Um dos hormônios que as pessoas mais ouvem falar no dia a dia é o cortisol. Afinal, essa é uma substância produzida pelo corpo que está diretamente relacionada com o estresse. Não é à toa que o seu desequilíbrio é capaz de gerar consequências tanto à saúde física quanto à saúde mental.
Inclusive, você sabia que o Brasil está entre os países com maior porcentagem de estresse na população? É por isso que falar sobre cortisol é importante e, mais ainda, abordar sobre como evitar que os seus níveis sobem consideravelmente no dia a dia.
Neste artigo, vamos apresentar melhor como esse hormônio atua no organismo e algumas práticas que podem ajudar a prevenir o desenvolvimento de estresse crônico. Acompanhe e saiba mais!
O que é o cortisol?
O famoso “hormônio do estresse” é um tipo de substância esteróide, com produção nas glândulas suprarrenais,que apresenta uma série de funções no corpo. Por exemplo, é ele quem contribui para a regulação dos níveis de açúcar na corrente sanguínea.
Afinal, o cortisol é capaz de garantir a metabolização da glicose no fígado, ajudando a direcionar essas substâncias para uma melhor ação no organismo. Ao mesmo tempo, o hormônio atua na metabolização de outros nutrientes, como as proteínas e as gorduras.
O cortisol também tem funções anti-inflamatórias e participa de diversos processos envolvidos no sistema imunológico. Ou seja, trata-se de uma substância que faz parte da homeostase do organismo, contribuindo para o equilíbrio do corpo.
No entanto, a função de destaque do cortisol é a sua produção diante de situações estressantes. Quando o cérebro identifica um contexto de potencial perigo, envia sinal para o aumento da síntese desse hormônio, que auxilia na vigília e em vários processos do Sistema Nervoso Autônomo (também chamado de SNA) — que, por sua vez, influencia o funcionamento do sistema cardiovascular, digestivo e respiratório.
Como esse hormônio é produzido?
Na região dos rins, é possível encontrar um par de glândulas suprarrenais, também conhecidas como adrenais.
Elas são as principais responsáveis pela produção do cortisol e pela síntese de vários outros neuromoduladores(substâncias que têm a capacidade de agir no cérebro e provocar reações cognitivas), como a adrenalina.
Essa produção só se inicia quando o corpo tem contato com fatores que pedem a presença desse hormônio.
Com isso, algumas regiões do encéfalo são ativadas, como o hipotálamo e a hipófise, responsáveis por enviar os sinais adequados para estimular as glândulas adrenais na produção do cortisol.
Qual a importância do cortisol para o organismo?
Esses fatores de produção de cortisol podem ter diversas origens, como:
- ambiental;
- fisiológica;
- e, até mesmo, emocionais.
Por exemplo, a luz solar influencia a produção de cortisol, pois ele ajuda no ciclo circadiano — aquele que varia entre horas de vigília (momentos em que o indivíduo está acordado) e períodos de sono. Nesse caso, o hormônio está presente em maiores níveis no organismo nas primeiras horas ao acordar.
Outro fator que estimula a produção do hormônio é a hipoglicemia. Como o cortisol tem propriedades que auxiliam no aumento dos níveis de glicose no sangue, o corpo envia informações para garantir o controle glicêmico.
Além disso, um dos fatores mais clássicos de produção de cortisol é o estresse. Os níveis desse hormônio aumentam bastante em resposta a situações estressantes para o corpo ou para a mente. Por esse motivo, também atua com a reação a traumas (físicos ou psicológicos), sendo um integrante do sistema imunológico.
Sendo assim, é possível dizer que o cortisol tem uma grande importância para o funcionamento do organismo, tendo em vista que age em diversos sistemas fundamentais para a sobrevivência e para a regulação da saúde física e mental.
Desde o humor até os batimentos cardíacos podem ser influenciados pelos níveis de cortisol. É por esse motivo que mantê-los em uma faixa adequada ajuda na promoção de bem-estar e qualidade de vida.
Quais são as principais causas do aumento ou da baixa do cortisol
Como visto, diversos fatores são capazes de influenciar se o hormônio vai ser produzido em maior ou menor quantidade. Uma das causas dos níveis altos, por exemplo, é a Síndrome de Cushing, um transtorno que produz muito mais cortisol do que o corpo realmente precisa, aumentando os riscos de problemas ósseos, fraqueza muscular, hipertensão e ganho de peso.
Além disso, situações que são vistas pelo corpo ou pela mente como potencialmente perigosas provocam oaumento do cortisol. Isso vale tanto para momentos pontuais quanto para eventos recorrentes, o que caracteriza o estresse crônico.
Inclusive, o estresse crônico traz diversas outras complicações de saúde física e mental, como.
- transtornos de ansiedade;
- dores de cabeça;
- aumento de peso;
- alterações gástricas;
- problemas de sono, principalmente insônia.
Os baixos níveis de cortisol, no entanto, podem estar relacionados ao Transtorno Depressivo Maior (TDM). Outro transtorno associado é a Insuficiência Adrenal Primária, conhecida também como Doença de Addison, um tipo de transtorno autoimune.
Essa patologia compromete as funções das glândulas suprarrenais. Nesse caso, os sintomas predominantes são a perda de peso, a pressão baixa, a fraqueza muscular, os problemas menstruais e os enjoos recorrentes.
Qual as consequências do cortisol desequilibrado?
O desequilíbrio dos níveis de cortisol é capaz de provocar uma série de consequências negativas para o corpo e a mente. Como visto, existem alguns fatores que interferem na produção desse hormônio.
No entanto, o outro lado dessa relação também existe: a variação dos níveis de cortisol também é capaz de provocar reações que comprometem a saúde e o bem-estar de um indivíduo. Veja algumas delas!
Problemas cardiovasculares
O aumento do cortisol faz com que os batimentos cardíacos sofram algumas alterações, favorecendo o surgimento de transtornos como a hipertensão arterial. Essa, por sua vez, traz várias consequências para a saúde.
Quando a pressão alta não é tratada, inclusive, outras patologias podem ser desencadeadas, como a insuficiência cardíaca, as dores no peito, além das chances de ter um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou um infarto.
Já a produção baixa do cortisol diminui a sua ação na quebra de moléculas de gordura no organismo. Desse modo, pode aumentar as chances de um indivíduo desenvolver colesterol alto.
Mudanças de peso
Outra característica fácil de identificar é a influência do cortisol no peso de uma pessoa. Tanto é que os principais sintomas das grandes variações nos níveis desse hormônio estão associados ao ganho ou a perda de gordura corporal e massa muscular.
Alterações drásticas do peso de uma pessoa, seja para mais ou para menos, são capazes de desencadear efeitos negativos para a saúde física e mental. Afinal, as mudanças de peso podem interferir no equilíbrio de outros hormônios, afetar a autoestima e promover fraqueza muscular.
Transtornos psicológicos
O aumento do cortisol favorece o surgimento de sintomas relacionados à ansiedade, que podem estimular o desenvolvimento de transtornos. Por outro lado, os baixos níveis do hormônio se relacionam à depressão.
Desse modo, uma das consequências negativas do cortisol desequilibrado são os problemas de saúde mental. As variações de humor, disposição e concentração são apenas alguns exemplos dos desafios que esses transtornos trazem para uma pessoa.
Quais são os sintomas do cortisol alto e baixo demais?
Identificar os sintomas de cortisol alto ou baixo nem sempre é uma tarefa fácil. Afinal, na maioria das vezes,eles não são associados diretamente ao hormônio, justamente por essa substância ter tantas funções no organismo.
No caso do cortisol alto, os principais sinais são:
- ganho excessivo de peso, principalmente relacionado à gordura corporal;
- perda de massa magra;
- redução da testosterona;
- desregulação menstrual;
- problemas de memória;
- aumento da sede e da vontade de urinar;
- redução do crescimento corporal, em crianças;
- problemas de aprendizagem.
Por outro lado, quando os níveis de cortisol estão baixos, os sintomas predominantes são:
- perda de peso e gordura corporal;
- depressão;
- cansaço excessivo;
- fraqueza muscular;
- manchas na pele.
Como identificar o cortisol desequilibrado?
O reconhecimento dos baixos níveis de cortisol podem ser feitos por meio da análise dos sintomas. Quando uma pessoa nota diversas alterações no corpo e no psicológico, e procura ajuda médica, são realizados vários exames para analisar as possíveis causas.
Dentre eles, pode ser solicitado o exame de cortisol. Ele é o responsável por identificar algum desequilíbrio na forma que o hormônio está agindo no corpo de um indivíduo. Um endocrinologista é o profissional mais indicado para analisar os resultados desse tipo de exame.
Lembra que a partir das primeiras horas, após acordar, os níveis de cortisol no organismo estão mais altos? É por isso que os seus valores de referência são maiores para os exames realizados pela manhã, partindo de 5 a 23 mcg/dL.
Já para o final do dia, esses valores de referência mudam para entre 3 e 16 mcg/dL. Qualquer resultado que não esteja dentro desses intervalos pode configurar em um desequilíbrio do cortisol.
Como controlar os níveis de cortisol, afinal?
Ao identificar níveis desequilibrados de cortisol, um profissional da saúde, principalmente um endocrinologista, pode recomendar a adoção de alguns hábitos que podem ajudar a reduzir os fatores que estão interferindo no bem-estar do paciente.
Na maioria das vezes, quando a variação irregular dos níveis de cortisol não está associada aos transtornos de Cushing ou de Addison, o problema está no excesso de estresse no dia a dia. Sendo assim, ter uma rotina que prioriza um maior cuidado com a saúde mental promove bons resultados.
A seguir, confira algumas práticas positivas quando o objetivo é manter os níveis de cortisol saudáveis.
Identificar os gatilhos de estresse excessivo
Se o problema é o excesso de estresse no dia a dia, é importante atuar na resolução direta dele. É claro que nem todas as pessoas conseguem se livrar das situações estressantes da rotina, que podem ter diversas origens, como familiar, social, profissional e, até mesmo, pessoal.
De todo o modo, antes de resolver um problema, é preciso identificá-lo. É por esse motivo que um dos primeiros passos do controle do estresse no cotidiano é o reconhecimento dos seus principais gatilhos.
Compreender o que faz com que uma pessoa se sinta mais estressada ao longo do dia ajuda a perceber os estímulos que pode evitar. Por exemplo, se o que incomoda um indivíduo é a rotina de trabalho, uma mudança de emprego ou a transição de carreira, se possível, podem ser as soluções mais interessantes para eliminar os gatilhos de estresse excessivo.
Exercícios físicos
A prática regular de atividade física tem um forte impacto no bem-estar de uma pessoa. Vale ressaltar também que isso é tanto para a saúde do corpo quanto da mente. Por esse motivo, movimentar-se mais no dia a dia também pode ajudar.
Diferentemente do cortisol, que está relacionado à vigília e ao sentimento de alerta, existem hormônios e neurotransmissores que se associam ao relaxamento e à sensação de bem-estar. Após alguns minutos de realização de atividades físicas, eles são liberados pelo corpo, ajudando na redução do estresse.
No entanto, para que esses resultados sejam, de fato, expressivos, é importante ter continuidade. Manter a prática de atividade física na maioria dos dias da semana é uma maneira de prevenir ou auxiliar no tratamento do estresse crônico.
Por isso, outra das principais atitudes para reduzir os níveis de cortisol do corpo é encontrar um tipo de exercício físico que a pessoa gosta de praticar com frequência. Assim, consegue manter uma rotina que deixa o corpo mais ativo e saudável.
Boa alimentação
Outro aspecto que, inclusive, complementa a ação da prática regular de atividade física é a alimentação. Comer de forma equilibrada e nutritiva no dia a dia também ajuda muito a reduzir o estresse no dia a dia.
Como visto, o cortisol é um hormônio com funções anti-inflamatórias. Por essa razão, é uma boa ideia contar com uma alimentação baseada em produtos que não oferecem tantos riscos ao corpo e que, por sinal, garantem a nutrição.
Para auxiliar na criação de um cardápio equilibrado no dia a dia, é possível consultar um nutricionista. Esse é o profissional mais indicado para elaborar um plano alimentar adequado para a saúde de cada pessoa.
No entanto, para a redução do estresse e, consequentemente, dos níveis de cortisol, é importante priorizar a substituição de alimentos industrializados por produtos in natura. Evitar ultraprocessados é uma maneira também de diminuir o consumo de conservantes e substâncias químicas que podem aumentar o estresse oxidativo do organismo.
Meditação ou yoga
Outras práticas muito eficientes na redução do estresse no dia a dia são a meditação e a yoga. Inclusive, é possível fazer as duas atividades simultaneamente, aumentando os resultados de relaxamento.
Contudo, se o indivíduo não tem muita afinidade com uma delas, é possível optar apenas pela meditação ou só pelo yoga. O importante é se dedicar a atividades que realmente trazem a sensação de bem-estar durante a prática.
Na meditação, o objetivo é parar por alguns minutos para prestar atenção no próprio pensamento e na respiração. Essa atitude ajuda na sensação de relaxamento ao tirar o foco do objeto de estresse.
O yoga, por sua vez, é uma atividade física de intensidade leve a moderada. Sua proposta é movimentar ocorpo, por meio de algumas posturas, trazendo também a consciência para a respiração. Desse modo, ajuda a se concentrar na prática e a aliviar os pensamentos estressantes.
Terapia
A regulação do estresse também pode estar relacionada ao controle emocional e dos pensamentos. É por esse motivo que a psicoterapia é mais um recurso que pode ser útil na redução dos níveis de cortisol.
A prática vai depender da abordagem terapêutica que o profissional adotou com o indivíduo. No entanto, os resultados da terapia, no geral, auxiliam no autoconhecimento, no controle emocional e na compreensão dos próprios pensamentos.
Desse modo, é possível agir de forma mais assertiva durante as situações de estresse e, assim, atenuar as reações negativas que os gatilhos podem causar no corpo e na mente.
Procurar ajuda médica
A medida mais indicada e eficiente para reduzir os níveis de cortisol no corpo é a busca pela ajuda médica. O profissional é capaz de solicitar os exames mais adequados para identificar os possíveis causadores do aumento da produção do hormônio e, assim, indicar o tratamento mais apropriado, seja com medicamentos ou não.
Dessa maneira, é possível ter o acompanhamento necessário para ver o progresso do tratamento e a necessidade de ajustes no dia a dia, o que favorece uma recuperação mais duradoura, além da promoção de bem-estar e qualidade de vida.
Cannabis Medicinal auxilia no tratamento do cortisol?
O corpo humano conta com canais próprios para a atuação de substâncias canabinoides, sabia disso? Trata-se do sistema endocanabinoide, que pode ter contribuição para várias funções do organismo, como sistema imunológico, metabolismo, humor, etc.
É com base nisso que diversos estudos envolvendo a Cannabis Medicinal apontam o uso da planta Cannabis sativa como um recurso terapêutico para diversos problemas de saúde. Desse modo, é possível promover mais bem-estar e qualidade de vida de maneira eficiente.
Isso porque um dos ativos encontrados nesta planta é o canabidiol (CBD), que tem propriedades muito interessantes para a saúde do corpo. Ao mesmo tempo, o óleo de CBD apresenta baixo teor de Tetrahidrocanabinol (THC), o responsável pelos efeitos psicoativos da espécie.
Por conta disso, o uso medicinal da Cannabis sativa é seguro e não traz efeitos perturbadores para o Sistema Nervoso. Dessa forma, é possível aproveitar os benefícios do CBD e utilizá-los no tratamento de diversos transtornos.
Diante dos diversos problemas que o desequilíbrio do cortisol pode oferecer para a saúde de um indivíduo, algumas pessoas começaram a se perguntar se a Cannabis Medicinal pode auxiliar no tratamento.
A partir disso, foram realizadas pesquisas por diversos profissionais, e o que se sabe, até agora, é que a resposta é: sim! A Cannabis Medicinal pode ser utilizada como um recurso para auxiliar no tratamento de problemas com os níveis de cortisol. Entenda melhor!
Estudos que apontam benefícios da Cannabis para controle do cortisol
Um dos principais estudos sobre a relação entre a Cannabis Medicinal e o cortisol foi realizado em 1993. O que se encontrou é que a substância CBD é capaz de exercer impacto na produção desse hormônio.
Com o potencial anticatabólico, o CBD pode contribuir para a redução dos níveis de cortisol no sangue, o que ajuda a diminuir também o estresse oxidativo no organismo, provocado pela exposição ao hormônio por longos períodos.
Os principais efeitos disso se dão na redução da ansiedade do estresse em uma pessoa. Como resultado, com o uso medicinal da Cannabis é possível.
- melhorar a qualidade do sono, diminuindo as chances de insônia, mesmo após um dia com várias situações de estresse;
- diminuição das flutuações hormonais anormais, principalmente em mulheres;
- controle de peso, tendo em vista que os níveis de cortisol, com o uso do CBD, são equilibrados;
- redução dos sintomas de depressão e ansiedade.
Onde buscar ajuda para tratamento à base de Cannabis Medicinal?
No entanto, é fundamental ter em mente que o uso da Cannabis não é recomendado sem prescrição médica — ou seja, o uso recreativo não é uma boa ideia quando o objetivo é controlar os níveis de cortisol no corpo.
O ideal, antes de iniciar o tratamento com esse recurso terapêutico, é procurar ajuda de um profissional. No Brasil, existem diversos médicos com experiência em terapia canabinoide, nas mais variadas regiões do país.
Desse modo, o que não faltam são oportunidades de encontrar um profissional habilitado para iniciar um tratamento à base de Cannabis Medicinal. Para isso, é importante marcar uma consulta médica e apresentar os sintomas, junto com o histórico médico.
Com isso, o profissional será capaz de recomendar os exames necessários para confirmar o diagnóstico e identificar as melhores soluções para um tratamento bem-sucedido. É aí que entra o uso da Cannabis Medicinal.
Vale destacar que o uso medicinal dessa planta é legalizado no Brasil, de acordo com a Resolução RDC Nº 660. No entanto, os produtos canabinoides só podem ser vendidos com a apresentação da receita médica, assinada por um médico autorizado e especialista em terapia com Cannabis Medicinal.
A boa notícia é que os processos não são nada burocráticos. Você pode encontrar facilmente um profissional habilitado, passar por uma consulta e conversar tudo o que precisa para dar início ao tratamento adequado para o controle dos níveis de cortisol, com o apoio da Cannabis Medicinal. Assim, é possível cultivar mais bem-estar e qualidade de vida no dia a dia.
Este post foi interessante? Saiba como encontrar um médico prescritor de Cannabis Medicinal para conversar.