Ao olhar para o passado, Tatyla Marques Barreto, aos 35 anos, entende que a depressão a acompanha desde a adolescência. Apesar dos diversos terapeutas ao longo do tempo, nunca recebeu um diagnóstico preciso e, com ele, o cuidado adequado com sua saúde mental.
Até que a situação saiu do controle. Em 2018, já adulta e trabalhando como assistente social, seu quadro evoluiu para intensas crises de ansiedade, com forte sensação de medo ou mal-estar, acompanhadas de sintomas físicos, características do quadro clínico chamado de transtorno do pânico.
“É achar que vai morrer. Eu não conseguia respirar direito, muita palpitação, tremores, a mão suando. Não tinha energia para trabalhar, porque estava sempre batendo uma crise atrás da outra”, lembra.
“Uma depressão muito forte, de não conseguir sair da cama e querer só chorar. Começou a interferir em tudo. Estava sempre muito irritada ou muito triste. Só chorava. Não tinha energia para me relacionar com as pessoas.”
Buscou a ajuda de um psicólogo, mas logo foi encaminhada para um psiquiatra. Recebeu a recomendação de afastamento do trabalho por 45 dias, enquanto dava início ao tratamento com medicamentos alopáticos.
A abordagem terapêutica atingiu o objetivo: os ataques de pânico foram controlados. Recebeu alta e retornou ao trabalho. No entanto, o cuidado com a saúde mental não está relacionado somente ao indivíduo, mas a todo o ambiente em que está inserido.
Informação, Cannabis e saúde mental
De volta ao local que serviu de gatilho, as crises retornaram. Pediu exoneração do cargo de assistente social e voltou ao tratamento psiquiátrico convencional.
“Eu não tinha mais crise, mas parecia que eu não tinha mais sentimentos. Fiquei muito apática. Eu não tava mal, mas eu não conseguia sentir emoção, o que me impactou muito. Afetou muito a libido também.”
Quando entendeu que precisava de uma alternativa, lembrou da Cannabis medicinal. Sua avó sofria de Alzheimer e pesquisando algo que pudesse melhorar sua qualidade de vida, conheceu os benefícios do tratamento com fitocanabinoides. Na época, porém, o acesso era mais difícil e a avó faleceu antes de experimentar.
O conhecimento ficou. Nela e no restante da família, que a apoiou na hora de buscar alguém que pudesse orientá-la no tratamento canabinoide. “Para ver a questão do Alzheimer, meus pais começaram a se informar e acho que foi aí que quebrou a questão do preconceito.”
Tranquilidade
Encontrou o médico Vinicius Pereira de Mesquita. O clínico geral adotou abordagem cautelosa. Foram dois meses acompanhando o tratamento convencional antes de introduzir a Cannabis medicinal.
“Ele entrou com o CBD e eu já comecei a sentir uma melhora. Ele começou a diminuir a medicação em fevereiro e em abril a gente tirou todos os alopáticos. Junto comecei a fazer atividade física e isso foi melhorando minha qualidade de vida significativamente.”
“Fui sentindo uma melhora muito grande na questão da tranquilidade. Ter controle das situações. Conseguir resolver problemas que aparecem sem aquele desespero. Sem ansiedade. Sem ficar me preocupando de forma doentia com as coisas. A disposição que eu tenho para fazer as coisas é outra.”
Além da saúde mental
De forma inesperada, os benefícios foram além do esperado por Tatyla. “O objetivo principal que eu busquei foi o transtorno ansioso mesmo, mas eu tenho endometriose, só que eu não fazia nenhum tratamento. Tinha muita dor, mas ainda não tinha encontrado nada que eu quisesse fazer. Não queria fazer um tratamento hormonal.”
“A Cannabis também tem me ajudado muito na questão das cólicas. Eu tinha dores diárias, praticamente, e ela quase zerou. Ainda tenho um pouco, mas muito menos do que tinha antes.”
“Tinha muita crise de enxaqueca também. Desde que eu comecei o tratamento com óleo de Cannabis, praticamente zerei da minha vida qualquer outro tipo de medicação. Para dor de cabeça, relaxante muscular, coisas que eu estava sempre tomando, não fazem mais parte da minha rotina. Comecei com a Cannabis por um motivo e o efeito atingiu vários outros.”
“Fui me sentindo melhor em vários fatores da minha saúde”
Para Tatyla, a autonomia do paciente no tratamento canabinoide e a abrangência da atuação, sem efeitos colaterais importantes, são os principais diferenciais do tratamento.
“Eu tenho controle sobre a medicação. Se estou mais ansiosa, sei que eu posso tomar uma ou duas gotinhas a mais, dentro do limite que o médico orientou. Eu tenho autonomia. Tem dia que estou me sentindo melhor e posso tomar um pouco menos. Vou regulando.”
“Eu sempre tive muito receio com medicação alopática. Você está tomando para uma coisa, mas piorando outras. Sempre você vai ter um efeito e precisar de um outro medicamento. A longo prazo, a gente não sabe o que vai dar.”
“O óleo da Cannabis é muito mais tranquilo de usar. É uma coisa muito mais natural, não me traz efeitos colaterais e a longo prazo vai me ajudar em outras questões também. Essa abrangência. Eu comecei por um motivo, mas fui me sentindo melhor em vários outros fatores da minha saúde.”
“O custo-benefício é indiscutível”
Hoje, Tatyla se tornou defensora do tratamento com Cannabis. “Acho que tá mais do que provado que pessoas com ‘N’ doenças podem buscar essa alternativa. Não é um milagre, mas foi a partir da Cannabis que comecei a ter um pouco mais disposição para buscar outras mudanças de hábito que colaboraram também.”
“A gente tem que falar muito sobre, divulgar muito, para que fique mais acessível. A maior dificuldade de manter o tratamento é a questão financeira. A acessibilidade. Eu tenho condições e consigo manter o meu tratamento, mas eu sei que não é acessível para todo mundo. Acho importante divulgar, trazer essa questão para debate e buscar realmente a regulamentação.”
“Afinal de contas, é um tratamento que é para ser barato. Para mim, por exemplo, o custo-benefício é indiscutível. Ela não é barata, mas eu tomava um monte de outras medicações e não tomo mais. É importante o debate para que a gente torne mais acessível para a população em geral.”
Agende sua consulta
O Setembro Amarelo é realizado todos os anos para despertar a conscientização sobre questões de saúde mental que, de forma grave, podem conduzir a idealizações suicidas.
O caso de Tatyla, que hoje trabalha com cultura na cidade de São Francisco do Sul (SC), nunca chegou a esse ponto, mas demonstra a importância do cuidado precoce com a saúde mental.
No entanto, muitos pacientes são resistentes ao tratamento alopático, com o uso de ansiolíticos e antidepressivos, que podem causar dependência e uma série de efeitos colaterais. A Cannabis medicinal surge como uma alternativa.
Estudos já demonstraram o potencial ansiolítico e antidepressivo do CBD (canabidiol) pela ação junto ao sistema endocanabinoide, que é responsável por regular o funcionamento de diversos órgãos e sistemas do nosso organismo.
A única maneira legal de obter acesso ao medicamento fitocanabinoide no Brasil é por meio da prescrição de um médico. Pela plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde, você pode entrar em contato com mais de 200 médicos com experiência na prescrição de Cannabis medicinal.
É o caso do clínico geral Vinicius Pereira de Mesquita. Clique aqui para marcar uma consulta com o médico que acompanhou o tratamento e a melhoria da qualidade de vida de Tatyla Barreto.