e prende milhares de pessoas todos os anos só porque estavam tentando aliviar suas dores com uma planta que nasce e se desenvolve facilmente em qualquer quintal.”
“A planta Cannabis sativa, em 10 mil anos de sua existência, nunca matou ninguém. Quem matou e ainda mata é quem a proibiu e os que ainda negam todo seu potencial medicinal e industrial.”
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A médica da família Tamara Passos está entre os mais de 200 profissionais da saúde com experiência na prescrição de Cannabis medicinal disponíveis para consulta pela plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde.
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