Lidar com um diagnóstico de câncer não é nada fácil. Essa é uma palavra que ninguém quer escutar, independentemente de ter sido dirigida a nós mesmos ou a um ente querido. Então, saiba que estamos com você!
Os glioblastomas são tumores localizados no sistema nervoso, o que os torna muito delicados. Por conta disso, é preciso agir rápido e entender mais sobre o problema é o melhor caminho para que você possa buscar respostas nos lugares certos.
Pensando nisso, preparamos um conteúdo que tem como objetivo explicar tudo sobre os glioblastomas, inclusive as suas principais formas de tratamento. Continue a leitura, tire as suas dúvidas e confira mais sobre uma das novidades para o assunto: o uso da Cannabis Medicinal!
O que é glioblastoma?
O glioblastoma é um tipo de câncer. Ele faz parte da classificação dos gliomas, que são tumores que afetam a região do cérebro dos pacientes acometidos. Recebe esse nome devido a uma das suas origens, as células da glia, responsáveis pela proteção de neurônios (que fazem parte do sistema nervoso).
Como se forma o glioblastoma?
Outra denominação para o grupo dos glioblastomas é “astrocitomas”. Esse termo se dá devido à sua origem: os astrócitos, células que têm esse nome por conta da sua forma. Elas se parecem com estrelas (astros) e estão presentes no tecido do cérebro.
Dentro da classificação, o glioblastoma é o câncer mais grave. Ele é classificado como um tumor de grau IV, ou seja, o maior dentre os integrantes desse grupo. Os outros são, respectivamente, o astrocitoma pilocítico (grau I), o oligodendroglioma (grau II) e o oligodendroglioma anaplásico (grau III).
Quais são as causas do glioblastoma?
Na maioria das vezes, os glioblastomas se formam a partir da exposição do paciente à radiação. Esse tipo de energia tem a capacidade de modificar o nosso DNA, fazendo com que células saudáveis se transformem em estruturas malignas. A isso, é dado o nome de mutação.
As células do nosso corpo estão em constante multiplicação. Isso é feito de forma natural, para que possamos renovar aquelas que já estão velhas e gastas e, claro, reparar tecidos e fazer com que as funções vitais continuem acontecendo.
Quando a proliferação acontece em uma célula danificada, temos o surgimento do câncer. Ao se dividir, essa multiplicação celular passa a acontecer de forma desordenada, desenvolvendo o que chamamos de tumores. Eles podem acometer qualquer tipo de área do nosso corpo mas, no caso dos glioblastomas, estão restritos ao tecido cerebral.
A causa disso é a localização das células afetadas. Quando os cânceres afetam outras regiões, recebem nomes diferentes e, consequentemente, geram sintomas e consequências que também diferem das observadas no glioblastoma.
Quais são os sintomas do glioblastoma?
Agora, é hora de você conhecer os principais sintomas envolvidos no glioblastoma. Confira!
Dores de cabeça
Por se tratar de um tumor na região cerebral, um dos sintomas mais frequentes do glioblastoma é a dor de cabeça frequente. Esse tipo de incômodo não costuma ser resolvido com medicações comuns, do tipo analgésico, e tendem a piorar à medida que o tumor aumenta de tamanho.
Alterações na visão
Tumores cerebrais também podem gerar alterações na visão. Ela pode se tornar dupla ou embaçada, mesmo que a pessoa não apresente qualquer tipo de alteração oftalmológica. Novamente, esses problemas têm a tendência de progredir com o tempo, devido ao avanço da enfermidade.
Convulsões
As convulsões são definidas como uma contração involuntária e desordenada dos músculos. Essa é uma reação incontrolável do cérebro a estímulos variados, muito frequente em pacientes com uma enfermidade conhecida como epilepsia. No caso dos indivíduos com glioblastomas, elas também podem acontecer por conta do comprometimento cerebral.
Náusea e vômitos
Os tumores na região da cabeça também podem trazer um mal-estar generalizado, que se manifesta na forma de náuseas, vômitos e, também frequentemente, tonturas e falta de equilíbrio. É comum que o paciente se sinta cansado e sem motivação para se engajar em suas atividades do dia a dia.
Alterações no humor ou na personalidade
Outro sintoma frequente dos tumores cerebrais — e que também está presente no caso dos glioblastomas — é a presença de alterações frequentes no humor, gerada pelo comprometimento da área do cérebro. Além disso, não é incomum observarmos mudanças completas na personalidade dos pacientes.
Dificuldade para falar
Outro acometimento frequente desses pacientes é a dificuldade de fala. O paciente pode ter complicações para elaborar pensamentos, “enrolar a língua” e outros sintomas que comprometem a comunicação com outras pessoas.
Dificuldade para reter informações
O aprendizado também pode ficar comprometido nos pacientes com glioblastomas. Isso também acontece devido ao comprometimento cerebral, já que áreas importantes são tomadas pelo tumor.
Paralisia ou paresia
Por fim, outro sintoma também frequente está relacionado à ausência (paralisia) ou fraqueza nos movimentos (paresia). Ele pode ou não estar presente e, na maior parte das vezes, acomete apenas um dos lados do corpo do paciente.
Quais são as possíveis complicações do glioblastoma?
Uma das características do glioblastoma é o seu caráter agressivo. Traduzindo em outras palavras, isso quer dizer que ele tem uma grande capacidade de se infiltrar em tecidos, além de um crescimento mais rápido do que o observado em muitos tipos de câncer.
Sendo assim, temos uma combinação nada agradável: um tumor que penetra em estruturas com facilidade e cresce com rapidez. Isso faz com que ele possa invadir áreas importantes do cérebro, levando a consequências desagradáveis.
Então, à medida que o problema avança, é possível que o paciente passe a perder a sua qualidade de vida. Convulsões frequentes, dificuldades para se comunicar, perda de funções motoras e alterações graves na personalidade são apenas algumas das consequências possíveis. Os sintomas se tornam exacerbados e, infelizmente, o prognóstico não é bom.
O glioblastoma pode levar uma pessoa a óbito?
Infelizmente, sim. O glioblastoma não é um câncer com prognóstico bom. Essa palavra diz respeito ao que podemos esperar com a progressão da doença. Um resfriado, por exemplo, tem um prognóstico excelente. Esse não é o caso de um câncer de alto grau que acomete o cérebro.
Devido à sua grande taxa de infiltração e de crescimento, o tumor do glioblastoma pode se tornar tão grande que procedimentos como a cirurgia deixam de ser recomendados. Além disso, muitas vezes, eles se infiltram em áreas importantes do cérebro, fazendo com que o paciente perca funções e venha a óbito.
Outro problema desse tipo de câncer é a sua taxa de recidiva. Muitas vezes, mesmo com o tratamento cirúrgico e a realização de outras terapias, o tumor volta em alguns meses ou anos. Por isso, a expectativa de vida de um paciente com glioblastoma é de, em média, 1 a 2 anos com o tratamento adequado.
É possível viver bem com o glioblastoma?
No entanto, é preciso ter em mente que isso são expectativas. Elas são baseadas em casos documentados, estudos, pesquisas e estatísticas, mas cada caso é completamente único e é possível que uma pessoa ultrapasse muito esses números. No entanto, o glioblastoma ainda não tem cura.
Apesar disso, enquanto o tratamento está sendo feito, o paciente pode ter qualidade de vida e levar um dia a dia completamente normal. Em alguns casos, há sequelas e dificuldades devido ao avanço do tumor, mas mesmo assim é possível aproveitar os dias, curtir a família e viver bem.
A busca da ciência, no momento, é por alternativas que possam aumentar essa expectativa de vida e, ao mesmo tempo, fazer com que os pacientes se sintam cada vez melhores. Claro que a cura seria ideal, mas é importante dar um passo de cada vez e buscar melhorias com os pés no chão.
Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento do glioblastoma?
A exposição à radiação é o principal fator de risco para essa enfermidade. Pacientes que trabalham com esse tipo de composto e têm exposição constante a eles têm mais chances de desenvolver os gliomas.
Outro ponto de atenção é o fator hereditário. Pessoas com parentes próximos que sofreram de câncer cerebral também têm uma predisposição maior a desenvolver o problema, ainda que essa não seja uma sentença para ninguém, apenas uma maior probabilidade.
Outro fator de risco para o desenvolvimento dos glioblastomas é a idade. Pacientes acima de 55 anos (e, normalmente, até uns 65 anos) têm maiores chances de desenvolver esse tipo de câncer.
Qual é a classificação dos graus do glioblastoma?
Como vimos, o glioblastoma é um tumor de grau IV. Ele, isoladamente, não possui graduações ou classificações específicas. O que tem essa diferenciação são os tumores do tipo gliomas ou astrocitomas, grupo ao qual eles pertencem.
De modo geral, tumores de alto grau — como é o caso dos glioblastomas — são mais agressivos e crescem com maior rapidez quando comparados aos de baixo grau.
No grupo dos astrocitomas, os tumores de baixo grau são os dois primeiros (astrocitoma pilocítico e oligodendroglioma), enquanto os de alto grau são os de classificação III e IV (oligodendroglioma anaplásico e glioblastoma multiforme).
Em casos raros, é possível que um tumor de grau baixo se transforme, com o tempo, em um de alto grau. Sendo assim, o tratamento é imprescindível em qualquer uma das formas de câncer, evitando que situações como essa ocorram.
Como identificar o glioblastoma?
O diagnóstico do glioblastoma é de exclusão. Afinal, há um ditado na Medicina que diz: quando ouvir cascos, pense em cavalos, não em zebras. Isso quer dizer que um paciente que se apresenta com sintomas inespecíficos, como dores de cabeça e tonturas, não será tratado como um paciente oncológico logo de cara.
A investigação começa ainda no consultório, no primeiro atendimento do paciente. Lá, o médico vai conversar com o indivíduo, coletando o seu histórico e analisando os seus sintomas. Um exame físico simples já pode eliminar algumas possíveis causas para os sinais apresentados, mas testes mais aprofundados precisam ser feitos.
Um check-up completo é sempre recomendado, especialmente caso eles não tenham sido feitos recentemente. Depois, é hora de recorrer aos exames de imagem, que podem incluir desde testes mais simples, como o raio x, até mais complexos (como a ressonância magnética e a tomografia computadorizada).
A confirmação final do diagnóstico, no entanto, só é possível após a realização de uma biópsia. Esse teste consiste na remoção cirúrgica de um fragmento do tumor, que depois é analisado em um microscópio para a identificação do tipo de célula que faz parte da sua composição.
Qual profissional recorrer?
A abordagem inicial do problema pode, tranquilamente, ser feita por um clínico geral. No entanto, após a identificação de complicações mais graves, ele vai encaminhar os pacientes para especialistas que poderão dar continuidade ao processo de diagnóstico e, claro, à prescrição do tratamento perfeito para cada caso.
Esses especialistas podem ser o neurologista, o neurocirurgião e, claro, o oncologista (médico especialista em câncer). Na maioria das vezes, esses três profissionais se unem para estabelecer um protocolo personalizado e abrangente para cada paciente.
É possível prevenir o desenvolvimento do glioblastoma?
A prevenção do glioblastoma multiforme, como também é chamado, nem sempre é possível. A única forma de evitar o seu desenvolvimento é se manter afastado da exposição às radiações ionizantes, que são a principal causa conhecida do desenvolvimento dessas mutações.
No que diz respeito à hereditariedade, não há o que fazer. Caso você tenha, na família, algum caso de câncer cerebral, a única recomendação é: faça um acompanhamento médico frequente.
Discuta a frequência adequada com um profissional de confiança e fique de olho em possíveis sintomas. Assim, o diagnóstico precoce, caso você também desenvolva o problema, será muito mais simples e as terapias empregadas, mais eficazes.
Como é o tratamento do glioblastoma?
O tratamento para o glioblastoma é multifatorial. Ele pode envolver uma ou mais estratégias, a fim de reduzir a progressão da doença. Confira as principais terapias empregadas a seguir!
Cirurgia
A principal abordagem terapêutica do glioblastoma é, atualmente, a cirurgia. O objetivo dessa estratégia é remover o máximo possível do tumor, tendo todo o cuidado para não danificar áreas cerebrais.
Com a remoção de boa parte do câncer, o paciente ganha não só em expectativa de vida, mas também em qualidade. A partir daí, são tomadas novas decisões que têm como objetivo reduzir a carga tumoral e prevenir o seu crescimento avançado nos próximos anos.
Quimioterapia
Em seguida, é hora de utilizar drogas quimioterápicas para continuar tratando o tumor. A droga mais comumente utilizada é a temozolomida, além da vincristina e de outros tipos de medicação.
A quimioterapia é um tratamento sistêmico, ou seja, que atinge o corpo todo por meio da corrente sanguínea. O seu foco é matar células tumorais, mas infelizmente ele também traz efeitos colaterais indesejados, como enjoos, mal-estar generalizado e outros.
Radioterapia
Além da quimioterapia — que, como vimos, é um tratamento sistêmico —, há a opção de realizar outro tipo de técnica, chamada de radioterapia. O objetivo dela é agir diretamente no tumor, por meio da emissão de ondas de radiação que podem eliminar as células cancerígenas e diminuir a extensão do câncer.
A radioterapia também tem efeitos colaterais, como reações na pele e também enjoos e mal-estar. No entanto, é um tratamento necessário para que o paciente possa ter mais tempo e qualidade de vida.
A Cannabis Medicinal auxilia no tratamento de glioblastoma?
Outra terapia possível para o tratamento do glioblastoma é a Cannabis Medicinal. Esses compostos, extraídos de plantas e completamente naturais, são fitoterápicos poderosos contra uma grande variedade de enfermidades. No câncer, eles são úteis para ajudar nos sintomas do tratamento com a quimioterapia e há evidências recentes de que também podem ajudar a reduzir a progressão de tumores variados.
A Cannabis atua, em nosso corpo, por meio de um sistema conhecido como endocanabinoide. Ele é responsável por regular funções como o sono, a fome e a dor, deixando o organismo equilibrado. Os canabinoides, substâncias presentes na Cannabis Medicinal, têm a função de ativar receptores endocanabinoides, mandando mensagens para o cérebro e promovendo esse equilíbrio em pontos-chave de nosso corpo.
Respondendo à pergunta inicial, sim, a Cannabis Medicinal tem o poder de ajudar pacientes com glioblastoma. Há estudos recentes que demonstram uma habilidade dos fármacos em diminuir a progressão da enfermidade e, além disso, esses medicamentos são excelentes para reduzir sintomas como a insônia, a ansiedade e muito mais.
Ou seja: é uma abordagem completa e segura, sem muitos efeitos colaterais — que, quando existem, são manejáveis e passam com o ajuste correto da dose. Os mais comuns são sonolência, tontura e confusão mental.
Estudos que apontam benefícios da Cannabis para glioblastoma
Lidar com o glioblastoma não é nada fácil. Por isso, antes de nos engajarmos em algum tipo de tratamento contra esse tipo de câncer, é preciso termos a certeza de que há evidências da sua eficácia e segurança.
Sendo assim, separamos dois estudos recentes — respectivamente, de 2018 e 2021 — com o objetivo de ajudá-lo a ficar mais seguro sobre os potenciais efeitos da Cannabis Medicinal no tratamento do glioblastoma. Vamos conhecê-los?
O primeiro se chama “Cannabinoids in Glioblastoma Therapy: New Applications for Old Drugs”. Ele é um artigo de revisão que aborda algumas das principais descobertas relacionando canabinoides e glioblastoma, tanto em estudos feitos em laboratório (conhecidos como in vitro), quanto naqueles que utilizaram animais e pacientes em pesquisas clínicas.
Os autores perceberam que a Cannabis Medicinal promove um importante retardo no crescimento das células tumorais, a partir de mecanismos que diminuem a sua taxa de proliferação e de outros que induzem a morte celular. Sendo assim, foi observado sucesso na conquista de maior sobrevida pelos pacientes tratados com esses fármacos.
O segundo estudo se chama “A Phase 2 Randomised Clinical Trial Assessing the Tolerability of Two Different Ratios of Medicinal Cannabis in Patients With High Grade Gliomas”. Ele acompanhou 88 pacientes diagnosticados com gliomas. Com o tratamento com a Cannabis Medicinal ao longo de 4 meses, foi observado que 11% deles apresentaram redução na doença, 16% melhoraram relativamente, 34% permaneceram estáveis e apenas 10% tiveram piora clínica desde o começo do estudo.
Além de não apresentar efeitos adversos graves — apenas uma leve sonolência, boca seca e uma certa tontura —, os pacientes tiveram melhora em sua qualidade de vida, reduzindo queixas como insônia e o bem-estar geral. Novamente, foi percebida uma grande vantagem no uso de Cannabis Medicinal no tratamento do glioblastoma.
Como é feito o tratamento auxiliar por meio da Cannabis Medicinal?
Os fármacos comumente utilizados para o tratamento do glioblastoma são o THC (tetrahidrocanabinol) e o CBD (canabidiol). Eles podem ser usados de forma isolada ou em conjunto, em busca da obtenção de melhora em uma maior gama de sintomas.
Normalmente, a via de administração do produto é em óleo. Algumas gotas por dia são o suficiente, em doses que podem ser únicas ou espaçadas ao longo do dia. No entanto, há outros tipos de apresentação para a Cannabis Medicinal, como cápsulas e muito mais.
É preciso conversar com um profissional qualificado para que ele consiga determinar a dose e a administração perfeitas para o seu caso. Além disso, você só conseguirá acesso à medicação a partir da prescrição médica.
Onde buscar ajuda para tratamento à base de Cannabis Medicinal?
Essa prescrição, em teoria, pode ser feita por qualquer profissional graduado em Medicina. No entanto, apenas médicos que têm experiência com os canabinoides estão aptos a realizá-la com segurança. Infelizmente, são poucos os profissionais que dispõem desse conhecimento atualmente no Brasil.
Então, com o objetivo de tornar a sua vida mais fácil, o portal Cannabis & Saúde reuniu os principais nomes da Medicina Canabinoide em um só lugar! Em nossa agenda, você encontra profissionais das mais diversas especialidades médicas e pode, assim, agendar a sua consulta de maneira fácil e sem complicações.
Conclusão
Como podemos perceber, o glioblastoma é uma condição muito séria, mas que pode ser tratada. A Medicina tem avançado bastante e o tratamento com Cannabis Medicinal se mostra bastante promissor nesse cenário.
No entanto, cada minuto vale ouro quando o assunto é um tumor no sistema nervoso. Por isso, não perca tempo e agende agora mesmo a sua consulta com um médico prescritor de Cannabis. Assim, você inicia o seu tratamento o quanto antes e tem maiores chances de obter bons resultados!