“Há uma grande sede de conhecimento, uma necessidade de conhecimento para poder terminar com esses preconceitos que ainda estão associados à Cannabis, ao uso da Cannabis, à medicina canabinoide, mesmo que seja para fins medicinais. Pois ainda há preconceito contra a palavra Cannabis”, indica a Dra. Cecília Scorza, que organizou junto à Dra. Marta Vazquez o Congresso de Endocanabinologia no Uruguai.
O Congresso de Endocanabinologia aconteceu em um andar diferente do mesmo local do Cannabis Business Hub, iniciativa que reuniu empreendedores da área da Cannabis na região.
Comprovações científicas sobre o uso da Cannabis medicinal
Um assunto que ainda gera polêmica em pleno 2022 é o questionamento sobre as evidências científicas em relação à Cannabis medicinal. Embora o Cannabis Business Hub como evento contava com estandes, como de Aurora e Ramm Pharma, que apresentavam tipos de óleos ao público, as evidências científicas também foram evidenciadas durante o Congresso de Endocanabinologia.
Neste sentido, Dra. Cecília explica que as comprovações científicas dos benefícios da Cannabis em tratamentos existem. Porém, opina que ainda persiste uma necessidade de fomento maior às pesquisas científicas no Uruguai:
“Há comprovações científicas internacionalmente e há aqui no Uruguai também. Mas é necessário muito mais financiamentos para poder realizar ensaios ou estudos clínicos com seriedade e rigor, e com estudos a longo prazo. Que permitam tirar conclusões, principalmente relacionadas à dosagem e tipos de patologias”.
Pesquisas científicas trazem segurança para médicos prescritores
Ainda sobre as pesquisas científicas desenvolvidas sobre Cannabis e suas aplicações, a Dra. Cecília destacou a mudança dos conceitos. Para ela a comunicação é muito mais responsável atualmente. Assim como o rigor com que as investigações são apresentadas e a apresentação dos pontos positivos e negativos: “Agora também são mostradas as desvantagens ou efeitos colaterais que podem estar associados a esse tipo de composto. Há alguns anos, pensava-se que o uso da Cannabis poderia praticamente curar absolutamente tudo e isso mudou substancialmente”.
Panorama atual: mais responsabilidade médica e conhecimento sobre compostos farmacêuticos
Por fim, a Dra. Cecília também destacou o desenvolvimento do setor e o crescente interesse e responsabilidade da comunidade de médicos que prescrevem Cannabis. Também admitiu que ainda há certo preconceito em relação ao uso terapêutico da planta. “Há preconceitos associados e há desconhecimento de composto, principalmente os canabinóides, esse ou outros extratos de cannabis, que eles possuem são para fins medicinais. E todo esse desconhecimento ou preconceito muitas vezes leva ao medo de prescrever. Esses eventos,como este congresso, permitem trazer conhecimento original e científico para esta mudança”, finalizou.
Os principais temas abordados no Congresso:
- Transtornos do sono e tratamentos com canabinoides
- Uso de CBD como antidepressivo
- Tratamento com Cannabis para controle de epilepsia refratária
- Cannabis e doenças neurodegenerativas
- Tratamento da dor crônica em pacientes com transplantes renais
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