Veja o que rolou de melhor na live dos canais do portal Cannabis & Saúde com a Dra. Ailane Araújo, que tratou do papel do sistema endocanabinoide na regulação da nossa saúde física e mental.
O nosso organismo possui um sistema complexo que regula os outros sistemas, é o sistema endocanabinoide. Isso o faz o maior sistema do corpo humano e um fator fundamental para o nosso equilíbrio e bem-estar. Pesquisas vinculam um sistema endocanabinoide desregulado a diversas patologias relacionadas à saúde mental, como a ansiedade, depressão e estresse pós-traumático, e também relacionadas à saúde física, como enxaqueca, fibromialgia e a síndrome do intestino irritável.
Em um bate-papo muito esclarecedor, a Dra. Ailane Araújo explicou o que é esse sistema, falou sobre como ela atende os seus pacientes e tirou diversas dúvidas dos espectadores. Separamos alguns trechos que se destacaram na conversa.
Veja abaixo a live completa:
Sistema endocanabinoide: o maior sistema do nosso organismo
“O sistema endocanabinoide é o maior sistema já descoberto no corpo humano. Por que ele é considerado o maior sistema? Porque nós temos receptores espalhados por praticamente todos os órgãos do nosso corpo. Por esses receptores estarem espalhados no sistema endócrino, no sistema neurológico, no sistema locomotor, entre tantos outros sistemas que nós temos, faz com que ele seja o maior sistema do corpo. Ele é responsável por exatamente manter o equilíbrio do corpo, ou seja, o processo de homeostase. O corpo funcionando bem, de forma equilibrada, de forma perfeita. Ou seja, todo desequilíbrio que acontece, na mesma hora no nosso corpo, é ativado o sistema endocanabinoide, a produção desses endocanabinoides para arrumar esse desequilíbrio que aconteceu. E isso faz com que ele seja o maior sistema do corpo.”
“Sabendo os benefícios terapêuticos de cada canabinoide, sabendo onde ele se liga e entendendo a bioquímica do corpo, a gente consegue realmente indicar um produto correto para esse paciente e fazer um ajuste de dose específico. Porque cada um tem sistema endocanabinoide único que requer uma dosagem única.”
A Medicina canabinoide é a que faz a diferença na vida do paciente
“A medicina canbinoide e a medicina integrativa vem para mostrar que cada paciente é único, cada paciente tem um sistema específico dele, uma necessidade específica que se você não estudar e não entender como funciona a bioquímica, como funciona o corpo, você não vai poder ajudar esse paciente.”
“O sonho do médico é exatamente fazer a diferença na vida do paciente, ter resposta terapêutica de verdade. E isso a gente consegue através da Cannabis medicinal, através da visão da medicina integrativa todo esse suporte e todo esse diferencial. A gente realmente dá qualidade de vida para os nossos pacientes, a gente realmente ajuda as famílias, a gente realmente vê curas e vê coisas acontecendo. É o sonho de todos os médicos. Então a gente volta a se apaixonar pela Medicina.”
Um sistema que regula os outros sistemas
“Cada vez mais tem crescido o número de estudos que comprovam que a disfunção do nosso sistema seria uma das causas principais de várias patologias, visto que esse é o maior sistema do corpo e que ele subserve todos os outros sistemas, que ele é responsável diretamente por manter o equilíbrio, manter a saúde, manter o bem-estar do nosso corpo. Se existe um desequilíbrio desse sistema, obviamente que vai ocorrer um desequilíbrio em todos os outros sistema que ele subserve.”
Sistema endocanabinoide na formação dos médicos
“De 450 mil que a gente tem hoje no Brasil, quase 500 mil médicos, apenas 2,5 mil fizeram uma receita ou prescrevem Cannabis. Então isso é muito pouco. Como o preconceito, a falta de informação, a falta de conhecimento ainda é muito grande. Eu acredito que mais para frente a gente também tenha esse assunto na cadeira da faculdade de Medicina. Porque, se ele é o maior sistema e ele regula todos os outros sistemas, ele é o mais importante. Ele que deveria ser estudado. O principal sistema que a gente deve estudar para entender todos os outros sistemas. Então, isso deve fazer parte da cadeira da faculdade. Eu creio que um dia nós vamos chegar lá, para poder ensinar nas universidades, levar esse conhecimento para os alunos já se formarem sabendo sobre o sistema endocanabinoide, tratando com Cannabis medicinal os pacientes.”
A perda da mãe para o câncer a fez entrar na medicina canabinoide
“Durante um período foi muito difícil por conta da questão da autorização, e depois passaram a reclassificar a Cannabis para o uso medicinal e o uso terapêutico. Eu atendi muitos pacientes nessa época e prescrevi o tratamento com Cannabis. Como o acesso era muito difícil, teve pacientes que estavam em estágio terminal de várias patologias e eles faleceram esperando o tratamento. E isso doeu muito no meu coração, porque eu tive uma mãe que faleceu com câncer de mama e eu não tinha esse conhecimento que eu tenho hoje, eu não pude ajudar ela com o que eu sei hoje. Em função disso, ela foi a minha força para buscar outras terapias, outras medicinas. E assim, poder ajudar todas as outras pessoas de uma forma diferente, de uma forma que fosse integral. Realmente tratar a causa e não somente a sintomatologia, porque aquela médica que tratava sintomatologia e que começava com um remédio e acabava recomendando dez para os pacientes, eu não queria mais ser. Em função disso, eu entrei de cabeça na medicina integrativa, na medicina funcional e na Cannabis medicinal”
“Nós somos seres completos, não adianta tratar só um corpo. A gente vai no médico que é ortopedista, é como se estivesse chegando um braço ou um osso do braço para ele atender. E não é assim. Existe um ser humano por trás. A gente vai no pneumologista, não é um pulmão que está chegando ali para ele olhar, no oftalmologista não são dois olhos ambulantes que estão chegando. Precisa entender todo o histórico, o contexto, o que está acontecendo com o paciente ou não.”
Perfil de segurança dos tratamentos com Cannabis
“Ninguém nunca morreu de overdose de Cannabis. A quantidade de receptores espalhada na parte responsável pelo processo de respiração, onde os opioides atuam, com a Cannabis a gente não tem. Isso torna a Cannabis um tratamento seguro. O máximo que pode acontecer é a pessoa ficar, se for THC, louquinha. Depois que terminar o efeito do THC, ela vai ter uma larica, vai comer bastante porque isso faz parte do efeito do THC. Existe um perfil de segurança muito grande quando a gente trata com canabinoides.”
Você pode se consultar com a Dra. Ailane Araújo, basta agendar uma consulta com ela clicando aqui. Além da medicina integrativa, há diversas especialidades na nossa plataforma de agendamentos que podem te auxiliar a iniciar um tratamento com Cannabis.