Pesquisadores da Universidade do Estado do Oregon, nos Estados Unidos, derrubaram um dos mitos ligados à Cannabis: a síndrome amotivacional não está associada ao consumo frequente de canabinoides. O clichê do usuário da planta ser “preguiçoso” não tem amparo científico e não se apresenta como um risco para a população, segundo o estudo publicado no periódico Journal of Clinical and Experimental Neuropsychology.
A síndrome amotivacional é caracterizada pela apatia, assim como perda da satisfação e de prazer ao exercer atividades do dia a dia. Segundo o estudo entitulado Effort-based decision making and self-reported apathy in frequent cannabis users and healthy controls: A replication and extension (Tomada de decisão baseada no esforço e apatia auto-relatada em usuários frequentes de Cannabis e indivíduos saudáveis: uma replicação e extensão, na tradução livre), essa não é uma característica de adultos que usam Cannabis para fins médicos ou não.
Pela primeira vez, o estudo foi feito em um estado onde todos os usos de Cannabis foram regulamentados. O Oregon regulamentou o uso medicinal em 2010 e o uso para maiores de 21 anos em 2015. Isso faz diferença porque os participantes do estudo demonstram menos receio de informar dados sobre sua relação com a planta, pois não correm o risco de serem punidos por isso.
O estudo
Para recolher as informações relacionadas à síndrome amotivacional, os cientistas solicitaram que os participantes preenchessem dois formulários, um sobre a escala de avaliação de apatia (AES na sigla em inglês) e outro de despesas de esforço para recompensas (EEfRT na sigla em inglês).
O AES é um método criado em 1991 para medir a apatia resultante de patologias relacionadas ao cérebro. Já o EEfRT se parece mais com um jogo que mede quanto os participantes estão dispostos a se esforçar para receber uma recompensa.
O resultado foi surpreendente e os autores concluíram: “Os usuários de Cannabis exibem uma maior probabilidade de exercer mais esforço por recompensa, sugerindo maior motivação em relação aos controles saudáveis. Assim, os resultados atuais não suportam a síndrome amotivacional em adultos usuários frequentes de Cannabis. Apesar de alguns danos do uso de cannabis a longo prazo, a síndrome amotivacional pode não estar entre eles.”
A Cannabis ganha força como um catalisador do bem-estar, uma vez que quando uma pessoa sente menos dores, dorme melhor e está menos ansiosa, ela se sente mais motivada a fazer ou voltar a fazer atividades do cotidiano como encontrar os amigos e praticar esportes.
Resultado em sintonia com outros estudos
Não é a primeira vez que fica comprovado que a Cannabis não provoca a síndrome amotivacional, já foram publicados trabalhos mostrando, inclusive, o oposto: que a planta pode contribuir para combater a fadiga. Não à toa, temos exemplos de uso de canabinoides por atletas de alto desempenho para melhorar sua performance, principalmente o CBD.
Você também pode utilizar a Cannabis para evitar a fadiga, para isso precisa da orientação de um profissional da saúde. Você pode encontrar na nossa plataforma de agendamentos mais de 200 médicos de diversas especialidades para te ajudar a se levantar com mais disposição.