Existe segurança na economia de dosagem de óleos de Cannabis? Conversamos com a consultora técnica/científica e Perita Judicial em Cannabis Medicinal Ana Gabriela Baptista sobre esta questão que traz tantas dúvidas aos pacientes que usam especificamente óleos de Cannabis para tratamentos de distintas patologias.
“Existe um risco em falha terapêutica se o paciente não segue a orientação, com base no produto, metabolismo e outras medicações associadas. É preciso seguir bem a orientação do profissional devido às avaliações clínicas”, explica Ana Gabriela.
Selecionamos os seis pontos fundamentais que você precisa saber sobre a importância de cumprir com a dosagem recomendada pelo seu médico prescritor.
1. Saiba que economizar na dosagem pode impactar na efetividade do tratamento
“Quando não é atingido a dose adequada para um paciente não haverá efetividade no tratamento. Os fitocanabinoides que estão no óleo não completam os receptores. Sendo que esses receptores estão precisando ser conectados, pois não existe a produção natural suficiente. Nós temos uma produção natural de endocanabinoides e quando há uma alteração do nosso metabolismo ou alguma patologia que causa alguma desordem, precisamos suplementar com os fitocanabinoides da planta”.
2. Entenda a escolha da dose alvo que seu médico recomendou e valorize seu tempo de tratamento
“Durante a consulta, o paciente é avaliado, então dentro de todo aquele quadro clínico, de todas as medicações que ele já tomou e a refratariedade desse quadro é escolhido um produto à base de Cannabis e uma dose alvo. Pois não temos uma dose exata do produto X ou Y para o paciente com alteração X ou Y. Como temos uma produção natural, dificulta a padronização do tratamento. O profissional que atende e acompanha o paciente, avalia a parte clínica e vai indicar uma terapêutica. Se o paciente não chega naquela dose alvo que um profissional propôs para ele. E não apresenta uma melhora efetiva, esse paciente acaba perdendo tempo e se frustando”.
3. Administrar subdoses pode gerar uma falsa economia durante o tratamento
“O paciente acaba tendo um custo maior, já que os produtos têm os valores agregados. E o paciente investe e faz a subdose para economizar. Só que essa economia acaba sendo mais cara porque ele fica prolongando uma melhora”.
4. A subdose pode gerar interferencia nos receptores canabinoide
“Com a subdose a resposta acaba não sendo tão efetiva. E às vezes o profissional precisa trocar até de produto dependendo do tempo que estende essa subdose. O profissional consegue analisar e aumentar a dose na consulta por perceber a subdose, ocorrendo uma melhora clínica posterior, porém alguns pacientes podem demorar para ser reavaliado levando a estímulos insuficientes do receptor por tempo prolongado”.
5. A low dose ou as chamadas baixas doses podem ser positivas, desde que com acompanhamento médico
“Há muitas pessoas que se dão muito bem com doses baixas. É o que chamamos de microdoses. Existem artigos falando sobre a low dose. Mas, a maioria dos pacientes muito refratários precisam de uma dose mais assertiva. Assim como os pacientes que já utilizam muitas medicações, já tem mais resistência. Esses receptores já estão mais saturados de tanto fármaco, sintético também. A dose não adequada não é assertiva”.
6. Dose assertiva é a dose que o profissional avalia na consulta
“A dose baixa pode ser assertiva para aquele paciente que é avaliado por um profissional, mas o paciente por ele mesmo decidir diminuir a dose pela economia é uma economia que sai caro. Não vale a pena. O paciente também pode ficar chateado e desanimar, achando que aquela possibilidade de tratamento que ele acreditava não funciona. Mas não teve resposta porque não está seguindo a orientação do profissional, que é quem estudou e é qualificado para a indicação do produto”.
Confira a live com Ana Gabriela Baptista
Recentemente realizamos a live “Acesso à medicina canabinoide e regulatórios” com Ana Gabriela que trouxe ainda mais conhecimentos sobre o que você precisa saber para ter acesso legal à Cannabis medicinal dentro dos marcos regulatórios no Brasil.
Entre os temas da live, Ana Gabriela esclarece o atual panorama do acesso legal à Cannabis medicinal no Brasil. Já que está mais fácil a cada atualização das resoluções da Anvisa e o processo até o produto chegar à sua casa é bem menos burocrático. Veja aqui os melhores momentos da live.
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O primeiro passo para começar seu tratamento com produtos à base de Cannabis é realizar uma consulta com uma médica ou médico prescritor de Cannabis medicinal. Agende aqui na nossa plataforma a sua consulta com um profissional especialista em Cannabis medicinal.