Um trote. Uma brincadeira de mau gosto que, por telefone, anunciava o sequestro dos netos tirou Reynaldo Pereira, aos 75 anos, de si. “Ele saiu para ir ao banco e foi parar no Méier (bairro do Rio de Janeiro). Um taxista viu que havia algo errado com o comportamento dele e chamou a polícia e graças a Deus não aconteceu mais nada”, lembra a esposa, Tania Lúcia Pereira.
“Isso foi há dez anos e, a partir daí, eu comecei a achar que o Reynaldo estava com umas atitudes que não eram coerentes.”
A demência senil
Tania levou o caso para a geriatra, a médica Denise Conde, que a encaminhou para um neurologista. Com diagnóstico de demência senil, Reynaldo logo foi medicado e os anos se seguiram sem grandes acontecimentos.
Há cerca de um ano e meio, porém, o tratamento parou de fazer efeito e a situação de Reynaldo voltou a se agravar. “Um belo santo dia ele pegou e me disse assim: ‘eu não sei quem é você’.”
Há três meses, começaram os episódios de agressividade. “Ele começou a falar muito alto, o que não é normal. Ele é uma pessoa super tranquila, calma, fala baixo.”
Cannabis para demência senil
Diante da situação, buscou a dra. Denise Conde. “Ela me perguntou: Tania, você gostaria de iniciar a Cannabis? Eu já vinha lendo nos jornais e revistas sobre e eu tenho confiança nos médicos. Nós temos um acompanhamento muito bom, confio piamente, então não tive nenhum inconveniente.”
Reynaldo começou a tomar o medicamento de Cannabis no dia 5 de julho. Pouco tempo ainda para saber todos os benefícios que os fitocanabinoides podem proporcionar em seu quadro. No entanto, com dois meses de tratamento, Tania é só elogios.
“Eu achei uma coisa maravilhosa. Ele já não dormia à noite. Acordava, ia ao banheiro e ficava falando como se fosse um mantra. Ficava agitado. Eu tive períodos muito complicados antes da Cannabis e fui sobrevivendo a eles, mas agora eu pude observar que ele passou a dormir melhor.”
“Estou com grande confiança na Cannabis pela melhora do sono. Ele tem que usar um CPAP devido à arritmia, mas ele não deixava no rosto. Tirava enquanto dormia. Eu reconheço que é uma coisa incômoda, mas desde a Cannabis ele tem dormido, não tira o equipamento.”
“Reynaldo acordava e eu não dormia mais. Inclusive estava tendo quadros de desmaio de tanto que eu ficava cansada de não dormir.”
Ajustes
Tania conta, no entanto, que na noite do feriado de sete de setembro, o quadro regrediu. Há 20 anos, Reynaldo , hoje aos 85 anos, teve a próstata removida devido a um câncer e, desde então, está sob acompanhamento oncológico.
Com a troca de medicamentos, seu organismo se desregulou, a pressão saiu do controle e o período difícil causado pela demência senil voltou a se repetir.
“Foi um episódio que me impressionou muito. Fiquei até sem controle emocional para lidar com a situação. Dei as gotinhas que a doutora receitou e a Cannabis deu até uma felicidade. Porque, por exemplo, ele voltou a ler jornal. Agora mesmo está lendo o jornal.”
“Eu não acho que, ajustando tudo certinho, o Reynaldo vai melhorar. Eu tenho certeza que vai.”
Famílias felizes
“Muita gente vem e fala: não acha que é um risco? Eu não acho, porque estávamos em um nível que nós temos que abrir a cabeça pois tem um remédio que pode ajudar as pessoas a serem mais felizes. As famílias serem felizes, pois também sofrem muito.”
Por decisão de Reynaldo, Tania não cedeu nenhuma foto para ilustrar a matéria. “Nós temos 55 anos de casados. Como ele sempre foi uma pessoa muito ponderada, sempre muito amável para a família, eu acho que eu sempre tenho que ouvir sua opinião, independentemente do estado mental dele.”
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