De controlador de tráfego da Força Aérea Brasileira a prescritor de Cannabis medicinal. Em pouco tempo, a vida do médico Diego Reis Pessoa foi transformada completamente.
Enquanto ainda era militar, tinha o sonho de se tornar médico. Foi necessário muita resiliência, esforço e dedicação para conciliar as duas áreas de atuação até que pode, enfim, concluir a graduação em medicina em 2020, no auge da pandemia de Covid-19.
“Trabalhei com pronto atendimento, com ambulância, no resgate, com a parte de geriatria e obstetrícia também. Trabalho no interior (do Amazonas) e a gente acaba tendo que fazer de tudo um pouco”, conta.
Essa diversidade de atuação, porém, trazia algo em comum: alguns tratamentos a gente não via bons resultados com os medicamentos tradicionais. Uma percepção que lhe transformou em adepto da prescrição de Cannabis medicinal.
Prescritor de Cannabis
Fazia algum tempo que acompanhava o assunto. “Antes da liberação da ANVISA, muita gente usava até de forma ilegal, principalmente na pediatria, para tratar crianças com epilepsia”, lembra Reis
“Depois fui vendo alguns vídeos que demonstravam um resultado bem efetivo, melhorando a epilepsia. Comecei a pesquisar a respeito do tratamento de dor crônica. Alzheimer e outros casos de demência, e fui vendo como uma alternativa muito boa, que depois confirmei na prática.“
Os bons resultados apareceram logo que deu início como prescritor de Cannabis. “A princípio, eu pensava que ia me deparar com casos mais simples. A primeira, porém, foi uma paciente com uma neuropatia do nervo miofascial. Ela já tinha passado por diversos médicos e eu me lembro da expressão de dor no olhar dela. Tentamos a Cannabis como um ato de desespero e ela conseguiu controlar muito bem as dores.”
“Outro caso, também de fibromialgia, o paciente já não podia tomar anti-inflamatório pela agressão no trato gastrointestinal. Um caso muito interessante, com múltiplas comorbidades, que o óleo apresentou bastante vantagem com poucos efeitos adversos.”
Conhecimento contra o preconceito
Há cerca de 1,5 ano prescrevendo a Cannabis medicinal, trabalhando na UTI e em sua clínica particular, coleciona um leque variado de patologias atendidas com a Cannabis, de casos pediátricos ao Alzheimer.
No entanto, apesar dos evidentes benefícios, afirma ainda observar o preconceito entre colegas e alguns pacientes. “Ainda esbarra na questão do preconceito pela própria proibição. Ainda é uma droga proibida para uso recreativo e as pessoas fazem uma associação muito grande com isso.”
O médico acredita que somente a propagação do conhecimento pode transformar esse panorama. “Acho que vale a pena se informar a respeito. Entender como isso avançou em outros países, enquanto a gente ainda dá passos curtos.”
“Em alguns casos, como em práticas pediatras, conseguem prescrever com menos problema, justamente porque se vê em uma situação em que a Cannabis é a última alternativa. Muitos tem que brigar na justiça para conseguir, mas a gente, aos poucos, está amadurecendo.”
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