A frase foi dita pelo médico e considerado “pai da medicina” Hipócrates, mas também podemos usá-la nos dias atuais se pensarmos no debate que está acontecendo sobre a Cannabis comestível, principalmente na União Europeia e nos EUA. As agências reguladoras solicitam mais informações para poder avançar na regulação desse tipo de produto e isso pode levar muito tempo.
Embora a Cannabis comestível esteja associada ao uso não-médico, pacientes podem ter a sua dose terapêutica necessária se tiverem controle da quantidade de canabinoides que estão ingerindo. Pensando no uso medicinal, é uma forma lúdica de tomar o mesmo medicamento com a vantagem de ser mais saborosa e prazerosa. Nesse caso, produtos padronizados e com informações expostas no rótulo são fundamentais para a segurança dos usuários.
O que é Cannabis comestível?
Na prática, qualquer produto com Cannabis que seja uma bebida ou comida é um comestível. A lista pode ser infinita pois passa por óleos, tinturas, cápsulas, balas de goma, refrigerantes, chocolates, bolos…
Pacientes que têm talento na cozinha podem fazer seus próprios comestíveis com a Cannabis que cultivam em casa, mas essa opção traz um grande desafio que é saber qual a dose que se vai ingerir. Esse é o tema que chama mais atenção dos reguladores da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) e da Agência de Alimentos e Drogas (FDA), da União Europeia e dos Estados Unidos respectivamente.
CBD como suplemento alimentar
Conversamos com Barry O’ Flanagan, que trabalha na Provacan, empresa com 28 produtos com Cannabis autorizados para venda no Reino Unido, para saber sobre como as pessoas consomem comestíveis. Por lá, a agência reguladora recomenda (FSA) que a dose máxima de CBD por dia seja de 70mg, a não ser com recomendação médica.
“[Comestíveis de Cannabis são] muito populares e cada vez mais marcas da indústria de alimentos estão olhando para CBD e THC como um ingrediente, acredito que, à medida que descobrimos mais e mais canabinoides terapêuticos e seguros (148 até agora e todos mostraram potencial terapêutico), todos eles acabarão acabam sendo usados em comestíveis de baixa dose como suplementos alimentares e nas formas de alimentos mais reconhecíveis como bebidas energéticas, doces de chocolate de marca, substitutos de carne vegana.
Em doses mais altas, como um medicamento fitoterápico disponível em sistemas de entrega médica reconhecíveis como comprimidos, cápsulas de liberação temporizada dispersíveis, sublinguais. A inovação conduzirá os sistemas de entrega a um início e compensação mais estável e previsível de medicamentos e suplementos alimentares à base de Cannabis.”
A EFSA e o FDA não entendem o CBD nem o THC como substâncias seguras para que possam ser vendidos como suplementos alimentares, o que permitiria que comestíveis de Cannabis fossem vendidos sem prescrição e fora do contexto farmacêutico. O motivo do cuidado dos reguladores está ligado a quantidade de canabinoides por item, como disse Barry.
“As preocupações são sobre os níveis de THC em suplementos alimentares de CBD na Europa e no Reino Unido, o CBD foi considerado seguro, mas o THC não, e é ilegal. As preocupações são sobre a quantidade de miligramas de THC por recipiente e o efeito a longo prazo do uso contínuo. Porém, temos mais de 10 mil anos de dados de segurança, o THC nunca matou ninguém.”
Temos o exemplo do Canadá, que regulou a Cannabis comestível e colocou regras claras para esses produtos. Foram estabelecidos padrões de quantidade de canabinoides e como os rótulos devem informar os usuários, além de medidas para evitar a ingestão por crianças.
Você já pensou em se curar comendo bem? Os benefícios da Cannabis podem ser sentidos independente da via de administração, pode ser por cápsula, balas, óleos sublinguais ou uma manteiga infusionada. De qualquer modo, é importante que um profissional da saúde te oriente quanto à dose mais adequada para o seu tratamento. Na nossa plataforma de agendamentos, você pode encontrar médicos de diversas especialidades para iniciar uma terapia para você ou alguém que você conheça.