Um estudo comprovou que extratos de Cannabis da planta inteira são mais eficientes para tratar a epilepsia do que as formas isoladas de CBD. A descoberta foi feita na Universidade de Melbourne, na Austrália, e publicada no periódico Journal of Cannabis Research.
Foi o cientista brasileiro Elisaldo Carlini o primeiro a detectar que o CBD é eficaz em contra convulsões há mais de 40 anos. Agora, os acadêmicos australianos fundamentam as alegações de que o efeito entourage é mais eficiente contra a epilepsia.
A pesquisa investigou o efeito do extrato de Cannabis da planta inteira em canais de sódio dependentes de voltagem na epilepsia. É por esses canais que começa a ação nos neurônios que resultam em crises epilépticas. E é justamente na inibição desses canais que muitos medicamentos anticonvulsivantes atuam, inclusive os que têm CBD em sua composição.
O estudo
Para o estudo, foi utilizado um produto que era um extrato de cânhamo contendo CBD (18,3mg), CBDA (1,4mg), CBN (0,3mg) e THC (3mg), além de ter um perfil rico em terpenos como limoneno, linalol, pineno e cariofileno. Os testes feitos in vitro compararam a ação com produtos de CBD purificado e de CBD isolado.
Os autores concluíram: “Nossas descobertas atuais mostram que um produto derivado de cânhamo com dominância de CBD inibiu potentemente os canais de sódio dependentes de voltagem. O produto pareceu inibir mais potentemente os canais com base em seu conteúdo de CBD do que o CBD purificado, embora isso possa gerar tanto maior eficácia terapêutica quanto efeitos colaterais em pacientes com epilepsia. Futura caracterização funcional dos componentes do produto, incluindo fitocanabinóides e terpenos, pode revelar um constituinte potente ou interações entre componentes para modular os canais de sódio.”
Ciência provando o que médicos e pacientes já exeperimentavam
É muito interessante ver dados científicos demonstrando o que muitos médicos e pacientes já haviam identificado na prática. As crises epiléticas estão associadas a muitos transtornos de saúde como as síndromes de Dravet, Lennox-Gastaut, West e o transtorno do espectro autista.
A Associação Brasileira de Epilepsia estima que cerca de 2% da população do mundo tem algum tipo de epilepsia, esse grupo pode chegar a 50 milhões de pessoas. Essa era a única condição que o Conselho Federal de Medicina recomendava o uso de CBD, porém apenas de forma compassiva e após todos os outros tratamentos falharem. Uma consulta pública feita pela entidade pode mudar essa sugestão e englobar mais transtornos e mais canabinoides.
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