“A Cannabis além das patologias, e rumo ao bem-estar”, com a palavra nosso colunista sobre Cannabis e esporte Fernando Paternostro.
Desde 2015 a ANVISA autorizou a importação de produtos a base de cannabis, com prescrição médica e para marcas que estivessem cadastradas no governo. Até aí nenhuma novidade. De lá pra cá, o aumento no número de autorizações foi exponencial, chegando a milhares de emissões feitas pelo órgão anualmente, e crescimentos de centenas porcento. Até aí, também não tem muita novidade.
O que é novidade mesmo, é que recentemente, a classe médica começou a se interessar muito pelo assunto, e ao estudar e se aprofundar sobre o Sistema Endocannabinóide, começaram a surgir muitas outras aplicações dos produtos de cannabis. E então, o que parecia ser algo específico, virou um mar de possibilidades que está apenas começando!
Através do Atleta Cannabis, que acabou se consolidando como a maior comunidade de Cannabis e Esporte do Brasil, essa iniciativa do myGrazz (primeiro app de Cannabis medicinal do país), se tornou uma fonte de informação para todos aqueles que desejam saber mais sobre como os praticantes de atividade física, atletas profissionais, amadores, fisioterapeutas, nutricionistas, médicos do esporte, e toda a comunidade está utilizando a cannabis para revolucionar os treinos.
Seja na utilização mais objetiva, como a prevenção de lesões através do controle do processo inflamatório, na recuperação muscular, na qualidade do sono e na ansiedade como um todo; como na utilização mais subjetiva com a inclusão dos ciclos de produtos com alta concentração de THC em pré-treinos de endurance – onde o deslocamento do desgaste neuro-motor permite uma maior tolerância a dor e ao desconforto; ocasionando também uma melhora no foco, na concentração e na clareza mental durante a prática da atividade física. Mas não é só no esporte que a cannabis está nadando de braçada!
Com a pandemia, e os últimos anos de lockdown, os casos de saúde mental aumentaram muito. Ansiedade, depressão, crise do pânico e insônia fizeram com que a qualidade de vida da população diminuísse demais, o que naturalmente levou a um aumento na procura pelos médicos, que ficaram com a responsabilidade de resolver questões que vão muito além de um simples medicamento. Naturalmente, não há um remédio para toda essa transformação que estamos vivendo globalmente, o que gera um dilema muito grande: tratar os sintomas irá resolver o problema? E até que ponto os efeitos colaterais dos medicamentos alopáticos valem e pena para o paciente?
E foi bem nesse ponto que a cannabis entrou de forma muito positiva, trazendo um arsenal de produtos a disposição dos médicos para que pudessem então, oferecer uma alternativa natural (fitoterápico) para seus pacientes. O tratamento com cannabis promove a homeostase do organismo, nivelando o nosso corpo como um todo, promovendo uma melhora na qualidade de vida de forma gradativa, espontânea, e sem agressividade com o organismo.
E com essa possibilidade, nasceu o tratamento preventivo a base de cannabis, onde a população agora tem a possibilidade de passar numa consulta médica não porque estão doentes, mas sim porque querem melhorar sua qualidade de vida. E não seria esse o nosso objetivo mesmo como sociedade?
Mais uma vez, ressalto que a cannabis não é um produto milagroso, e gosto sempre de ressaltar essa parte. Porém, é sim uma possibilidade para a mudança de hábitos não-saudáveis, uma janela de oportunidade para que se possa encarar os problemas do dia a dia com mais leveza.
O tratamento com cannabis leva em consideração vários aspectos da vida de cada um, e com a diminuição das enfermidades da nossa sociedade atual, acabamos livrando mais espaço mental para poder processar tudo isso e nos fazermos a pergunta mais importante de todas:
– O que eu realmente quero para minha vida, e o que estou fazendo para alcançar esse objetivo?